‘Templos de fé’: as histórias de seis igrejas famosas em Manaus

A saga dos templos religiosos se fundem com a história da capital amazonense desde a data se suas construções.

A religião é importante para muitas pessoas. Em Manaus (AM), por exemplo, a igreja católica reúne um número grande de fiéis, que se reúnem para celebrar sua fé. Uma das provas disso, é a quantidade de templos religiosos que são da fé católica.

O Portal Amazônia buscou a história das principais igrejas da capital amazonense. Confira:

Matriz

Popularmente conhecida como ‘Igreja da Matriz’, a Catedral Metropolitana de Manaus Nossa Senhora da Conceição é a catedral da Arquidiocese de Manaus. Localizada na Praça XV de Novembro, no centro histórico da cidade, foi inaugurada em 1877. A igreja remonta a antiga capela de 1695 construída pelas missionários carmelitas, após uma carta régia enviada à área do Rio Negro, nas proximidades da Fonte de São José da Barra do Rio Negro em 1694 para que fossem construída uma primitiva capela para que os indígenas de várias etnias que habitavam na época pudessem frequentar. A igreja era simples, feita de taipa e sua cobertura era de palha.
Igreja da Matriz. Foto: Eliana Nascimento/Rede amazônica

Em 1791, Lôbo d’Almada mandou reedificar a Igreja Matriz, e apesar de não ser de grandes dimensões, era confortável com uma decoração valiosa. Alguns meses antes da criação da Província, a principal construção religiosa da Cidade da Barra, a Igreja Matriz sofreu um incêndio sem causas esclarecidas.

Após o incêndio, em 26 de maio de 1877, o presidente Domingos Jacy Monteiro declarou que a construção da Igreja Matriz poderia ser considerada concluída após desavenças político-religiosas. Em 15 de agosto de 1877, o templo da chamada Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição recebeu as bênçãos pelo padre Santos Pereira.

São Sebastião

A primeira capela de São Sebastião erguida em Manaus data de 1859, ano em que chegaram os missionários franciscanos, da Irmandade de São Sebastião. Era uma ermida em madeira, coberta de palha, instalada nos fundos do terreno onde esses religiosos residiam, na antiga Rua Conde D’Eu, atual Monsenhor Coutinho, no Centro.

A igreja foi inaugurada em 7 de setembro de 1888, mas somente com uma torre. Por volta de 1890, ainda houve a tentativa de se construir a segunda, o que não chegou a acontecer.

Existem três hipóteses para o fato de a igreja ter somente uma torre:

  • A primeira diz que as igrejas frequentadas por escravos possuíam uma única torre para distingui-las das visitadas pelos ricos.
  • Já a segunda, fala que o navio que transportava a peça da Europa para Manaus tinha afundado. 
  • A última – e mais aceitável – é a que o terreno oferecia pouca estabilidade e, por isso, os engenheiros da época houveram por bem não aumentar o peso da edificação.
Igreja de São Sebastião. Foto: Salles Neto/Acervo Pessoal

Em 15 de agosto de 1906, a igreja foi entregue aos Capuchinhos Lombardos, da Itália. Em 14 de setembro de 1909, com a saída destes para a missão do Pará, foram substituídos pelos também italianos Capuchinhos da Umbria.

A elevação canônica dessa Igreja à categoria de Paróquia ocorreu em 8 de setembro de 1912 – dia em que se comemora o nascimento de Nossa Senhora. Seu primeiro vigário foi o padre frei José Massi de Leonissa.

Cinco anos depois, os capuchinhos compraram o terreno situado por detrás do templo para que ali fosse construída a residência dos padres, a qual serviria também para receber os missionários enfermos.

A Intendência Municipal, em 1921, aprovou a Lei 1.075, de 29 de março, que autorizou o então superintendente Sérgio Pessoa a adquirir um relógio e o instalá-lo na torre da igreja.

O prédio da capela de São Sebastião, localizado na rua Dez de Julho, foi tombado como Monumento Histórico do Estado em 12 de abril de 1988 (Decreto 11.038). O dia dedicado a esse Santo é 20 de janeiro, data em que são realizadas a tradicional procissão e a missa campal.

São José Operário

A Paróquia sob a proteção de São José Operário e Santa Teresinha teve sua criação no dia 5 de fevereiro de 1948. Originou-se então do trabalho do padre Estevão Domitrovitsch – primeiro vigário dessa Freguesia – junto com um grupo de jovens do Seminário Diocesano São José, no bairro Praça 14 de Janeiro.

Igreja de São José Operário. Foto: Rickardo Marques/Rede Amazônica

A celebração de missas e as atividades de catequese para crianças, adolescentes e adultos eram então realizadas em um simples barraco. A coordenação da recém-criada Paróquia foi entregue aos missionários Salesianos de Dom Bosco e sua instalação ocorreu em 6 de junho daquele mesmo ano. Sua sede provisória era a então capela do Patronato Santa Teresinha, das irmãs Filhas de Maria Auxiliadora, situada na rua Duque de Caxias, no Centro.

Todos os anos, em 19 de março, essa Paróquia comemora o dia de São José, esposo da Virgem Maria, com procissão pelas ruas do bairro. No dia 19 de cada mês, ocorrem quatro celebrações de novenas em honra ao Santo.

Nossa Senhora dos Remédios

No ano de 1818, o governador da Capitania de São José do Rio Negro, major Manoel Joaquim do Paço, criou um imposto, em dinheiro, para todos os moradores da Capitania, com o intuito de viabilizar a construção de um templo em homenagem à Virgem dos Remédios.

