O que é preciso para ajudar alguém?

Ajudar o outro a pensar, acreditar verdadeiramente no seu potencial e dar espaço para ele, requer de nós um tipo de grandeza e de desapego que não costuma ser a nossa natureza.

Todos nós já vivenciamos momentos em que queríamos muito ajudar alguém a resolver um problema e nos sentimos incapazes de fazê-lo. Não por não sabermos o que ela deveria fazer. Ao contrário, era tudo muito claro, simples, às vezes, óbvio. Mais fácil do que quando tratamos dos nossos próprios problemas. Seria apenas a pessoa fazer o que sabíamos que era o melhor caminho. Tentamos tirar o volante das mãos dela e assumir a direção, mas ela resistia e isto nos deixava tensos também. A pessoa, que poderia ser um amigo, um filho, ou um liderado, quer ajuda, mas não quer fazer o que dizemos para ela fazer. O que há de errado com ela? O que há de errado conosco?

Sabemos que não há nada de errado conosco. Só queremos ajudar, ou liderar, ou educar. E com a pessoa? Ela é apenas uma outra pessoa, com os seus próprios mapas mentais. Uma de suas necessidades mais humanas é fazer o seu próprio caminho e chegar às suas próprias respostas. É possível ajudar quando assumimos o simples e dificílimo papel de facilitadores e, não, de direcionadores. Para isso, é preciso mais do que vontade.

Estudo recém-publicado pela Case Western Reserve University confirmou um forte conflito entre duas maneiras de pensar sobre nós mesmos. Uma delas, centrada no que gostaríamos de ser ou fazer, o nosso eu ideal. O outro, o nosso eu real, acrescido de pensamentos autocríticos que, complemento eu, podem ser bastante cruéis.

O foco no problema e nas soluções externas nos coloca na esfera do eu real e não nos gera desenvolvimento. As neuroimagens do estudo mostram poucas áreas do cérebro sendo acionadas.

Imagem: Reprodução/LinkedIn

De maneira diferente, quando somos provocados a focar o futuro, buscarmos respostas internas e trabalharmos com o nosso eu ideal, enxergamos novas possibilidades, vivenciamos emoções positivas e criamos motivações intrínsecas mais consistentes. Somos nós os “proprietários” das soluções e das escolhas. As neuroimagens mostram muitas áreas do cérebro sendo acionadas.

Ajudar o outro a pensar, acreditar verdadeiramente no seu potencial e dar espaço para ele, requer de nós um tipo de grandeza e de desapego que não costuma ser a nossa natureza. É preciso agir conscientemente para isso, até que seja incorporado aos nossos hábitos e à nossa maneira de ser. Há competências a serem desenvolvidas e técnicas que podem ser aprendidas e treinadas.

É por isto que o estudo de técnicas do coaching profissional e do mentoring avançado, pode ser tão útil a qualquer pessoa que queira fazer uso de seus talentos para ajudar pessoas. Afinal, todos estamos aqui para fazer uso destes talentos e sermos úteis, não é mesmo? Vontade para fazer isto, é da nossa natureza. E é mesmo o primeiro passo. Saber fazer isto, requer preparo.

No MCI trabalhamos com a premissa de que para sermos melhor qualquer coisa, pai, mãe, amigo, profissional, precisamos ser antes uma pessoa ainda melhor. E é por isto que faz todo o sentido, além das técnicas, investirmos em autoconhecimento e em maneiras de ser e fazer feliz.

Puxa, você pode pensar: precisa tudo isso para ajudar alguém? Não sei que resposta você teria a esta pergunta. Me vem à mente outras duas perguntas: enxergando o meu eu ideal, o quanto isto seria realizador? O que posso fazer para chegar lá? 

Sobre o autor

Julio Sampaio (PCC,ICF) é idealizador do MCI – Mentoring Coaching Institute, diretor da Resultado Consultoria, Mentoring e Coaching e autor do livro Felicidade, Pessoas e Empresas (Editora Ponto Vital). Texto publicado no Portal Amazônia e no https://mcinstitute.com.br/blog/.

*O conteúdo é de responsabilidade do colunista

Publicidade
Publicidade

Relacionadas:

Mais acessadas:

1° do Norte: autor amapaense Gian Danton recebe principal título dos quadrinhos no país

Com mais de 30 anos de carreira, Gian Danton consolida posição de Mestre do Quadrinho Nacional entre os principais nomes do país. Título é considerado o mais importante do Prêmio Angelo Agostini.

Leia também

Publicidade