A linguagem do universo e da sincronicidade

Dialogar com a vida pode não ser tão difícil. Inicialmente, precisamos aceitar a ideia de que o universo não é um caos e que tudo que ocorre tem um sentido.

Há uma linguagem em que não fomos alfabetizados e que não aprendemos na escola. Ela está espalhada por todos os lados, nos pequenos sinais, nas chamadas coincidências, nos encontros e desencontros, nos ciclos que ocorrem de tempos em tempos, nas pessoas que vêm e que vão, nas dificuldades que se repetem e se repetem, como a nos dizer que não passamos de ano, não aprendemos o que precisamos aprender, ou que não mudamos o que precisamos mudar. Enquanto isso não ocorre, repetimos as lições. “Mas, de novo? Parece que só acontece comigo!”. Quem nunca teve um pensamento assim?

Como toda linguagem, ela é formada por símbolos e, se aprendermos o seu significado, conseguiremos compreender e ser compreendidos. Neste caso, o interlocutor é a própria vida.

Dialogar com a vida pode não ser tão difícil. Inicialmente, precisamos aceitar a ideia de que o universo não é um caos e que tudo que ocorre tem um sentido. Este primeiro passo pode ser revolucionário para mentalidades excessivamente concretas, com dificuldades de aceitar a inteligência que comanda todo o universo. Sendo algo que vai além da ciência, não é possível o maior caber dentro do menor, mas o desenvolvimento científico contínuo permite que dela se aproxime gradualmente.

Um segundo passo importante é a observação isenta. Olhar, por exemplo, a nossa própria história pode nos dizer muito. Este é um dos objetivos de alguns dos exercícios que empregamos em cursos e programas de desenvolvimento. Como você conta a sua história? O que você destaca de sua infância, adolescência, juventude e maturidade? Se imagine hoje aos 90 anos, como você contaria a sua história aos 90 anos? Nossa história, nossos talentos, nossas oportunidades, nossas dificuldades e as pessoas com quem encontramos pelo caminho, dizem muito sobre o que a vida quer nos comunicar. Mokiti Okada nos ensina que tudo no universo está em ordem. A aparente desordem é um erro de ponto de vista.

Foto: Reprodução/Linkedin

 Sempre lembro uma frase de Steve Jobs: “Só percebemos as sincronicidades quando olhamos para trás…”. Também o grande neurocientista Carl Jung se interessou pelo tema. Realizou estudos de biografias, com ajuda de físicos e matemáticos, e concluiu que há fatos que estatisticamente não poderiam ser atribuídos à aleatoriedade. Chegou a dizer que gostaria de viver mais, a fim de se aprofundar no estudo das sincronicidades.

Rudolf Steiner criou a teoria dos septênios, indicando ciclos que o ser humano passa de sete em sete anos, dentro de ciclos maiores de amadurecimento biológico, emocional e espiritual. A Dra. Gudrun Burkhard e outros pesquisadores publicaram livros e trabalhos sobre biografias, apontando como estes ciclos ocorrem em vidas reais. Todos os estudos indicam que nossas vidas não são um amontoado de fatos ao acaso.

A frase acima de Steve Jobs é complementada por ele mesmo: “Para frente é preciso ter fé e seguir o coração. De alguma forma ele sabe para onde você precisa ir”. E este é o terceiro passo: nos permitir ouvir a nossa intuição. O que a vida quer nos comunicar? O que queremos perguntar à vida? A partir daí, dar espaço ao nosso Eu do momento, buscando captar o que vem, nos fatos, na mente, no coração. É o que Henri Bergson chamou de Filosofia da Intuição.

Na abertura ou encerramento de reuniões ou atendimentos no MCI, costumamos fazer uso divertidamente de uma função da plataforma Felicidade Consciente MCI. Esta função é “O que o Universo nos traz hoje”, um botão que traz aleatoriamente um dos princípios ou exercícios do método. Na maior parte das vezes, a mensagem parece uma resposta direta do que estávamos discutindo ou que ainda será tratado. Com frequência, as pessoas perguntam: este texto foi escolhido? Eu rio e respondo: “não, não temos este poder. Talvez tenha sido mesmo o universo”.

Mas a resposta não vem da plataforma. Ela está em todos os lugares. A vida está nos dizendo algo o tempo todo. Precisamos aprender esta linguagem, mesmo que não tenhamos uma explicação completa sobre ela. Aliás, quando aprendemos a falar quando crianças, nem sabíamos o que era uma linguagem, não é mesmo?

Sobre o autor

Julio Sampaio (PCC,ICF) é idealizador do MCI – Mentoring Coaching Institute, diretor da Resultado Consultoria, Mentoring e Coaching e autor do livro Felicidade, Pessoas e Empresas (Editora Ponto Vital). Texto publicado no Portal Amazônia e no https://mcinstitute.com.br/blog/.

*O conteúdo é de responsabilidade do colunista 

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