“Tu vais para Parintins?”. Escuto, nessa época, quase que diariamente a pergunta que não quer calar. E, geralmente, na minha boa maneira de ser, respondo: “Este ano, não vou.”
O pior de tudo é a réplica de quem pergunta. “Você sempre diz que não vai, mas vai!”. Como nós, os caboclos, dizemos, ‘o pior que é verdade’, pego minha maleta e me mando para a Ilha Tupinambarana, esquecendo todas as promessas de não voltar no ano seguinte.
A bem da verdade, amo demais Parintins (apesar de amar Borba, onde sou cidadã borbense). Me seduziu há 20 anos, quando fui pela primeira vez e nunca mais deixei de ir. Existe algo ali que me energiza, me abastece de coisas boas, de vibrações positivas e que me deixam o resto do ano na maior felicidade.
Gosto do Festival e adoro os bumbás. Tudo na essência da palavra, sem tirar e nem por. Um dia, faz tempo, alguém me entrevistou e fez a pergunta:”onde você gostaria de morar, daqui a 20 anos?”. Lasquei a resposta, sem nem titubear: “Fico na dúvida, se em Nova York, ou Parintins!” Sou assim. Polarizada. De extremos. Verdadeira. Ainda estou pensando qual das duas cidades. Porém, vou decidir. Ah, este ano vou, sim, para Parintins. Até.