As relações internas do ser vivo empresa – 2

Qual a sua parcela na construção do tipo de relações que farão de uma empresa um lugar saudável ou doentio?

Na sequência de reflexões sobre a empresa ser vivo, iniciamos, no artigo anterior, a falar sobre um importante aspecto da dimensão personalidade: as relações internas. Destacamos, em especial, a responsabilidade dos sócios e líderes da organização, mas e quanto aos colaboradores? Qual a sua parcela na construção do tipo de relações que farão de uma empresa um lugar saudável ou doentio?

Somos responsáveis pelo mundo que construímos e esta ideia reforça a autoconsciência e a autonomia que, como adultos devemos conquistar. Pensar os colaboradores como agentes passivos e dependentes exclusivamente das atitudes dos sócios e líderes é, no mínimo, desprezar a capacidade destas pessoas. É considerá-las muito aquém do que são e do poder de transformação que possuem. Visões paternalistas assim podem ser consideradas até mesmo ofensivas. Logo, embora pareça óbvio, é importante reafirmar que os colaboradores são, sim, responsáveis em grande parte pelo tipo de relações estabelecidas em uma organização de qualquer tipo. 

Foto: freepick

Uma das atitudes que mais chama a atenção, por exemplo, é a gentileza. É o que ocorre quando, na condição de marido, mulher ou filhos, desleixamos com o tratamento pelo excesso de intimidade. São poupadas palavras como bom dia, boa noite, por favor, obrigado…etc. Cria-se assim, hábitos rudes e a boa educação é deixada de lado. O fator belo que deve existir nas relações desaparece e isto é um bom terreno para o surgimento de vários tipos de conflitos. Um profissional com quem conversei tinha em mente que tratamentos educados eram apenas formalidades, sendo ele mesmo, um agente propagador de maus hábitos. Grosseria gera grosseria.

Em épocas de trabalho presencial, os trabalhadores convivem uns com os outros, a maior parte do dia, a maior parte dos dias. A proximidade pode favorecer afinidades positivas e agravar afinidades negativas, o “não sei por que, mas não vou com a cara dele”. Não é preciso e, talvez nem desejável, que todos sejam amigos, mas a boa convivência produz bons frutos.

Outras atitudes podem ser citadas como importantes na criação de relações positivas como: a gratidão, a colaboração, o não julgamento, a preservação de confidências, o respeito à diversidade e à tolerância, dentre outras. São todas questões humanas que não dependem de leis, normas, políticas da empresa, ou mesmo de exemplos de cima da hierarquia. Estão relacionadas a sermos simplesmente melhores pessoas, o que reconheçamos, não é tão simples assim.

Criar relações internas positivas é fator essencial para a felicidade, qualidade e produtividade de uma empresa. É responsabilidade de sócios, líderes e colaboradores. O seu somatório chegará ao cliente e nas relações com os outros agentes de mercado.

Quanto às relações externas, como queremos que ocorram e como elas serão geridas? No próximo artigo, vamos pensar juntos sobre este fator? Ele também constitui uma parte importante da personalidade de uma empresa ser vivo. 

Julio Sampaio (PCC, ICF)

Idealizador do MCI – Mentoring Coaching Institute

Diretor da Resultado Consultoria, Mentoring e Coaching

Autor do Livro: Felicidade, Pessoas e Empresas (Editora Ponto Vital), dentre outros

Texto publicado no Portal Amazônia e no https://mcinstitute.com.br/blog/

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