A nova marca histórica chegou a 30,02 metros, sendo a maior cheia dos últimos 119 anos
De acordo o professor da Universidade Estadual do Amazonas (UEA), José Camilo, o repiquete nada mais é que um efeito sanfona, ou seja, quando um rio chega ao seu limite e estabiliza, mas chuvas isoladas fazem com que o nível do mesmo volte a subir. “De certa forma, o nível do rio fica represado, então, acontecem chuvas nas cabeceiras dos rios e a água desce fazendo o mesmo subir”, destacou.
Ainda segundo o professor, um fenômeno parecido aconteceu em Parintins (município distante a 369 quilômetros de Manaus). “A ocorrência se deu em junho. Houve uma estabilização do Rio Amazonas, o repique aconteceu e as águas se elevaram. Porém, não demorou muito e o rio desceu com uma velocidade impar”, explicou.
Prejuízos na capital
Em Manaus, foram construídos 10 mil metros de pontes e passarelas em 20 bairros da capital Amazonense, segundo informações da Defesa Civil.
Em diversos pontos, a circulação de pessoas ocorre somente por meio de passarelas. O centro histórico registra vários pontos de alagamento. A Praça do Relógio e o prédio da Alfândega estão entre os locais mais atingidos.
A água do rio Negro também invadiu o local onde funcionava a mais tradicional feira da capital, a Manaus Moderna. Como isso, os feirantes foram transferidos para uma balsa. Comerciantes relatam prejuízos. Lojistas tiveram os estabelecimentos alagados, mesmo com as contenções para impedir a entrada da água.
A previsão do Serviço Geológico do Brasil (CPRM) era que o rio chegasse à cota máxima de 30 metros A expectativa é que, agora, o nível do rio comece abaixar. De acordo com o órgão, abaixo dos 27 metros o nível do rio é considerado patamar normal para a cheia.
Maiores cheias do Rio Negro:
- 2021 – 30,02 m
- 2012 – 29,97 m
- 2009 – 29,77 m
- 1953 – 29,69 m
- 2015 – 29,66 m
- 1976 – 29,61 m
- 2014 – 29,50 m
- 1989 – 29,42 m
- 2019 – 29,42 m
- 1922 – 29,35 m
- 2013 – 29,33 m
Confira a galeria de imagens da cheia do Rio Negro: