O estado produz mais de 90% do café cultivado na região e é o quinto maior produtor de café do país.
O café está presente no dia a dia do amazônida: seja pela manhã, após o almoço ou até no lanche da tarde, é inevitável passar despercebido o aroma dessa bebida tão apreciada.
No Brasil que existem três datas especiais para o grão: a primeira é em 14 de abril, com o Dia Mundial do Café; a segunda, dia 24 de maio, o Dia Nacional do Café e por fim, no dia 1º de outubro, tem o Dia Internacional do Café.
Você sabia que mais de 90% do café da Amazônia é produzido em Rondônia? E que as estimativas de produção para esse ano ultrapassam os três milhões de sacas? Neste Dia Nacional do Café entenda a importância da data e conheça o estado mais cafeicultor da região.
Criado para lembrar toda a cadeia de produção de grãos, além dos cafeicultores, a data foi adicionada ao Calendário de Eventos do Brasil pela Associação Brasileira da Indústria de Cafés, em 2005.
Nesse sentido, a Amazônia como um todo produz os cafés Robustas Amazônicos. Robusta e Conilon que são variedades botânicas das espécies Coffea canephora, as mais produzidas e consumidas no mundo.
O pesquisador da Embrapa e engenheiro agrônomo Enrique Alves conta ao Portal Amazônia que o estado de Rondônia produz mais de 90% do café cultivado na região e é o quinto maior produtor de café do país.
Primeiramente, há de se levar em consideração que, em mais de 50 anos, o Estado de Rondônia, responsável por mais de 90% de todo o café da Amazônia, conseguiu manter e ampliar a sua capacidade produtiva
diz.
Cafeicultura sustentável
Para entender a cafeicultura na região, é importante ressaltar antes sobre os aspectos sustentáveis da mesma. O pesquisador Enrique comenta:
“Para uma atividade agrícola ser considerada sustentável, é preciso que ela leve em consideração que os meios de produção podem se tornar finitos. Principalmente se não forem utilizados de forma racional. Outra informação importante, a sustentabilidade deve ser encarada como um tripé, que tem como suporte questões econômicas, sociais e ambientais.[…] A cafeicultura na Amazônia é sustentável sob vários aspectos. Mas, ainda existe muito a evoluir.”
ratificou o engenheiro agrônomo.
O pesquisador relata que nos últimos 20 anos, saltou de 2 para 3 milhões de sacas beneficiadas de café. Isso mesmo com a redução de 80% da área plantada.
Exemplo: Antes eram produzidas 10 sacas de café por hectare; hoje, são 45 sacas no mesmo espaço, graças ao emprego de tecnologias adaptadas às condições de cultivo amazônica.
“Terroir Amazônico”
Por falar em condições de cultivo, as duas variedades botânicas produzidas na região não são nativas daqui, e sim da África. Ainda assim, são muito bem adaptadas ao clima e solo da região e devido a isso a quantidade de adequações tecnológicas tende a ser menor.
“Os Robustas Amazônicos são tolerantes ou resistentes a importantes pragas e doenças do café. Além disso, possuem vigor, rusticidade e se desenvolvem bem até mesmo sem irrigação”
afirmou o pesquisador.
Por isso, recebe o título de “terroir amazônico” e conquistou o reconhecimento da primeira Indicação Geográfica (IG) do mundo, do tipo Denominação de Origem (DO), para cafés canéforas sustentáveis do mundo. O registro de Indicação Geográfica é concedido a produtos ou serviços que são característicos do seu local de origem.
A área classificada como “Matas de Rondônia” na Identificação Geográfica abrange 15 municípios. São eles:
- Alta Floresta D’Oeste
- Alto Alegre dos Parecis
- Alvorada D’Oeste
- Cacoal
- Castanheiras
- Espigão D’Oeste
- Ministro Andreazza
- Nova Brasilândia D’Oeste
- Novo Horizonte do Oeste
- Primavera de Rondônia
- Rolim de Moura
- Santa Luzia D’Oeste
- São Felipe D’Oeste
- São Miguel do Guaporé
- Seringueiras
Por fim, é importante destacar a geração de renda relativa à cafeicultura. Alves mostra que
“O café é responsável por gerar renda para mais de 17 mil famílias. Cada uma com uma área média de 4 hectares de lavoura. Cerca de um quinto de toda mão de obra agrícola do estado está empregada nas lavouras de café. Em resumo, uma cultura com estas características representa a sobrevivência da agricultura familiar de pequena escala e menor pressão sobre a floresta”
finalizou.