As obras de edificação da igreja ainda não estavam concluídas quando, em 1821, sua estrutura foi parcialmente arrasada devido a uma rebelião referente ao movimento de independência do Brasil em relação ao jugo português.

Foto: Divulgação/IDD

Somente no ano seguinte que o templo foi reaberto à visitação pública. Em 1850, após o sinistro que destruiu a primeira sede da Matriz de Nossa Senhora da Conceição, a Igreja dos Remédios tornou-se matriz provisória até 1877.

Essa Igreja foi elevada à categoria de Paróquia em 22 de outubro de 1878, mas a cerimônia oficial de instalação ocorreu dois meses depois, em 22 de dezembro. Seu primeiro vigário foi o padre Raimundo Amâncio de Miranda.

A pedra fundamental do templo atual foi lançada no dia 16 de dezembro de 1901 e a autoria do projeto, bem como sua execução, ficou a cargo do arquiteto italiano Filintho Santoro.  

Em 11 de setembro de 1927 – mais de 25 anos depois do lançamento da sua primeira pedra –, a nova igreja de Nossa Senhora dos Remédios foi inaugurada, em meio às festividades do dia da sua padroeira, evento que não ocorria desde 1900 por causa das obras de construção do templo.

Localizada na rua Miranda Leão, no Centro, essa igreja foi tombada como Monumento Histórico do Estado do Amazonas pelo Decreto 11.037, de 12 de abril de 1988. O dia dedicado a Nossa Senhora dos Remédios é 8 de setembro, quando ocorre a procissão em homenagem à Santa.

Nossa Senhora Aparecida

O Santuário recebeu esse nome com a chegada dos Missionários Redentoristas vindos dos Estados Unidos, no ano de 1943, com o objetivo de instalarem uma nova paróquia e contribuírem com o processo de evangelização na Amazônia. 

Mas somente em 1944, com a presença do bispo Dom João da Mata Andrade e Amaral, foi oficialmente fundada e recebeu o nome de Nossa Senhora da Conceição Aparecida. A Paróquia de Nossa Senhora Aparecida foi instituída oficialmente em 30 de janeiro de 1944 e seu primeiro vigário foi o padre André Joerger.

Igreja Nossa Senhora Aparecida. Foto: Rickardo Marques/Rede Amazônica

A construção do atual Santuário de Nossa Senhora Aparecida teve início em 1954 sendo inaugurada três anos mais tarde. O projeto é de autoria do então amazonense Moacir Andrade. Executado pela empresa Sociedade de Obras Limitada, sob a então responsabilidade do engenheiro José Florêncio, irmão do médico e escritor acreano Djalma da Cunha Batista.

O templo possui, em seu interior, imitações de mármore, assim instaladas por José Gaspar. Para a inauguração, uma imagem da Santa foi trazida por Dom Antônio Macedo, à época, bispo auxiliar de Dom Carlos Carmelo de Vasconcelos Motta, cardeal de São Paulo e diretor da então Basílica Nacional de Aparecida/SP.

A Basílica de Nossa Senhora Aparecida localiza-se na rua Comendador Alexandre Amorim, no bairro homônimo, Zona Sul. Sua elevação à então categoria de Santuário Arquidiocesano, ocorreu em 12 de outubro de 2007, em meio às comemorações do dia da Santa. Todos os anos, nesse mesmo dia, a Paróquia realiza uma procissão pelas ruas do bairro.

Nossa Senhora de Fátima

Até o final da década de 1930, as atividades religiosas do então bairro Praça 14 de Janeiro eram de responsabilidade da Paróquia de São Sebastião. A celebração de uma missa campal, realizada naquele bairro no dia 13 de maio de 1939, despertou na comunidade a vontade de construir um templo em honra e devoção a Nossa Senhora de Fátima.

A primeira capela em homenagem à Santa foi erguida em um terreno doado pelo então comerciante Antônio Caixeiro, em atendimento ao pedido do frei José de Leonissa. Era toda em madeira e funcionou até meados de 1960 no local onde hoje existe a casa paroquial da Igreja.

O lançamento da pedra fundamental do novo templo ocorreu em 13 de outubro de 1942 – apesar de existir uma placa guardada na própria Paróquia que indica o ano de 1941 para o início da obra –, em um terreno doado pela Prefeitura de Manaus. A conclusão das obras ocorreu em 1975.

Foto: Arquidiocese de Manaus/Divulgação

Em 12 de maio de 1974, tornou-se Paróquia, sendo seu primeiro vigário o padre Ilvo Santo Roratt. Da então Sociedade do Apostolado Católico, também conhecidos como palotinos.

De acordo com uma placa existente na própria igreja, cinco anos mais tarde, em 13 de maio de 1982, o arcebispo metropolitano Dom Milton Corrêa Pereira elevou esse templo à categoria de Santuário de Nossa Senhora de Fátima. Contudo, o documento que poderia comprovar essa ereção canônica não existe nos arquivos da Arquidiocese de Manaus.

O dia dedicado a Nossa Senhora de Fátima é 13 de maio, com procissão e missa. Entre os meses de junho e outubro, sempre no dia 13 – consagrado às aparições de Nossa Senhora aos três pastorinhos –, são então realizadas novenas. A igreja localiza-se assim na avenida Tarumã, no bairro Praça 14 de Janeiro, Zona Sul da Cidade.

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