Os temas mais polêmicos da discussão então os prejuízos ao ano letivo das crianças, saúde mental dos alunos e professores e medidas sanitárias adequadas.
Diante de uma das pandemias mundiais mais assoladoras que vemos nos últimos tempos, com mais de três centenas de vidas ceifadas no Brasil, entendemos que muitas são as decisões a serem tomadas para que o mundo e a economia não pare.
O retorno das aulas presenciais é uma delas. Diante de uma das pandemias mundiais mais assoladoras que vemos nos últimos tempos, com mais de três centenas de vidas ceifadas no Brasil, entendemos que muitas são as decisões a serem tomadas para que o mundo e a economia não pare.
Eu mesma tenho amigas que ainda estão reticentes sobre levar ou não suas crianças de volta ao presencial e eu entendo que tudo deve ser levado com leveza, inclusive a decisão de voltar ou não. Porém creio que as crianças necessitam deste momento de relacionamento com outras crianças e a ausência disso por mais de ano, certamente está trazendo prejuízos, em menor ou maior escala, para seu desenvolvimento social que só poderão ser observados mais tarde.
No momento de retomar a rotina de acordar cedo, vestir uniforme, preparar lancheira, os pais se deparam algumas vezes com resistência da criança. Elas surgem com alguns questionamentos e medos, afinal, elas também estão sendo afetadas e estão assustadas com muita coisa, apesar de desejarem ardentemente voltar à sua rotina.
Neste ponto gostaria de dar duas sugestões para aqueles que optam por ter uma tranquilidade nesse processo e que querem naturalmente que suas crianças vivam este retorno com alegria, segurança e disposição.
1 Serenidade é a base
Transmita paz para sua criança. Busque preencher as emoções e a mente dela com situações positivas. Lembre-se que o cérebro fantasia e as vezes entra em desespero, sendo capaz de sentir todos os sintomas sem realmente estar doente. Se a criança estiver em paz, ela agirá com naturalidade e consciência de seu papel neste retorno.
2. Diálogo como fonte de informação e prevenção:
Sua criança tem linguagem própria e, de acordo com a sua faixa etária, explique, de forma resumida, o que é o coronavírus e o que cada pessoa pode fazer para se prevenir. Pode parecer bobagem já que há um ano estamos vivendo com esse inimigo comum e elas já sabem muito a respeito, mas é na hora que a criança está longe dos pais que todo o conhecimento vai fazer diferença para que ela demonstre que foi e está sendo bem orientada em casa e pronta para ser um “agente fora da bolha” que vai tomar medidas com responsabilidade.
Abaixo alguns passos para este momento:
- Pergunte para a criança sobre o coronavirus e o que ela já sabe a respeito;
- Diga a ela como ela pode se proteger e proteger seus amiguinhos;
- Ofereça segurança, informando que o ambiente escolar estará devidamente higienizado, e se cada um fizer sua parte, todos estarão seguros;
- Oriente sobre quem estará por perto quando da ausência da família e que poderão ajudar se a criança tiver duvidas: professores e coordenadores da escola.
- Mostre-se disponível e que se for necessário busca-lo mais cedo na escola você estará sempre pronto a fazê-lo.
Para os pais que sentem dificuldade em estar bem, diante do quadro mundial e tendo que ver suas crianças saírem para locais potencialmente inseguros, sugiro que busquem algumas medidas que passam pelo equilíbrio, serenidade, responsabilidade e segurança.
Não tenha duvidas de que este período vai passar, mas que precisamos de cuidados especiais. Também não caia na tentação de ouvir palpites demais, ou se encher de informações negativas que possam desencadear sintomas de ansiedade. Você precisa estar bem para que seus filhos fiquem bem.
Durante a pandemia surgiram muitas emoções que estavam engavetadas, mas que agora precisam ser trabalhadas, tais como: agressividade, impulsividade, angustia, arrependimento, desespero, desgosto, preocupação, rancor, nojo, apatia, saudades, sensação de impotência, stress, ansiedade, tédio, medo, tristeza, raiva, entre outros.
Não é difícil você identificar estes sentimentos em você mesmo ou em suas crianças, portanto, se coloque na condição de quem pode ajudar as crianças, pois elas também sentem e nelas as consequências são desastrosas porque, ainda que não falem ou demonstrem tais sentimentos, na vida adulta isso irá se estabelecer muitas vezes através de doenças de ordem emocional como a depressão. Então vamos tratar na infância para não refletir no futuro.
Estabeleça uma rotina em comum acordo com as crianças, de forma diversificada e divertida. Deixe sempre claro as regras, enfatizando o que elas podem fazer.
Quando as obrigações escolares começarem a chegar, organize um cronograma junto com a criança para que as tarefas não se acumulem e acabe gerando stress.
Nessa rotina, não esqueça de colocar o momento light. Resgate jogos, brincadeiras, leituras de livros, filmes e partilhem deste momento juntos. Estimule essa união em sua casa, e não esqueça, tudo começa na família.
Deus nos ajude e nos capacite nessa árdua missão.
Até a próxima!
Marcya Lira é Pedagoga com experiência em coordenação e administração escolar. Atualmente Diretora Executiva da Fundação Rede Amazônica e Líder de voluntariado de ensino sobre valores bíblicos para famílias e líderes cristãos no Brasil através do Geração Futuro e Geração Elo.