Qual é a sua história?

Pessoas e empresas. Dois tipos de seres complexos com maneiras próprias de enxergar a si mesmos.

Costumo começar os meus trabalhos de coaching ou de consultoria fazendo a pergunta: como você conta a sua história? Vale para pessoas ou para empresas. Também em alguns dos cursos do MCI (Mentoring Coaching Institute) estimulamos os alunos a compartilhar conosco e entre os colegas o que os trouxe até ali. São sempre momentos muito especiais.

Cada um de nós tem a sua história. Todas são ricas, são fortes, são complexas. É quase impossível não ouvir a história de vida de alguém e não se emocionar profundamente. Algumas vezes, podem rolar algumas lágrimas, que tentamos conter, mas que insistem em se manifestar, como para nos lembrar que somos humanos e que chorar faz bem à alma.

Foto: Divulgação/Freepik

Neusa fala de seu amor. Se conheceram muito jovens, se apaixonaram, tiveram dois filhos, poderiam ter sido muito felizes. Mas não sabiam disso e surgiu uma terceira pessoa. Sentindo-se traída, Adriana colocou para fora de casa o seu amor, que implorava perdão e jurava fidelidade eterna. Sem saber que poderia perdoar, Neusa manteve-se firme por muitos anos. Ambos bateram cabeça aqui e ali e também entre si, até que vinte anos depois, perdoaram-se e descobriram que podiam ser felizes juntos. Não por muito tempo. A covid levou o amor de Neusa. Logo agora que eles haviam se descoberto.

Rodrigo pensa que viveu algumas vidas. A primeira, de sucesso meteórico, levou-o em pouco tempo a uma posição de diretoria de um grande grupo aos 30 anos de idade. Com poder e status, atraía admiração e inveja, amigos do dia e inimigos que, embora na época mais discretos, foram mais duradouros. A segunda vida marcou a perda de tudo que ele havia construído e o abandono à sua própria sorte, sem ter com quem contar e sentindo-se no fundo do poço. Inicia uma terceira vida, desfrutando pequenas coisas que nunca valorizava antes, mas que agora lhe dão esperança e um grande prazer. Rodrigo agora sente-se realizado ao compartilhar o que sabe e a ajudar outras pessoas.

Um grupo de ensino está fazendo 35 anos. A fundadora está se afastando e fazendo a transição gradual para os seus dois filhos. Relata em detalhes o início difícil, a luta para criar sozinha os filhos, a falta de recursos, as noites sem dormir, as crises econômicas e as inúmeras vezes que “quebrou e que ressuscitou”. Expressa os seus maiores valores. O momento exige fortes mudanças na gestão da empresa. Os filhos têm pressa. A fundadora tem dúvidas. O que mudar e o que preservar? Como cada um deles, filhos e fundadora, enxerga o futuro da empresa? O que os alinha e o que os separa? Que escolhas fazer agora?

Pessoas e empresas. Dois tipos de seres complexos com maneiras próprias de enxergar a si mesmos. Cada um com a sua biografia, momento presente e futuro incerto. Somos o que somos, com todas as nossas forças e potencialidades, porque vivemos o que vivemos. Como contar a nossa própria história? Como fazer dela inspiração para sermos mais felizes, gratos e confiantes? Acreditamos que, como disse Steve Jobs, a jornada é mais importante do que a chegada? Como você, caro leitor, conta a sua história?

Julio Sampaio

Mento-Coach e Idealizador do MCI – Mentoring Coaching Institute

Diretor da Resultado Consultoria

Autor do Livro: O Espírito do Dinheiro (Editora Ponto Vital), dentre outros

Texto publicado no Portal Amazônia e no https://mcinstitute.com.br/blog/ 

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