Conduzir a vida ou ser conduzido por ela, é possível dançar em sintonia com a vida?
Viktor Frankl escreveu em um de seus livros: “Não pergunte o que você espera da vida, mas o que a vida espera de você”. Steve Jobs, na sua famosa palestra para turma de formandos de Standford de 2005, declarou: “Só conseguimos ligar os pontos e perceber as sincronicidades quando olhamos para trás. Para frente, precisamos ter fé e ouvir o nosso coração que, de alguma forma, sabe aonde precisamos chegar”. Também Carl Jung estudou as sincronicidades e declarou que gostaria de viver mais tempo para estudar melhor esta linguagem. Marco Aurélio, imperador romano e filósofo estoico, disse: “tudo que acontece ao homem, pertence ao homem”. Nada é por acaso. É atribuída a Kardec a frase: “o acaso não existe”. Mokiti Okada ensina que tudo no universo está em ordem e que tudo se subordina às imutáveis leis da grande natureza.
Todos foram grandes pensadores e deixaram profundas contribuições em suas áreas. Outros poderiam ser citados. Em todos, há a ideia de que existe uma espécie de ordem no caos e que a percepção de acaso, ou de sorte, ou azar, seria apenas limitação de compreensão do próprio ser humano. Em todos os acontecimentos, estaria presente um tipo de inteligência, uma lógica muito acima da nossa lógica. Para estes pensadores, a vida possui um sentido. Poderíamos concluir que a própria Vida é um ser vivo?
Para você, seria estanha esta ideia? Que tal, a título de exercício, nos abrirmos para esta hipótese e considerar algumas características deste ser?
Parece que o ser vivo Vida nos traz o que precisamos, estando relacionado ao que precisamos aprender. Enquanto não aprendemos, os acontecimentos se repetem, como para o aluno que não passou de ano. Você já se sentiu assim?
Parece que o ser vivo Vida, como em uma dança, nos leva para aonde precisamos ir. Às vezes, portas se abrem e outras se fecham e vamos sendo conduzidos por uma música, mais lenta ou mais rápida, por aqui ou por ali, meio sem saber para onde, tateando com a nossa intuição. Depois, analisando os fatos, percebemos que foram escolhas incríveis, como se soubéssemos o que nos aguardava. Já aconteceu com você?
Parece que o ser vivo Vida espera que façamos uso de nossos talentos para cumprirmos uma missão, que é diferente para cada pessoa. Parece também que ele nos provoca a desenvolver um propósito e ter consciência de que estamos construindo um legado nos 1.440 minutos que recebemos todos os dias, durante toda a nossa existência. Parece que o ser vivo Vida nos premia com Felicidade quando alinhamos tudo isto. Quando isto não ocorre, nos sentimos tristes, depressivos, acreditando que não existe um sentido. Aliás, qual é o seu propósito?
Parece que o ser vivo Vida se comunica conosco, numa linguagem que não fomos educados, mas que podemos aprender. Nos eventos que se repetem, nas pessoas que vêm e que vão, nas conquistas e nas perdas, por detrás do que vemos, ouvimos, tocamos, degustamos, está o ser vivo Vida nos transmitindo suas mensagens. E lá vamos nós, dizer “puxa, que coincidência…”. Você, como eu, percebe muitas coincidências em seu dia a dia?
Parece que o ser vivo Vida está muito acima de nosso QI, sendo difícil absorver o que ele nos explica todos os dias. Em menores proporções, seria como eu entender a explicação de Einstein para a fórmula E=mc², algo muito acima da minha capacidade de compreensão. Para você, é mais difícil entender esta fórmula ou a linguagem do ser vivo Vida?
Parece que o ser vivo Vida é generoso, por tudo que nos propícia, mas que é um ser rigoroso, estando ele mesmo submetido a leis do tipo: “só é possível colher o que se plantou”.
Nesta dança, penso que ela me conduz, mas eu também a conduzo. Se eu ajo de um jeito, ela me responde e interage. Há momentos de grande harmonia entre a vida e eu. Há outros, em que os pés se confundem. Percebo que mesmo depois de tanto tempo de convívio diário, ainda não aprendi a dançar com este ser vivo, sem pisar, de vez em quando, nos meus próprios pés.
Sobre o autor
Julio Sampaio (PCC,ICF) é idealizador do MCI – Mentoring Coaching Institute, diretor da Resultado Consultoria, Mentoring e Coaching e autor do livro Felicidade, Pessoas e Empresas (Editora Ponto Vital). Texto publicado no Portal Amazônia e no https://mcinstitute.com.br/blog/.
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