Uma parada agora nos permite refletir sobre estes dois pontos: o que somos e no que podemos evoluir no próximo ano, como pessoas e como empresas. Ser melhor nos aproxima da felicidade.
Ao nos aproximar do fim do ano, somos provocados a fazer um balanço e a estabelecer metas para o próximo. Sonhos, objetivos e metas são muito importantes. Sempre lembro que tudo começa a existir no invisível e este é mesmo um passo essencial. Para que as metas sejam realizadas, no entanto, é preciso mais do que isso, é necessário que se transformem em projetos, em plano de ação e que sejam efetivamente cumpridos.
Mas, começando do início, o que já somos e realizamos e o que faz sentido querermos para o ano que vem? Devemos necessariamente conquistar mais e sermos maiores?
Do ponto de vista econômico, os críticos do atual sistema costumam lembrar que o planeta não comporta o crescimento do consumo e que o sistema só se sustenta com base na desigualdade. Não seria possível que todos os países tivessem o padrão de vida dos americanos, por exemplo, e mesmo da maioria de nós da classe média ou alta do Brasil. Assim, a lógica do maior e do ter mais sempre não seria realizável.
Por outro lado, os defensores do atual sistema diriam que, sim, que esta é a lógica que faz com que haja progresso e que vem proporcionando ao ser humano um aumento da expectativa de vida e os benefícios da tecnologia. Que isto contribui para uma nível maior de bem-estar de boa parte da população. Adam Smith já dizia que ele não precisava confiar que o padeiro quisesse o bem para a sua família para que ele produzisse todos os dias o pão que Smith levava para casa.
Qual das visões acima nos aproximaria mais da felicidade? Que lógica seria aplicável para as empresas que representamos e, principalmente, para as nossas vidas pessoais? Precisamos ser maiores e precisamos ter mais? Ou precisamos ser melhores?
Mokiti Okada afirma que a “natureza está em constante desenvolvimento e aperfeiçoamento e que o ser humano deve aprender com ela”. Assim, evoluir seria um caminho legítimo. Não há nada de errado em querer progredir. Mas, como o próprio Okada acrescenta, “progredir somente na parte material, isto é, nos negócios, na profissão e na posição social, assemelha-se a algo que flutua como uma planta sem raiz. Portanto, torna-se indispensável a busca pelo desenvolvimento espiritual, ou seja, o enobrecimento do caráter”.
Assim, seja para as pessoas ou para empresas, é importante, buscar a evolução contínua. Mas evoluir não significa necessariamente ser maior ou ter mais. É preciso ser melhor e isso faz toda a diferença.
No MCI, uma de nossas premissas básicas é de que, para ser um melhor profissional, um melhor pai ou mãe, ou um melhor qualquer coisa, é preciso antes ser uma melhor pessoa. Aplicada às empresas, seria se tornar uma melhor empresa. Uma melhor empresa serve melhor aos seus clientes e a sociedade, propicia melhores condições de felicidade para seus colaboradores, é mais rentável aos seus sócios e investidores.
Dá para agradecer e comemorar o que já conseguimos evoluir até aqui. Mas dá também para ser melhor pessoa ou melhor empresa no ano que se aproxima. Uma parada agora nos permite refletir sobre estes dois pontos: o que somos e no que podemos evoluir. Ser melhor nos aproxima da felicidade.
O que faria de você uma pessoa ainda melhor em 2024? O que faria da sua empresa, uma empresa ainda melhor? Que metas fariam sentido para isto?
Sobre o autor
Julio Sampaio (PCC,ICF) é idealizador do MCI – Mentoring Coaching Institute, diretor da Resultado Consultoria, Mentoring e Coaching e autor do livro Felicidade, Pessoas e Empresas (Editora Ponto Vital). Texto publicado no Portal Amazônia e no https://mcinstitute.com.br/blog/.
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