Qual será o seu próximo prêmio?

Quando penso em companheiros de jornada, identifico em cada um deles, prêmios que a vida trouxe. Mas identifico também barreiras e desafios que eles precisaram ultrapassar com esforço e determinação.

Minha mulher Cláudia é jornalista e escritora. É ela quem corrige os erros ortográficos de meus artigos. Se eu não estiver atento, ela corrige tanto que chega a escrever um outro texto, dizendo o que ela pensa e não o que eu quero expressar. A recíproca não é verdadeira. Embora ela também escreva os seus artigos, não opino e é comum eu conhecê-los apenas quando já estão publicados. Gosto de todos eles e alguns são especiais. São bem mais objetivos que os meus e carregados de emoções e poesia.

Em um dos artigos mais recentes¹, Cláudia descreve situações que viveu como filha pequena, quando os seus pais iam levá-la e buscá-la na escola, com pressa, em função do trabalho, mas com muito carinho. Em seguida compara com o momento atual, 50 anos depois, em que faz o caminho inverso, acompanhando os pais, diariamente na hidroginástica, além de levá-los ao médico, aos passeios e a atendê-los com outros cuidados que necessitam. Ela que foi cuidada a vida inteira por eles, agora é quem cuida. A vida a trouxe de volta para perto deles e lhe deu este prêmio. É um prêmio da vida para ela. É um prêmio da vida para eles.
Tatiana recebeu também um prêmio, sua neném tão esperada. Daniel está vivendo plenamente o seu propósito, dedicando-se profissionalmente ao terceiro setor. Rosi, depois de muito esforço e dificuldades, realiza o sonho de educar não apenas o seu filho Otávio, mas também dezenas de crianças em uma escola do município. Empresários como Alexandre, Márcia e Ricardo ou como o João Ricardo ou as duplas Marcos e Vera e Pablo e Carla têm orgulho do que construíram e como tocam os negócios, fiéis aos seus valores mais genuínos. Todos recebem prêmios da vida.
Imagem: Reprodução/LinkedIn

Quando penso em outros companheiros de jornada, identifico em cada um deles, prêmios que a vida trouxe. Mas identifico também barreiras e desafios que eles precisaram ultrapassar com esforço e determinação.

Viktor Frankl destaca, em um de seus livros, uma mensagem que me marcou especialmente. Ele diz: “não pergunte o que você espera da vida, mas o que a vida espera de você”. Exemplifica que quando era prisioneiro do campo de concentração, em Auschwitz, viu companheiros se corromperem e outros manterem-se dignos, mesmo quando caminhavam para a câmara de gás. Cada um deles respondeu de um jeito ao que a vida trazia. Frankl criou o propósito de comunicar ao mundo o que ocorria nos campos de concentração. Viveu até os 92 anos, criou a logoterapia e escreveu mais de 30 livros. A vida foi exigente, mas o premiou, dando a ele um sentido.

Pensando sobre isso, identifico que são duas fases do mesmo processo. Na primeira, a vida nos traz situações e exige de nós uma resposta. É como lidamos, conscientemente ou não, com as oportunidades ou dificuldades. Na segunda, a vida nos traz o retorno, muitas vezes, sob a forma de prêmios. Será que reconhecemos estes prêmios? E será que agradecemos devidamente por eles?

De minha parte, reflito e identifico muitos destes prêmios como, por exemplo, a família e amigos que tenho e o fato de poder dedicar a maior parte do tempo para o cumprimento da minha missão e do meu propósito. De vez em quando, recebo prêmios extras, o que potencializa a minha gratidão. Ser feliz é um grande prêmio da vida.

E você? Já refletiu sobre o que a vida espera de você neste momento? Você percebe o que a vida está lhe premiando? E os próximos prêmios? O que você deseja que a vida lhe traga? Qual será o seu próximo prêmio? 

Sobre o autor

Julio Sampaio (PCC,ICF) é idealizador do MCI – Mentoring Coaching Institute, diretor da Resultado Consultoria, Mentoring e Coaching e autor do livro Felicidade, Pessoas e Empresas (Editora Ponto Vital). Texto publicado no Portal Amazônia e no https://mcinstitute.com.br/blog/.

*O conteúdo é de responsabilidade do colunista 

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