Agricultores familiares e indígenas expõem desafios da produção de alimentos na Amazônia

Objetivo foi ouvir a comunidade sobre os desafios, dificuldades e individualidades do município de Cotriguaçu, no Mato Grosso, na produção das cadeias com que trabalham.

Agricultores familiares e indígenas de Cotriguaçu, no Mato Grosso, participaram das oficinas comunitárias para implementação do Plano Municipal de Agricultura Familiar e Indígena (PMAFI) no início de agosto. O objetivo foi ouvir a comunidade sobre os desafios, dificuldades e individualidades do município na produção das cadeias com que trabalham.

Participaram os indígenas da etnia Rikbatksa; membros das comunidades Lambari, Santa Clara, Linha Gaúcha, Vale Verde; e representantes da Associação dos Produtores e Feirantes de Cotriguaçu (Aprofeco) e da Associação de Coletores e Coletoras de Castanha do PA Juruena (ACCPAJ).

O evento foi uma iniciativa do programa TerrAmaz, com o auxílio do Instituto Centro de Vida (ICV), da ONF Brasil, da Prefeitura Municipal de Cotriguaçu, do Cirad, da Agence Française de Développement (AFD) e da Agronemes et Vétérinaires Sans Frontières (AVSF).

Conforme explicou o coordenador do projeto, Eriberto Muller, as seis oficinas foram realizadas em lugares distintos para que todos os agricultores fossem ouvidos e representados dentro do PMAFI.

“A gente acredita que um plano bem robusto, bem consolidado, deve ser construído com a sociedade civil. A proposta do Terramaz é buscar dentro das comunidades que representam a agricultura em Cotriguaçu quais são as ações, as demandas, qual a visão de futuro para a gente pautar o plano municipal”, disse.

Com as informações colhidas nas oficinas comunitárias, os representantes de cada comunidade devem se reunir novamente para uma oficina municipal. Então, todas as informações serão documentadas para a elaboração do plano municipal.

Foto: Reprodução/ICV

No primeiro momento, conforme conta o coordenador, foram identificadas a produção de hortifrutigranjeiro, pecuária de leite e de corte, castanha, babaçu, mel, cacau, entre outras: “A intenção é que esse documento tenha o Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável (CMDRS) como guardião, para oficializar uma proposta de norma legal para encaminhar para a Câmara de Vereadores e para o prefeito municipal. Depois, que se torne uma política pública efetiva mesmo que faça uma ligação com o Plano Estadual da Agricultura Familiar (PEAF)”.

A consultora em facilitação de processos participativos do ICV Fernanda Maschietto destacou que os representantes do Conselho ainda têm o papel de monitorar o processo de implementação do plano após a sua elaboração.

“É muito importante esses elementos de participação nas oficinas, porque cada município e cada comunidade dentro do município tem sua particularidade, apesar de ter a política estadual, a gente não pode aplicar ela, considerando que existe uma diversidade muito grande na realidade da agricultura familiar”, 

explicou.

TerrAmaz

O projeto Territórios Amazônicos (TerrAmaz) é financiado pela AFD e implementado pelo CIRAD, em parceria com a ONF Internacional e a AVSF. Em Cotriguaçu, ele é coordenado pelo Instituto Centro de Vida (ICV) e pela ONF Brasil.

Um de seus objetivos é apoiar os territórios amazônicos na implementação de suas políticas de combate ao desmatamento econômico de baixo carbono e conservação de ecossistemas, além da promoção de práticas de sustentabilidade. 

Publicidade
Publicidade

Relacionadas:

Mais acessadas:

1° do Norte: autor amapaense Gian Danton recebe principal título dos quadrinhos no país

Com mais de 30 anos de carreira, Gian Danton consolida posição de Mestre do Quadrinho Nacional entre os principais nomes do país. Título é considerado o mais importante do Prêmio Angelo Agostini.

Leia também

Publicidade