O ser humano precisa gerar e receber esperança, as reações e ações estão com cada um de nós.
Vamos combinar que não é fácil manter um alto-astral diante do noticiário das TVs e de outras mídias. Mesmo para quem não se interessa pela chamada política (na realidade é apenas a partidária, pois a política de verdade é mais ampla do que isso), não tem como ficar indiferente com a situação. Parece que entre avanços e retrocessos, continuamos entre desgovernos e disputas mesquinhas por interesses que não são os nossos. Vale para a localidade em que vivemos, para o nosso país e para o panorama mundial.
Questões como a desigualdade, a corrupção, as guerras e as crises econômicas continuam a ser destaques na pauta. Agora, há ainda as catástrofes ambientais, cada vez mais violentas, mais frequentes, mais próximas. Sabemos que progresso tecnológico e desenvolvimento humano não são sinônimos. Mas poderiam caminhar pelo menos na mesma direção, não é mesmo?
Mas voltando ao noticiário, a opções que se têm para as mídias tradicionais nem sempre são as melhores, quando se trata de informação. Nas redes, muitas vezes, aliam-se fake news e superficialidades, e o resultado é mais desinformação. Ao final, temos menos consciência, ao invés de uma sociedade mais madura.
Neste cenário, caberia falar em felicidade? Meu argumento é que sim, cada vez mais. Não a felicidade oba-oba, alienada e alienante. Nem nos limitarmos à felicidade contemplativa, que tem o seu valor, mas que é insuficiente. Precisamos de um tipo de felicidade ativa, que traga para a vida prática ações de transformação, a começar por nós mesmos.
Uma breve reflexão nos mostra que precisamos melhorar, individualmente, como grupos e como espécie. Não podemos ser o que sempre fomos. Não melhorar é piorar. É andar para trás em uma esteira que anda para frente, com velocidade cada vez maior.
Uma das dimensões que compõem a construção consciente de uma felicidade ativa é a maneira como lidamos com os desafios, com as dificuldades e com as perdas que a vida nos traz. É crescer em consciência e em ações práticas, buscando oportunidades e alternativas de caminhos. Poderá não ser o que desejarmos, mas será o melhor que conseguirmos. Não é não sofrer e até não chorar, mas ir em frente, às vezes com medo, às vezes com insegurança, na maioria das vezes, com incertezas.
Além da resiliência, há outras atitudes práticas, como a gratidão, a solidariedade e o exercício constante de aprendizado. A positividade só é tóxica, se for insensível. Mesmo na tristeza, é possível encontrarmos o positivo. O ser humano precisa de esperança e nós precisamos gerar e receber esperança. Isto é prático e alcançável.
O noticiário é duro, repleto de realidade tóxica. As redes, se mal utilizadas, podem ser alienantes. A consciência, as reações e ações, no entanto, estão com cada um de nós. A felicidade não está no comando externo, mas no uso interno que faremos de cada acontecimento. Está no âmbito da sua construção consciente.
O que você pensa e sente? Dá para ser feliz além do noticiário da TV e das redes?
Sobre o autor
Julio Sampaio (PCC,ICF) é idealizador do MCI – Mentoring Coaching Institute, diretor da Resultado Consultoria, Mentoring e Coaching e autor do livro Felicidade, Pessoas e Empresas (Editora Ponto Vital). Texto publicado no Portal Amazônia e no https://mcinstitute.com.br/blog/.
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