Por Julio Sampaio de Andrade – juliosampaio@consultoriaresultado.com.br
Momentos mágicos. O Natal nos traz lembranças de lugares adormecidos, misturando nós mesmos com pessoas que fomos um dia e com pessoas que já não estão por aqui. Quanto mais idade, mais natais e mais misturas. Quando eu era criança, existia o Papai Noel. Quando minhas filhas nasceram, Papai Noel voltou. Na época, o Natal na casa dos meus pais tinha quase 10 crianças, e a família crescia a cada ano. A árvore cheia de presentes aguardava até meia-noite para que fossem abertos. Eu era o locutor oficial da distribuição. Gritava alto de fulano de tal para beltrano e entregava o presente que era aberto imediatamente, na presença de todos. Nos bastidores, fofocas de família, brigas de ocasião e, na hora certa, o clima de final de novela, com todos em paz, amando uns aos outros, como nos ensina o aniversariante.
A memória vai para a frente e estou agora em outro Natal. É literalmente outra vida. Minhas filhas já estão em seus próprios natais, em outras localidades. Meus pais, um dos irmãos e minha primeira esposa já não estão por aqui. Estou conhecendo uma outra família. Neste momento, eu já não sou o sogro, papel que me acostumei ao longo dos anos. Agora eu sou o genro. Nunca tive sogros antes, pois os pais da minha primeira esposa, com quem fui casado por mais de 30 anos, morreram antes de nos casarmos e o pai dela, nem cheguei a conhecer. Eu me tornei sogro muito novo e, agora, bem mais velho, virei genro.
A casa também estava cheia e as pessoas felizes. Era o mesmo Natal, mas não existem Natais iguais e este também era único. Também era mágico. Na nova condição de genro, sem pensar muito, fiz uma promessa aos meus sogros. Uma promessa que sempre esperei dos meus genros. Algo que todo pai pediria ao Papai Noel. Disse a eles: “farei a sua filha feliz”.
Fui sincero na minha promessa, mas não verdadeiro. Ninguém pode fazer ninguém feliz. Hoje, passados doze anos, e estudando melhor o assunto, sei que a felicidade precisa ser construída pela própria pessoa. Falamos sobre isso em outros artigos, quando tratamos da felicidade nas empresas. As organizações têm um papel, mas a cada pessoa cabe a responsabilidade de construir a sua própria felicidade.
É Natal e as famílias já se juntaram. Daqui a poucas horas, será a ceia e o Papai Noel é esperado. Não é possível juntar todo mundo. Uma filha e neta estão por aqui e outra filha e cinco netos estão no exterior. Mundo pequeno e mundo grande demais. Além de outros parentes nossos, por parte da minha mulher estão: filhos, irmãos, sobrinhos e os seus pais, que lideram a comunhão de todos.
Relembro a promessa que fiz aos meus sogros, agora meus amigos do peito: “farei a sua filha feliz”. Eles estranham e olham para ela. A filha deles está com um sorriso aberto e transborda alegria na maior parte de seus dias. Ela é, grata, possui um propósito, cultiva amizades e trabalha por atingir seus objetivos, além de gostar de ser útil. Ela é feliz. Ela constrói a sua felicidade e eu apenas busco ajudá-la nesta jornada.
Voltando às empresas e, também, ao papel de pais, amigos, ou profissionais, não é o que podemos fazer? Criar condições para que cada um construa a sua própria felicidade? Penso que é o melhor presente que Papai Noel pode nos dar neste e nos próximos natais. Que todos sigam construindo felicidade para o seu redor e para si mesmos. O mundo precisa, e a felicidade tem poder multiplicador, muito além do que podemos supor. Que os próximos natais sejam ainda mais mágicos e mais felizes!
Sobre o autor
Julio Sampaio (PCC,ICF) é idealizador do MCI – Mentoring Coaching Institute, diretor da Resultado Consultoria, Mentoring e Coaching e autor do livro Felicidade, Pessoas e Empresas (Editora Ponto Vital). Texto publicado no Portal Amazônia e no https://mcinstitute.com.br/blog/.
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