“Boa Vista de Antigamente” – Grupo resgata e celebra a história de Boa Vista com imagens antigas

O grupo, criado no Facebook, incentiva seus membros a publicarem imagens de arquivo pessoal que demonstram como era o cotidiano da cidade no passado.

“Boa Vista linda meu luar, minha musa de cantar”.

Este verso da canção Canto das Pedras, composta por Zeca Preto e Neuber Uchôa, define bem o amor que os boa-vistenses sentem pela capital roraimense, que nessa sexta-feira (9) completa 131 anos. Tendo isso em vista, o blogueiro Wilson Clemente, de 60 anos, decidiu criar o grupo “Boa Vista de Antigamente” no Facebook, com o intuito de incentivar os membros a publicarem imagens e vídeos da capital no passado.

O grupo já conta com mais de 20 mil membros, entre habitantes de Boa Vista e ex-moradores da capital. O intuito é simples: resgatar a história, a tradição e a memória da cidade.

Foto: Reprodução/Facebook/Wilson Clemente

Wilson conta que teve a ideia de criar o grupo quando percebeu que outras cidades tinham comunidades com intuito semelhante.

“Eu vi um grupo em Recife com mesmo nome, e notei que tinham outros pelo Brasil. Como eu tinha um acervo de fotos antigas em meu computador, resolvi fazer um grupo aqui também. Aí surgiu o ‘Boa Vista de Antigamente'”, conta o blogueiro.

Antes (1909) e depois (2013) da Igreja Matriz Nossa Senhora do Carmo — Foto: Reprodução/Facebook/Cleomar Magalhaes — Rodrigo Menaros/G1 RR

Além de Wilson, 14 moderadores ajudam a manter o grupo organizado, pois o Boa Vista de Antigamente conta com diversos membros ativos e muitas postagem diárias desde que foi criado, há três meses.

“O que eu acho mais bonito e impressionante é a participação das pessoas no grupo, é a coisa mais importante. Amigos e parentes se reencontraram e viramos todos uma comunidade, uma grande família”, relata Wilson.

Imagem antiga postada por membro do grupo — Foto: Reprodução/Facebook/Silvio Bonfim

Wilson Clemente afirma, com orgulho, que o grupo de sua autoria já é o “maior acervo online de fotografias e vídeos de Boa Vista”.

“Posso dizer hoje que o grupo tem o maior acervo de fotografias e vídeos antigos da nossa cidade e das nossas famílias. Durante a pandemia os participantes do grupo abriram seus baús e revelaram verdadeiras relíquias! Entre elas a foto aérea do Hamilton Rice da construção da Prelazia datada de 1924 que está hoje na capa do grupo e ninguém tinha visto”, conta o criador do grupo.

Registros da igreja São Sebastião, no centro da capital — Foto: Reprodução/Facebook/Wilson Clemente —- Valéria Oliveira/G1

De acordo com o blogueiro, o grupo tem uma luta que é a reivindicação das autoridades responsáveis na preservação de espaços que carregam em sua estrutura a história da capital roraimense.

“A luta do grupo hoje é chamar a atenção do poder público para não deixar apagar nossas memórias. Cada reivindicação é vista, e isso chamou atenção para alguns prédios históricos da cidade em situação de abandono. Por exemplo a casa dos antigos governadores na avenida Jaime Brasil. Esse monumento que tanto nos deu alegria precisa ser preservado”, conta o Wilson.

Imagem antiga postada no grupo Boa Vista de Antigamente — Foto: Reprodução/Facebook/Elci-Augusto Monteiro

“Boa Vista é muito linda e tem muita história, não podemos deixar isso se perder”, declara Wilson Clemente.

Wilson conta ainda planos para o futuro, quando todos os habitantes de Boa Vista estiverem vacinados contra a Covid.

“Assim que todo mundo se vacinar, pretendemos fazer um grande encontro na praça do Centro Cívico, onde todos que quiserem participar possam se reunir para darmos uma volta na cidade antiga, conhecer a história dessa capital tão linda. Tem muitos prédios antigos que estão intactos, só estão cobertos por outdoor, queremos reivindicar a preservação desses lugares”.

Ginásio Totozão, durante sua construção e em 2017 — Foto: Reprodução/Facebook/Wilson Clemente — Reprodução/Rede Amazônica

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Natural da cidade de Ponta de Pedras, na Ilha do Marajó, ele era conhecido como o roqueiro mais antigo do Brasil.

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