E para que serve mesmo a inteligência? Qual seria a relação entre inteligência e felicidade? Conheço pessoas reconhecidamente inteligentes em muitas áreas, mas que são céticas, mal-humoradas e excessivamente críticas.
Em algum momento, imaginei que poderia haver pelo menos um outro tipo de inteligência, a Inteligência Espiritual. Antes que eu fizesse alguma coisa com esta conclusão, Danah Zohar e Ian Marshall escreveram um livro exatamente com este título, propondo o índice QS. O termo pode gerar interpretações errôneas, como tudo o que envolve o termo espiritual. Neste tipo de inteligência, um QS elevado nos faria estar bem resolvidos em questões existenciais como a missão, o propósito, o legado e, no seu conjunto, o que no MCI chamamos de sentido. A idade parece favorecer a QS, embora não a garanta, assim como ser velho não significa ser maduro. De qualquer maneira, a QS pode ser trabalhada e desenvolvida, o que é uma ótima notícia. Seria a QS uma evolução da QE, ou seria o contrário?
E para que serve mesmo a inteligência? Qual seria a relação entre inteligência e felicidade? Conheço pessoas reconhecidamente inteligentes em muitas áreas, mas que são céticas, mal-humoradas e excessivamente críticas. Veem o mundo em preto e branco, não são gratas e nem percebem graça em nada. Usam a sua inteligência para provar a si mesmas e, se puderem aos outros, que nada e ninguém é tão bom como possa parecer. Não sei você, mas fujo deste tipo de inteligência.
Shizard Shamine fala em um tipo de inteligência que nos aproxima da felicidade, independentemente de nosso QI. É o que ele chama de QP, coeficiente de positividade ou Inteligência Positiva. A relação deste tipo de inteligência com a felicidade pode ser encontrada em diversos estudos da neurociência e da psicologia positiva, todos eles convergindo para o fato de que, por exemplo, uma mente treinada para ser grata, altruísta e para enxergar oportunidades, mesmo diante das dificuldades, tende a se sair melhor, ser mais feliz.
Uma pessoa com inteligência positiva elevada vivenciará com mais facilidade, ao menos, três vezes mais momentos positivos do que negativos, proporção mínima, segundo os estudos, para a percepção de felicidade. Isto equivale a 75% do tempo. Ou seja, em um dia de 16 horas em que estejamos acordados, experimentarmos o mínimo de 12 horas de uma sensação de bem-estar ou de momentos positivos. Está aí um tipo de inteligência que desejo ter e desenvolver.
E você, que tipo de inteligente é você? Que tipo deseja ser?
Sobre o autor
Julio Sampaio (PCC,ICF) é idealizador do MCI – Mentoring Coaching Institute, diretor da Resultado Consultoria, Mentoring e Coaching e autor do livro Felicidade, Pessoas e Empresas (Editora Ponto Vital). Texto publicado no Portal Amazônia e no https://mcinstitute.com.br/blog/.
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