A felicidade é mais do que uma sensação de bem estar e pode ser percebida de forma bem objetiva, ser ou não ser feliz.
Felicidade é uma palavra que as pessoas atribuem significados diferentes. Uma das definições mais utilizadas pela psicologia para felicidade é o de “bem estar subjetivo”. Para boa parte de nós, porém, felicidade é mais do que uma sensação de bem estar e pode ser percebida de forma bem objetiva, ser ou não ser feliz. Ainda assim, nem sempre conseguimos responder com convicção, para nós mesmos, perguntas como: eu sou feliz? Ou, eu estou feliz? Estou feliz com a minha vida, com a minha família, com o meu trabalho?
No primeiro artigo desta série, vimos que os estudos mostram que nossa felicidade não é estática, podendo variar por acontecimentos externos como conquistas significativas ou perdas relevantes. Nestes momentos, podemos nos sentir muito felizes ou muito infelizes, imaginando até que estas sensações serão duradouras. No entanto, vimos também que, passado algum tempo, nossa felicidade retorna ao que podemos chamar de felicidade normal. Assim, a Felicidade é Estar pela sua transitoriedade e é Ser pelo retorno a um padrão mental de pensamento e sentimentos que cada um de nós possui na maior parte do tempo. Diante desta característica de transitar entre o Ser e o Estar, há diferentes tipos e sabores de felicidade.
Um deles é composto pelos momentos especialmente felizes. São os chamados momentos mágicos, que são expressos com alegria, comemoração, prazer e em alguns casos, até euforia. Um dia na praia com a família ou amigos, um almoço de domingo, um chopp na sexta-feira com os colegas, um gol de nosso time, a conquista da copa do mundo, a notícia de que você vai ser pai ou mãe, a promoção almejada, a notícia do aumento de salário, o reconhecimento por um bom trabalho. São inúmeros os momentos felizes que vivenciamos em uma vida, um ano ou mesmo em um dia.
Um outro tipo de felicidade é o que experimentamos quando estamos plenos em uma atividade que nos desafia e que estamos aptos para lidar com ela. Experimentamos então um tipo de domínio sem controle ou uma concentração relaxada. Nestes momentos, o tempo passa devagar, ou passa muito rápido. Estamos presentes cem por cento. Alguns a experimentam quando pintam, quando dançam ou escrevem. Outros quando realizam o seu trabalho, seja ele qual for. É o estado de flow, descrito por Mihaly Csikszentmihalyi ou os momentos culminantes a que se referiu Abraham Maslow, um dos primeiros a produzir estudos que viriam a servir de base para a criação da psicologia positiva.
Experimentar momentos felizes e outros de flow nos traz a sensação de sermos felizes. Mas eles são transitórios. Entre uns e outros, o que nos daria a sensação de uma felicidade mais duradoura, de estarmos vivenciando algo que traz um significado para nós? A resposta parece estar em um tipo de felicidade que nem sempre oferece prazer, mas que proporciona sentido. É quando desenvolvemos um Propósito.
Podemos pensar em figuras inspiradoras que simbolizam grandes propósitos como Nelson Mandela, Martin Luther King ou Madre Teresa de Calcutá. Mas podemos pensar também em mães e pais comuns, que fazem sacrifícios enormes pela criação de seus filhos, renunciando a prazeres e sonhos pessoais por muitos e muitos anos. Também podemos lembrar do empreendedor que para viabilizar o seu negócio não tem limites de horários, finais de semanas ou férias. E podemos ir além, reconhecendo aquele trabalhador que, qualquer que seja o seu trabalho, consegue enxergar além, consciente da missão de seu cargo ou ocupação e do sentido do porquê faz o que faz.
São três tipos de felicidades diferentes, que se somam e se complementam. Eles não precisam e não deveriam ocupar apenas um pedaço de nossa vida, como no happy hour, nos finais de semanas ou nas férias de final ano. Eles podem ser vividos a cada dia, em cada atividade, em nosso trabalho, e durante todo o tempo, com os seus diversos sabores, alguns doces, outros amargos ou mesmo um pouco azedos. Isto é possível por meio de ações bem práticas, que estão ao alcance de cada um de nós. É o que veremos nos próximos artigos.
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Julio Sampaio de Andrade | Mentor e Fundador do MCI – Mentoring Coaching Institute | Diretor da Resultado Consultoria | Autor do Livro: O Espírito do Dinheiro (Editora Ponto Vital)