Que hábitos estão nos ajudando a ser felizes?

Podemos criar hábitos de uma maneira não intencional, mas também podemos cria-los conscientemente. Há hábitos que podem se transformar em graves problemas. Há hábitos que podem nos aproximar da felicidade.

Gustavo e Marina vivem um impasse no seu relacionamento. Ambos são maduros e já foram casados antes. Quando se reencontraram estavam machucados e um reconheceu no outro o acolhimento, a cura de feridas que traziam de seus relacionamentos anteriores. A palavra de ordem era companheirismo. Eram gentis um com o outro e cuidavam dos pequenos detalhes do dia a dia, que faziam tanta diferença. Com o tempo, porém, isto mudou. Se descuidaram de si mesmos e foram levados no túnel do tempo exatamente para os mesmos lugares de antes. Ela se via no antigo casamento e ele chegava a usar as mesmas palavras de antigas discussões. Foram traídos pelos seus velhos hábitos.

Que a felicidade não é apenas alegria ou prazer, todos nós já sabemos. Há outras importantes dimensões como já tratamos em artigos anteriores, que incluem, por exemplo, as relações pessoais, o propósito, o engajamento, a superação de metas e a maneira como lidamos com as dificuldades. Estas dimensões nem sempre vêm acompanhadas de prazer, mas ajudam a constituir a felicidade. Além destas dimensões, há ainda um fator que pode ser decisivo: o poder do hábito, aliás, título de um ótimo livro de Charles Duhigg.
Como explica o autor, “se deixado por conta própria, o cérebro tentará transformar quase qualquer rotina num hábito”. É uma maneira dele poupar energia e assim poder cuidar de outras coisas. Não fosse desta maneira, nossa mente entraria em pane, pelo volume de impulsos que recebemos. Quando um hábito surge, o cérebro para de participar totalmente da tomada de decisões e quem assume são os gânglios basais. Eles comandam a maior parte de nossas ações e reações.
Foto: Reprodução/LinkedIn

O loop do hábito é formado por uma deixa ou estímulo, uma rotina e uma recompensa. Podemos criar hábitos de uma maneira não intencional, mas também podemos cria-los conscientemente, como provaram os estudos de Claude Hopkins. Há hábitos que podem se transformar em graves problemas. Há hábitos que podem nos aproximar da felicidade.

No caso do Gustavo e da Marina, o amor deles pode continuar a existir, mas está encoberto pela nuvem de um hábito, o da insatisfação, traduzido por reclamações e brigas. O amor, às vezes, é vencido pelo mal hábito. Para reverter isto, precisamos criar um outro hábito que, com o tempo, fique ainda mais forte do que o anterior. Não eliminamos conexões neurais já criadas, mas podemos fortalecer novas conexões, de acordo com o desejamos para a nossa vida. É a isto que se refere a construção consciente de felicidade. Ser feliz é sempre o objetivo maior de qualquer um de nós, como já diziam os antigos filósofos.

Horário de dormir e de acordar; tipo de alimentação; volume de bebida; maneira de pensar; forma de tratar as pessoas; tipos de lazer; dedicação ao trabalho, interação social e relacionamentos entre duas pessoas que decidiram seguir juntos um dia, porque se amavam. Tudo isto é regido fortemente pelo poder do hábito. Que Marina e Gustavo joguem este poder a seu favor. Se forem as suas escolhas, que criem novos hábitos e construam conscientemente felicidade para ambos e para quem estiver por perto.

Para nós pode ficar a reflexão: que hábitos estão nos ajudando a ser felizes e quais não estão? 

Sobre o autor

Julio Sampaio (PCC,ICF) é idealizador do MCI – Mentoring Coaching Institute, diretor da Resultado Consultoria, Mentoring e Coaching e autor do livro Felicidade, Pessoas e Empresas (Editora Ponto Vital). Texto publicado no Portal Amazônia e no https://mcinstitute.com.br/blog/.

*O conteúdo é de responsabilidade do colunista 

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