Forças que precisam ser libertadas

Não foi necessário muito tempo. Durante três meses, Daniel passou por um processo que poderia ser comparado ao de um atleta de alta performance ou a de uma superalimentação em um pós-cirúrgico.

Por Julio Sampaio de Andrade – juliosampaio@consultoriaresultado.com.br

Daniel é um profissional de início de carreira, embora já com seus trinta e poucos anos. É jovem, mas poderia estar mais à frente, não tivesse ele percorrido mais de um caminho. Recomeçou algumas vezes e, mesmo naquele momento, ainda pensava qual carreira deveria seguir. Não sabia no que era bom e, principalmente, não sabia o que queria.

Separado e com um filho adolescente que morava com ele, Daniel levava uma vida apertada, uma vez que o salário mal dava para as despesas básicas. Não tinha muitas conversas com o filho, limitando-se ao básico. Para o filho, era o normal, já que foi criado assim mesmo, cada um do seu lado.

Daniel estava sem namorada e, os poucos amigos estavam mais distantes do que já foram, eles, como Daniel, alegando falta de tempo. Daniel sentia-se só e sem muitas perspectivas. Seu incômodo o levava a querer fazer algo para mudar o rumo da vida. Sabia que precisava de ajuda, mas não sabia onde começar.

Orientado por um familiar teve acesso a um coach profissional, que se propôs a ajudá-lo a encontrar alguma direção. Daniel estava um tanto cético. Não sabia o que era coaching, como a maioria das pessoas não sabe. Interessou-se ao saber que se tratava de um trabalho de parceria com o tal profissional, que o ajudaria a refletir e a pensar junto sobre questões importantes, cabendo a Daniel encontrar as suas próprias respostas. Daniel não gostava de ser direcionado por ninguém e, desde cedo, resistia sempre que alguém tentava lhe dar conselhos. Em geral, seguia pelo caminho oposto. No programa de coaching proposto, havia ainda questões relativas ao autoconhecimento, que Daniel sabia que poderia ajudá-lo. Seria um investimento de tempo e de dinheiro, o que exigiria um esforço adicional. Daniel relutou, mas decidiu ir em frente.

Os testes de perfil comportamental apontavam que Daniel tinha elevadas forças em planejamento e em análise, mediana em execução e um índice muito baixo em comunicação.

Logo de início, ao contar a sua própria história e ser levado a algumas reflexões, Daniel descobriu que possuía uma crença muito forte, a de que o mundo era hostil e que precisava se defender. Isto o levava a se retrair e a evitar vínculos mais profundos. No íntimo, quando alguém se aproximava, imaginava que ele queria tirar algum tipo de vantagem. Mas, de onde vinha esta crença e, o mais importante, o quanto ela era verdadeira? Era uma crença que fortalecia ou limitava o Daniel? Como ele agiria se acreditasse de forma diferente? Que o mundo é um lugar amigável, de fartura e de oportunidades e que, a princípio, as pessoas são boas, querem também ser felizes e tentam fazer o seu melhor? Como desenvolver este novo olhar? Como trazê-lo para o dia a dia, retirando o escudo que afasta as pessoas? Que exercícios poderiam ajudá-lo a criar um modelo mental que o libertasse e o aproximasse de uma vida mais próspera?

Não foi necessário muito tempo. Durante três meses, Daniel passou por um processo que poderia ser comparado ao de um atleta de alta performance ou a de uma superalimentação em um pós-cirúrgico. Daniel estava investindo tempo e dinheiro e não ia desperdiçá-los. Queria mudar o seu destino e sabia agora que tinha recursos para isto. Suas ações no dia a dia refletiam seu desejo de ser útil, sua gratidão e confiança nas pessoas e em si mesmo.

Não foi necessário muito tempo. Neste curto período, Daniel estabeleceu um novo diálogo com o filho; arranjou uma namorada; fez declarações às pessoas que ama; definiu a carreira que quer seguir, fazendo uso de suas forças e experiências acumuladas; fez novas amizades; recebeu reconhecimentos espontâneos; e, contra todas as expectativas, recebeu uma promoção na empresa em que trabalha, exercendo agora uma função plenamente alinhada aos seus novos objetivos.

Daniel mudou, e o mundo de Daniel mudou. Ele está fortalecido e feliz. O Universo não deixa de responder quando libertamos nosso potencial e nossas forças. E você, que forças ainda estão presas dentro de você e como libertá-las?

Sobre o autor

Julio Sampaio (PCC,ICF) é idealizador do MCI – Mentoring Coaching Institute, diretor da Resultado Consultoria, Mentoring e Coaching e autor do livro Felicidade, Pessoas e Empresas (Editora Ponto Vital). Texto publicado no Portal Amazônia e no https://mcinstitute.com.br/blog/.

*O conteúdo é de responsabilidade do colunista

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