Alquimia, felicidade e leis que valem para tudo

Princípios e leis que não transformam ferro em ouro, mas se aplicam a todos os setores, e que, uma vez considerados, constroem algo muito mais valioso.

Por Julio Sampaio de Andrade – juliosampaio@consultoriaresultado.com.br

“Nada pode ser obtido sem sacrifício. Para se obter algo, é preciso oferecer uma outra coisa em troca e de igual valor”.  Aprendi com um cliente que este é um princípio básico da alquimia, a Lei da Troca Equivalente. No atingimento de metas que exigem muita dedicação, oferecemos nosso esforço e tempo em troca do que almejamos. Metas importantes, exigem em troca, um esforço equivalente. Pessoalmente, não gosto da palavra sacrifício e opto pelo esforço.

 Confesso que tenho dificuldade em compreender a aplicação do princípio no caso da transformação de um metal grosseiro em ouro, pois onde estaria a equivalência de valor? Talvez isso invalide a própria alquimia, não a lei. O mais importante, porém, é perceber como o princípio é verdadeiro e o quanto ele se relaciona com outras leis universais.

Um destes princípios é o de causa e efeito. Ele se aplica claramente no universo, na natureza e nas nossas vidas. Não há como colher o que não plantamos e parece óbvio quando dizemos isso. No entanto, no dia a dia, muitas vezes, podemos ser levados a acreditar em sorte ou azar, classificando como acaso, o que não conseguimos explicar, não por que não exista uma causa, mas por desconhecê-la.

Aplicado à felicidade, o enunciado mais direto seria algo como: se queremos ser felizes, é preciso plantar felicidade. Nenhuma das leis de Newton é mais clara e mais verdadeira do que este princípio. Não por acaso, centenas de estudos da psicologia positiva demonstram que o altruísmo é um dos principais exercícios de felicidade. Aliás, isto já era apontado pela filosofia e pela maioria das milenares religiões.

Uma outra prática que todos os estudos relacionam com a felicidade nos leva ao que podemos considerar um outro princípio, a gratidão. Ela é tão poderosa que é impossível ser feliz sem ser grato. A criação de um modelo mental positivo é essencial para percebemos com profundidade o que recebemos. Esta percepção, que depende da nossa maneira de pensar e de enxergar o mundo, representa, porém, apenas o primeiro passo. A gratidão, como sentimento, só se completa quando se transforma em ação.

Trazendo para a vida prática, do que adianta eu me sentir muito grato a alguém, se eu não manifestar isto de uma maneira concreta, por ações que equivalham a este sentimento? Materializo a minha gratidão, por exemplo, quando aproveito as oportunidades para ser útil a esta pessoa. Se sou grato ao universo, posso aproveitar as oportunidades de ser útil ao universo, ou seja, às outras pessoas e à natureza. Está aí em ação a Lei da Troca Equivalente.

Nas relações entre casais, entre pais e filhos, entre amigos, entre patrões e empregados, entre clientes e fornecedores, esta lei deve ser respeitada. Poderíamos apelidá-la de Lei da Reciprocidade. Se não houver equivalência de valor, ou seja, reciprocidade plena, esta relação não será saudável e sustentável. Logo, surgirão desinteresses ou conflitos. Isto atende a um outro princípio, o da Ordem e da Harmonia, ensinado pelo filósofo Mokiti Okada. Para ele, a desarmonia é o que, olhado por uma prisma maior, será a própria forma de reestabelecer a harmonia.

São princípios e leis que podem parecer simples ou complexos. Eles não transformam ferro em ouro, mas se aplicam a todos os setores, e, uma vez considerados, constroem algo muito mais valioso, a felicidade.

Sobre o autor

Julio Sampaio (PCC,ICF) é idealizador do MCI – Mentoring Coaching Institute, diretor da Resultado Consultoria, Mentoring e Coaching e autor do livro Felicidade, Pessoas e Empresas (Editora Ponto Vital). Texto publicado no Portal Amazônia e no https://mcinstitute.com.br/blog/.

*O conteúdo é de responsabilidade do colunista

Publicidade
Publicidade

Relacionadas:

Mais acessadas:

Arte rupestre amazônica: ciência que chega junto das pessoas e vira moda

Os estudos realizados em Monte Alegre, no Pará, pela arqueóloga Edithe Pereira, já originaram exposições, cartilhas, vídeos, sinalização municipal, aquarelas, história em quadrinhos e mais,

Leia também

Publicidade