“Então, o que gera crédito ou débito nesta contabilidade invisível para o nosso merecimento em relação ao dinheiro? Meus estudos demonstraram que existem três fatores decisivos”
No último artigo, citei as sementes invisíveis, aquelas que não enxergamos, mas que gerarão bons ou maus frutos, desejáveis ou indesejáveis. Trata-se de uma imutável lei da natureza, a relação entre plantio e colheita. De qualquer forma, sempre podemos tirar algum proveito de qualquer situação, não é mesmo? No final, tudo pode ser considerado bom, mas, ainda assim, temos os fatos desejáveis e os indesejáveis. E eles estão relacionados com estas sementes que vamos plantando em nosso dia a dia.
O paralelo que faço é com uma espécie de contabilidade invisível. Em todos os setores, há ações geradoras de crédito e outras, de um tipo de débito. Quer um exemplo? Você conhece alguém que sempre acerta ou, ao contrário, que sempre erra? Existe aquele amigo que só proporciona coisas agradáveis a você? Inconscientemente, aplicamos uma contabilidade. Se alguém nos faz muito bem, relevamos certas coisas. São pessoas detentoras de crédito conosco. Algo assim: ele tem um temperamento difícil, mas quando precisei, ele me atendeu.
Com outros, seremos mais rigorosos e exigentes. Tendemos a julgar e a exigir, muitas vezes, que seja feita justiça. Se ele errou, tem que pagar. É a velha lógica: para os inimigos, a lei. Ou como diria uma máxima popular: “amigo meu não tem defeito, inimigo se não tiver, eu ponho”.
Nas relações entre casais, entre fornecedores e clientes, e mesmo entre países, há um tipo de contabilidade aplicada. Não se trata apenas de interesses, como costuma ser dito na diplomacia internacional, mas de um equilíbrio (lembro da teoria dos jogos de John Nash, prêmio Nobel de Economia de 1994 e inspirador do ótimo filme Uma Mente Brilhante).
Se aplicamos tal lógica em nosso dia a dia, não deveria surpreender que ela se aplique também à nossa própria vida. Há atitudes nossas que resultam em créditos ou débitos invisíveis – poderíamos chamar de uma espécie de merecimento positivo ou de merecimento negativo. No tema que diretamente estamos tratando nesta coluna, geramos merecimento positivo e negativo também em relação ao dinheiro.
Da mesma forma que não conseguimos só acertar em nossos relacionamentos, até com as pessoas que mais amamos, também não o fazemos no campo financeiro. Sem perceber, fazemos débitos invisíveis. Estes gerarão perdas ou dificuldades de ganho, mesmo que estejamos nos esforçando muito. Olhando de fora, parecerá uma questão de sorte ou azar, mas, como Einstein nos ensinou: Deus não joga dados.
Então, o que gera crédito ou débito nesta contabilidade invisível para o nosso merecimento em relação ao dinheiro? Meus estudos demonstraram que existem três fatores decisivos: a maneira como ganhamos o dinheiro (para a maior parte de nós, o trabalho), nossa relação com o dinheiro e de que forma o empregamos. É isto que veremos nos próximos artigos. Até lá!
Julio Sampaio
Mentor e Fundador do MCI – Mentoring Coaching Institute
Diretor da Resultado Consultoria