​Vamos construir felicidade?

Sabemos que a felicidade não cai do céu. Ela precisa ser construída. Parece uma coisa óbvia, mas compreender isto faz toda a diferença.

Sabemos que a felicidade não cai do céu. Ela precisa ser construída. Parece uma coisa óbvia, mas compreender isto faz toda a diferença. Muitos são aqueles que aguardam o acontecimento de coisas fantásticas para que aí, sim, sejam felizes. É a crença no aleatório. Boa parte destas pessoas começa como sonhadora e torna-se com o tempo pessimista, pois descobre que elas estavam iludidas. Sendo o maior objetivo do ser humano, como disse Aristóteles, não é de se admirar que a felicidade não venha de graça. Pode-se dizer que a felicidade custa e que dá trabalho ser feliz. Por um tempo, a ilusão pode parecer mais atrativa, porém, de um custo maior, quando se descobre longe dela. 

A felicidade também não depende predominantemente de fatores externos, embora, até certo ponto, eles possam causar uma boa influência. Um dos estudos de referência da psicologia positiva, feito pelos cientistas Lyubomirsky, Lepper e equipe, mostra que todos possuímos um nível de felicidade normal para o qual retornamos após o efeito dos grandes acontecimentos, sejam eles muito bons ou muito ruins. É o que os pesquisadores chamam de esteira hedônica, uma vez que sempre voltamos para onde estávamos. 

É o que ocorre quando alguém ganha na loteria, compra um carro novo ou sofre uma considerável perda. Depois de algum tempo, às vezes mais, às vezes menos, nossa mente começa a enxergar o fato como normal, e é pequeno o peso sobre a felicidade. Segundo estes mesmos estudos, quatro vezes mais pesam as nossas ações conscientes. É neste grupo que podemos atuar com mais eficácia de resultados. É aqui que conseguimos construir a nossa felicidade, conscientemente.

Foto: Reprodução/Freepik

Um amigo, que vou chamar de Luiz César, tem tudo o que aparentemente faria alguém feliz, pelas suas condições familiares, sociais, econômicas e físicas. No entanto, ele possui um padrão mental extremamente crítico, reclamador e cético, sempre na expectativa de que algo ruim venha à tona, a qualquer momento. Luiz é jornalista e a profissão pode ter contribuído para criar este padrão mental, embora venha de outro jornalista, exatamente, um exemplo contrário.

O professor Carlos Alberto Di Franco também é jornalista, mais do que isto, é um verdadeiro mestre em jornalismo, tendo formado inúmeros profissionais e influenciado positivamente dezenas de empresas de jornalismo a estabelecer um elevado padrão de qualidade e de conduta. Di Franco escreve regularmente para grandes jornais e para o seu próprio canal, onde também entrevista personalidades da economia e da política nacional, além de conselheiro de importantes veículos de comunicação. É um religioso ativo e um amigo atencioso, que sabe cuidar de suas relações. A idade para ele não é relevante, embora, se suponha, seja acima do que aparenta. O professor é, cima de tudo, alguém feliz. Uma de suas frases preferidas é: “estamos irremediavelmente condenados ao sucesso”. No jornalismo, estimula a geração de pautas propositivas.

Luiz Cesar e Carlos Alberto. Dois padrões mentais quase que o postos. Ninguém é como é porque quer. Somos, em grande parte, fruto de nossa genética (material, mental e até espiritual) e possuímos a nossa própria história que, no conjunto de acertos e erros, ganhos e perdas, contribuem para que sejamos quem somos. Mas isto é apenas uma parte da conversa.

Podemos conscientemente pensar e agir de maneira a sermos, ao final, mais felizes. Podemos escolher entre uma ou outra maneira de ser e de fazer. Mais do que isso, podemos, neste processo, descobrir que a felicidade é mais do que uma construção individual, pelo poder de irradiar-se para outras pessoas ao nosso redor, e até muito mais do que poderíamos supor. No entanto, que ações conscientes seriam estas e que podemos treinar? O que outros estudos já nos ensinam sobre a construção da felicidade? Caro leitor, seguimos na próxima semana. Por enquanto, fica já o convite: vamos construir felicidade? 

Sobre o autor

Julio Sampaio (PCC, ICF) é idealizador do MCI – Mentoring Coaching Institute, diretor da Resultado Consultoria, Mentoring e Coaching e autor do livroFelicidade, Pessoas e Empresas (Editora Ponto Vital). Texto publicado no Portal Amazônia e no https://mcinstitute.com.br/blog/.

*O conteúdo é de responsabilidade do colunista 

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