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Segunda, 29 Mai 2023

Designer aceito em "clube de gênios" recriou faces de crânios que fazem parte de acervo de museu rondoniense

Rondônia faz parte do currículo de pesquisas do designer gráfico brasileiro Cícero Moraes. Ele acabou de entrar para a Mensa International, um "clube de gênios", considerada a maior sociedade de alto QI do mundo.

Há quatro anos, durante a Campus Party em Rondônia, Cícero divulgou um estudo que unia tecnologia, história e arqueologia. O projeto ajudou na análise sobre o processo de ocupação humana no Estado.

Tudo começou quando Cícero entrou em contato com o Museu da Memória Rondoniense para ter acesso a artefatos do acervo local: crânios humanos encontrados em áreas de garimpo nas margens do Rio Madeira, entre o Porto do Cai n'água até o Belmonte. O material foi coletado por arqueólogos e garimpeiros.

A intenção era fazer a reconstrução facial em 3D. Essa técnica recria a face de um indivíduo a partir de um crânio, seja ele completo ou não. Com os recursos tecnológicos atuais, a reconstrução acontece geralmente após a digitalização da ossada.

Infográfico mostra evolução para elaboração de rosto em 3D. Foto: Reprodução

Durante o projeto, Cícero reconstruiu, a partir do crânio coletado no Rio Madeira, o rosto de um indígena. A datação relativa dos crânios é de aproximadamente 3 mil anos.

Com a ajuda dessa reconstrução foi possível ter uma noção básica das características étnicas da população originária da época.  A pesquisa é uma das peças que ajuda na memória do Estado.

"Com acesso a tecnologia eu posso estar em Mato Grosso fazendo pesquisas com o pessoal da Espanha, até da Malásia, que é tão distante. As riquezas arqueológicas, aí de Rondônia, por exemplo, são interessantes e podem ser acessadas, da parte informativa, por pessoas do mundo inteiro. Com a tecnologia que eu desenvolvo tenho a alegria de trocar informações com o mundo inteiro", 

comentou Cícero.
Cícero Moraes reconstrói faces virtualmente. Foto: Reprodução

Quem é Cícero?

Cícero é morador de Sinop, no norte de Mato Grosso. Ele é professor, palestrante e especializado em reconstrução facial. Ele entrou para o Guinness Book 2022 – o livro dos recordes –, após reconstruir o casco de um jabuti que perdeu a proteção durante um incêndio em 2015.

Ele também participou de outra empreitada: um estudo arqueológico iniciado 25 anos atrás que somado a um minucioso trabalho de animação gráfica, revelou a face de uma das primeiras pessoas a ter habitado o Brasil, é Zuzu.

A história de Zuzu começou a ser contada em 1997, quando pesquisadores encontraram no Parque Nacional da Serra das Capivaras – onde existem mais de 1.000 sítios arqueológicos no coração da caatinga do Piauí – partes de um crânio de um indivíduo que integrou um grupo de paleoíndios.

Foi descoberto que o crânio encontrado pela equipe da pesquisadora Niède Guidon no final dos anos 1990 era de um indivíduo que viveu 10 mil anos atrás. Nomeado de Zuzu, o crânio passou a ser exibido em um dos museus do parque, e teve a sua história estudada a partir dos fragmentos encontrados e das pinturas feitas nas rochas da região. 

*Por Ana Kézia Gomes, do g1 Rondônia

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