Meus artigos têm um tema central, Felicidade, que de tão amplo, permite-me ter sempre um assunto.
Sou um dos doze leitores dos meus artigos. No meu caso, sou um leitor compulsório, pois preciso ler e relê-los. Também é leitora obrigatória a minha esposa, Cláudia Moreira, pois é ela quem, por amor, revisa a ortografia e pontuação de tudo que escrevo (às vezes não entende o texto, corrige e muda o sentido, o que me faz revisar a revisão). Há a incentivadora Karin, que me ajuda selecionando as imagens dos artigos e os postando. Creio que ela também lê. Alguns outros leitores são mais ou menos regulares; outros, flutuantes e há os que leem por cima, dão um like gentil e seguem em frente. Sou grato aos 12 leitores, incluindo a mim mesmo.
Meus artigos têm um tema central, Felicidade, que de tão amplo, permite-me ter sempre um assunto. Mas, relendo alguns deles, percebi uma coisa séria: são artigos sérios sobre Felicidade. Há sempre um argumento lógico, racional, sendo que vários deles com algum tipo de validação científica para atestar que é coisa séria mesmo. No último, o título já denunciava: “Felicidade não cai do céu” e os trabalhos científicos citados provavam que ela precisa ser trabalhada, conquistada. Tudo de forma muito séria.
Mas, felicidade é coisa séria? Seria uma contradição esta seriedade? Talvez ela tenha mais a ver comigo do que com a felicidade em si. Lembro que quando era adolescente, queria aprender duas coisas: tocar violão e contar piadas. Eram as maneiras mais fáceis de atrair a atenção das garotas, já que o tipo magro e desengonçado não ajudava muito. Mesmo com este desejo, nunca consegui fazer bem nem uma coisa nem outra, pois havia dentro de mim uma crença muito mais forte, a de que era preciso ser sério. Sendo algo tão profundo e tão intrínseco em meu jeito de ser, carrego a seriedade até hoje, para o bem e para o mal, em tudo o que faço, inclusive, para falar de Felicidade.
Ocorreu-me, porém, que há pelo menos um tipo de alegria (um dos ingredientes da felicidade) que não precisa ser trabalhado ou conquistado. Ele está lá, de graça. Refiro-me ao humor, especialmente o que tenta não ser engraçado, mas que o é exatamente por isso. Eu mesmo, a maior parte das vezes que fui engraçado, foi de maneira involuntária. Eram situações que poderiam ser classificadas como ridículas ou tragicômicas. Quando corro e caio (acontece mais do que deveria), há sempre alguém por perto que tenta disfarçar uma gargalhada, e alguns nem conseguem. Embora seja maldade e irritante para quem está no chão, entre a dor e a vergonha, o que importa é que alguém teve momentos de alegria, ainda que sádica.
Há ainda os ambientes em que coisas muito engraçadas acontecem, principalmente, em nome da seriedade. É o caso de nossas famílias e de nossas empresas. São instituições tradicionais e sérias. Algumas mais, outras menos, mas sérias. É antiga a expressão “menina de família” ou “lar sagrado”. No caso das empresas, há a “roupa de trabalho” ou o “manda quem pode, obedece quem tem juízo”. Tudo muito sério, tão sério, que chega a ser engraçado.
Acabo de me lembrar de um personagem, destes que parecem ter sido criados por um humorista de primeira linha, mas deixo para contar na próxima semana. Por hora, sigo com a minha séria questão: felicidade é coisa séria?
Julio Sampaio
Mento-Coach e Idealizador do MCI – Mentoring Coaching Institute
Diretor da Resultado Consultoria
Autor do Livro: O Espírito do Dinheiro (Editora Ponto Vital), dentre outros
Texto publicado no Portal Amazônia e no https://mcinstitute.com.br/blog/