A ilha geomagnética no Pará, conheça a Ilha de Tatuoca

Localizada a 12km da costa, a pequena ilha abriga um dos dois observatórios magnéticos do Brasil em funcionamento.

A ilha de Tatuoca é uma pequena ilha localizada a 12km da costa no estado do Pará. Há 62 anos, sua localização possui uma posição estratégica: é um dos dois pontos brasileiros de captação magnética da Terra e responsável pela medição de importantes fenômenos geofísicos.

O acesso para a ilha é feito apenas por barco, com uma viagem de cerca de 30 minutos, saindo da cidade de Icoaraci. O observatório magnético é coordenado pela pesquisadora Grantee do Serrapilheira Katia Pinheiro, onde a ilha vem se destacando como centro de pesquisas magnéticas.

Os observatórios magnéticos brasileiros pertencem ao Observatório Nacional, criado em 1827 por Dom Pedro I. Além de Tatuoca, a instituição ainda conta com o observatório de Vassouras, localizado no centro-sul do Estado do Rio de Janeiro, fundado em 1915. No entanto, por conta do crescimento da cidade, as interferências já são perceptíveis nos dados.

Foto: Reprodução / Katia Pinheiro

Por outro lado, Tatuoca não possui moradores, carros nem atividade alguma além do observatório magnético, e, por conta disso, o ambiente é propício para as captações. Para preservar essas captações e o ambiente, o controle para entrar é rigoroso: não se pode entrar no observatório com qualquer item que contenha metal e possa criar interferência, como brincos, cintos, etc.

A mais recente descoberta feita pelo observatório foi em setembro de 2020, mostrou resultados importantes sobre o chamado eletrojato equatorial, dados extraídos de mais de 60 anos, apontam que o deslocamento magnético do equador no Brasil foi o maior em comparação ao resto do mundo, 1100 km de deslocamento para o norte. Em consequência, o eletrojato equatorial gera uma amplificação da variação diurna 1 da componente horizontal do campo.

O estudo mostra a forma e intensidade de como a variação diurna no observatório ao longo dos anos. Em comparação aos campos gerados por correntes de baixa e médias latitudes, o campo magnético mostra uma maior amplitude de variação, ocasionando influência nas estações do ano e oscilações atmosféricas.

Outra importante descoberta foi feita no ano de 2012, onde foi registrado a passagem do Equador magnético, onde o campo é de forma horizontal. O fenômeno tem sua importância para os estudos de geofísica espacial e para pesquisas que envolvam a evolução do campo no núcleo.

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