Qual é a sua única coisa para o próximo ano?

O fim de ano costuma nos trazer reflexões. Como anda a nossa vida? Estamos cumprindo o que viemos fazer? Temos ao menos esta consciência?

Ao nos aproximarmos do fim do ano, é comum as pessoas estabelecerem metas para si mesmas. As mais organizadas fazem uma lista e ainda dividem por setores da vida, como por exemplo, metas profissionais, metas pessoais, metas no campo família e assim por diante. Algumas acompanham os resultados durante o ano, e outras o fazem apenas no fim do ano seguinte, quando poderão analisar o que conseguiram e o que não conseguiram realizar. Devo confessar que durante muitos anos segui esta prática e sou levado a pensar que ela ajudou na minha trajetória.

Sua fórmula é simples, e ao mesmo tempo, difícil de colocar em prática: concentrar-se em uma única coisa, aquela que ao fazer, todas as outras se tornam mais fáceis ou desnecessárias, complementa ele. Desta forma, ele radicaliza a tese dos 80-20 de Pareto, onde 80% de nossos resultados são gerados por 20% das coisas que fazemos. Keller vai além e afirma: o sucesso ocorre quando realizamos uma única coisa, a peça capaz de gerar o efeito dominó de, ao cair, derrubar todas as outras, mesmo as peças maiores.

Todos temos muitas coisas a fazer. É difícil equilibrar todos os pratos. Temos papéis que brigam pelo nosso tempo e todos são importantes, seja o papel profissional, familiar, conjugal, social e até espiritual. Como equilibrar tudo isso tem sido um desafio para a maioria dos mortais! Para Keller, devemos aceitar a ideia de que alguns destes papéis estarão em desequilíbrio, ainda que temporariamente e depois, em um segundo momento, merecerão a nossa maior atenção. Pessoalmente, resisto a concordar com isso, pois imagino que, se um destes pratos cair e quebrar, pode ser impossível consertá-lo. Mas talvez eu esteja errado ou esteja radicalizando também, já que o autor não disse para deixar nenhum prato cair. Sua mensagem é “focar no que é importante para você”. Dito assim, faz muito sentido.

O fim de ano costuma nos trazer reflexões. Como anda a nossa vida? Estamos cumprindo o que viemos fazer? Temos ao menos esta consciência? Não nascemos com um manual de instruções ou um mapa que devamos seguir. Mas seria ilógico se não tivéssemos como descobrir o que viemos fazer. Normalmente a resposta está bem perto, dentro de nós, ali, na beirada do inconsciente, pronta para cair para o nosso consciente. Basta irmos em busca dela. É a nossa Missão, aqui no sentido mais amplo, de vida, pois existem diferentes níveis.

A consciência de nossa Missão nos possibilita desenvolver uma outra coisa fundamental, que nos moverá, nos fará acordar com entusiasmo e a vibrar. É o nosso Propósito. Quando alinhado à Missão, o Propósito se potencializa e estaremos plenos, fazendo o que queremos e o que devemos fazer. O Propósito se transforma então na nossa Única Coisa, aquela que ao conquistarmos, trará todas as outras, o efeito dominó.

Mas se a missão é mais duradoura, o mesmo não acontece com o Propósito. Aos vinte anos, teremos um Propósito diferente de quando tivermos quarenta ou cinquenta. O Propósito muda e precisa mudar mesmo.

E para 2021, qual o seu Propósito, caro leitor? Qual seria a sua única coisa para este ano, aquela que ao conquistar, todas as outras viriam naturalmente? De onde virá a sua realização? De muitas, de poucas ou de uma única coisa? Vale pensar sobre o que afirmam Keller e Pareto? 

Julio Sampaio de Andrade Mentor e Fundador do MCI – Mentoring Coaching Institute Diretor da Resultado Consultoria Autor do Livro: O Espírito do Dinheiro (Editora Ponto Vital), dentre outros.