O infinito pode abranger o finito, mas não o contrário. Pensar no longo prazo não significa abrir mão do curto prazo, mas a inversão disso, frequentemente, significa sacrificar o futuro pelo imediato.
O mesmo ocorre nos relacionamentos. Evidentemente, trata-se de um jogo infinito, onde não há um vencedor. Se existir, será um jogo de curta duração e fadado ao fracasso. Relações saudáveis são baseadas na reciprocidade, na confiança e em acordos, explícitos ou não, de valores essenciais comuns. É um jogo em que todos os envolvidos precisam ganhar e é isto que o torna infinito. Vale para relações profissionais, vale para amizades e vale para as relações amorosas. Como diria o poeta Vinicius de Moraes “que o meu amor não seja eterno, posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure”. Infinito e eternidade não são a mesma coisa. A mentalidade infinita investe no tempo, sem prazo de validade. Ela é o oposto da predominante cultura do descartável. Aproveitando, fazer networking não significa criar relações superficiais, baseadas em gerar algum tipo de ganho imediato. Também aqui se aplica a mentalidade infinita ou finita.
Para finalizar um assunto tão infinito em linhas tão finitas, quero destacar a questão da construção consciente de felicidade. Num jogo finito, ela poderia se basear unicamente no prazer, na alegria, ou mesmo, no engajamento em alguma atividade que nos toma cem por cento, que nos coloca em estado de flow. São tipos importantes de felicidade, mas são finitos, precisam ser complementados. Numa mentalidade infinita, outras dimensões são acrescidas, como desenvolver um propósito, estabelecer boas relações e buscar metas que nos tragam realizações, principalmente, na esfera do Ser e, não, apenas no Ter ou Fazer. Também a maneira como lidamos com as dificuldades ou perdas podem nos colocar num jogo infinito, pois toda dificuldade é passageira. Práticas como a gratidão, o plantar felicidade, a resiliência e o desapego, dentre outras, são elementos predominantemente do jogo infinito. É na sua prática contínua que construiremos felicidade
Repito um conceito importante. O infinito abrange o finito, mas o inverso não é verdadeiro. E você? Que jogos finitos você está jogando? E quais são os seus jogos infinitos?
Sobre o autor
Julio Sampaio (PCC,ICF) é idealizador do MCI – Mentoring Coaching Institute, diretor da Resultado Consultoria, Mentoring e Coaching e autor do livro Felicidade, Pessoas e Empresas (Editora Ponto Vital). Texto publicado no Portal Amazônia e no https://mcinstitute.com.br/blog/.
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