Se pretendemos escolher a semente que brotará no futuro, precisamos incialmente sonhar e nos permitir, ainda no plano invisível, vivenciar a realidade que um dia queremos ver materializada.
Será que isto também vale para a nossa carreira profissional, para a família que construímos ou vamos ainda formar? Para as viagens das férias? Para o negócio que vamos empreender? Será que vale para as nossas finanças pessoais? Neste último, que é o tema de nossa conversa atual, como seria esta construção?
Penso que, aplicado ao campo do nosso dinheiro, este processo é determinante. E ter esta percepção faz toda a diferença. Da mesma maneira que, no caso de uma construção de uma obra qualquer, nossa realidade financeira começará a ser construída no invisível. É de lá que surgirá a primeira semente, tenhamos ou não consciência disso. Podemos, no entanto, deixá-la ao acaso, permitir que outros o façam por nós, nos incutindo falsas necessidades, desejos ou crenças, ou podemos ainda, escolher que sementes desejamos cultivar. O que queremos?
Se pretendemos escolher a semente que brotará no futuro, precisamos incialmente sonhar e nos permitir, ainda no plano invisível, vivenciar a realidade que um dia queremos ver materializada. Não é o único, mas é o primeiro passo, aquele que sempre será necessário, qualquer que seja o destino.
Em artigos anteriores, conversarmos sobre a importância de ter um orçamento escrito e de nos livrar das dívidas, com a execução de um bom plano de ação. Tudo isso exige esforço, determinação e até sacrifícios iniciais. Para ultrapassar esta fase, precisamos ter mais do que o sentimento da sobrevivência e do olhar a curto prazo. Precisamos acreditar que, um dia chegaremos ao Oásis, ao podium, a uma chegada triunfante, quando tudo que enfrentamos até agora terá valido a pena. Precisamos de um cenário de sonho.
Com este sentido, costumo sugerir que, no estágio inicial, façamos três cenários de orçamento (por escrito). O primeiro, básico, quando destinamos parte do que ganhamos para liquidar dívidas e nos livrarmos do rush que elas nos impõem. Já neste momento, sugiro incluir o aspecto doação, de tempo e de dinheiro, para causas com que nos identificamos e que servirão de grande impulso para atingirmos os demais cenários.
Um segundo, já sem estas dívidas, projetando o que seria o nosso orçamento, com os mesmos ganhos, porém sem dívidas e prestações. É uma situação muito mais confortável e prazerosa, que já representará uma importante conquista.
E finalmente, o cenário dos nossos sonhos. Como queremos estar um dia, destinando uma significativa parte do que recebemos para a nossa própria realização, desenvolvimento e desfrute, sem culpas e sem cobranças, com a sensação de quem mereceu chegar lá. É um cenário existente, por enquanto, apenas no invisível. É também uma pequena semente, pois é lá, nesta dimensão, que tudo começa a ser construído.
Como fazer esta semente crescer e se materializar é assunto para o próximo artigo. Até lá!
Julio Sampaio de Andrade é mentor e Fundador do MCI – Mentoring Coaching Institute. Diretor da Resultado Consultoria e autor do Livro: O Espírito do Dinheiro (Editora Ponto Vital)
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