Por que ‘Batman: O Cavaleiro das Trevas’ perdura como um clássico dos quadrinhos

Foto: Frank Miller / DC Entertainment


Três décadas após seu lançamento original, Batman: O Cavaleiro das Trevas continua a ser uma das mais populares se não a mais popular história do Batman (e quanto a Batman: A Piada Mortal? Isso é assunto para outra matéria), mas sobre o que é a série de quatro partes criada por Frank Miller, Klaus Janson e Lynn Varley e o que a tornou tão amada?

Em parte o seu apelo, especialmente na época de seu lançamento, em 1986, foi a sua novidade. Cada uma das quatro edições tinham diferentes nomes durante a sua serialização: The Dark Knight Returns (título original da obra), Dark Knight Triumphant, Hunt The Dark Knight e The Dark Knight Falls a série é uma combinação de diferentes elementos, Miller satiriza a mídia das séries de quadrinhos independentes como: American Flagg, e o tom declaradamente inspirado em filmes como Perseguidor Implacável e Desejo de Matar. Com O Cavaleiro das Trevas, Frank Miller ofereceu aos fãs algo que nunca tinham visto antes.

Juntamente com a primeira luta “vale-tudo” entre Batman e Superman personagens tradicionalmente retratados como melhores amigos pela DC ao longo da sua história de meio século no momentoO Cavaleiro das Trevas trouxe a morte do fiel mordomo Alfred e do icônico vilão Coringa, a primeira garota a se tornar Robin, e uma tomada explicitamente política em duas das estrelas mais famosas da DC, com Superman sendo retratado como um agente ingênuo do status quo e Batman uma força mais cínica da anarquia e do caos, leal a um sentido de justiça maior do que a lei. (Comissário Gordon também se aposentou e o Duas-Caras foi “curado”, entre outros momentos memoráveis; temos Selina Kyle ex-mulher gato como uma “empresária da noite”).

Batman sempre havia sido retratado com um personagem “dark” antes desta série, mas Miller foi além e escreveu a série mais adulta e sombria do personagem, que ressoou com os leitores e criadores da mesma forma, a julgar pela recepção e a maneira em que elementos do mundo “futuro alternativo”
foram se infiltrando na mitologia do núcleo do Batman desde então.

De muitas maneiras, O Cavaleiro das Trevas também ganhou força a partir do fato de que era, essencialmente, fora de continuidade; não era necessário acompanhar as aventuras mensais do alter ego de Bruce Wayne e de seus companheiros da Liga da Justiça, sendo palatável a qualquer pessoa com pouco conhecimento sobre o personagem entender e apreciar a história, dada a popularidade do personagem fora dos quadrinhos, graças à série de TV dos anos 1960 protagonizada por Adam West, e sua subsequente onipresença no desenho animado de sábado de manhã, Super Amigos.

    

Foto:Adam West / DC Entertainment


Além disso, a história forneceu um final ao mito do Batman. Não um final definitivo, obviamente, porque “O Cavaleiro das Trevas” Pode, Faz e Age como uma conclusão satisfatória para a história do Batman com leitores ávidos que querem aproveitá-la como tal, dado fato de que os super-heróis eram tradicionalmente destinados a existir como máquinas de história perpétua, aquele “final” era novidade. (Anos mais tarde, essa novidade se desgastou pelo uso excessivo a Marvel tinha um selo curto chamado “The End”, que se especializou em histórias de linha temporal alternativa que encerravam a carreira de alguns dos seus personagens em um caminho inspirado em O Cavaleiro das Trevas).

Nos anos seguintes, o status de O Cavaleiro das Trevas mudou, passou de novidade a fonte de inspiração para muito do que se seguiu, tanto dentro da indústria dos quadrinhos — ao lado da série contemporânea de Alan Moore, Watchmen, O Cavaleiro das Trevas é creditado como a inauguração de uma era de “super-heróis sombrios e corajosos”, bem como o quadro acima das versões de mundo alternativo de personagens familiares e por fora. Batman v Superman: A Origem da Justiça, por exemplo, é claramente em débito com a série visualmente e narrativamente, como, em menor grau, são ambos os filmes de Tim Burton e Christopher Nolan sobre o Batma
n.  

Foto: Batman e Coringa

O que começou como um estranho tornou-se não apenas parte do “mainstream”, mas uma pedra angular do mesmo. Batman: O Cavaleiro das Trevas (e seu sucessor imediato, Batman: Ano Um escrito por Frank Miller e ilustrado por David Mazzucchelli, que reconta a origem de Bruce Wayne como um vigilante) tornou-se uma história em quadrinhos núcleo, por causa das maneiras em que redefiniu os parâmetros não apenas de uma história do Batman, mas do próprio gênero de super-heróis, quase inteiramente por acidente. Sua importância para o gênero não pode ser facilmente exagerada, o que explica por que ele continua a ser uma presença constante nas paradas de vendas, listas de favoritos dos fãs de boas histórias.

Publicidade
Publicidade

Relacionadas:

Mais acessadas:

Você conhece as mascotes dos times de futebol da Região Norte?

As mascotes de time são uma tradição no mundo, não só no futebol, mas em todo ambiente esportivo, pois elas são fundamentais para a representação do processo cultural de uma agremiação.

Leia também

Publicidade