Com mais de 19 mil sepulturas e cerca de cem mil exumados. O cemitério São João Batista guarda histórias de autoridades e pessoas que marcaram a história manauara.
As “cidades dos mortos”, ou necrópoles, popularmente conhecida como cemitérios, costumam abrigar muitas histórias fantasiosas envolvendo pessoas mortas, como assombrações, feitos heroicos, muitas chegam a parecer “coisa de filme”.
Inaugurado em 1891, o Cemitério São João Batista já passou por várias fases e abriga muitas histórias. Sua extinção e fechamento foram cogitadas algumas vezes nesse período de cerca de 130 anos. Na década de 70, o lugar já não comportava novos sepultamentos e passou a ser utilizado apenas para jazigos perpétuos.
Nesse período, o local recebeu diversas personalidades que fizeram parte da história da capital do Amazonas. Muitas mortas injustamente, não tiveram a oportunidade de viver o suficiente para serem reconhecidas; outras, ainda em vida, recolheram consequências do que construíram.
Por isso, muitos Manauaras costumam visitar com certa frequência o túmulo de algumas autoridades, para agradecer, orar e preservar a memória.
O Portal Amazônia relembra algumas dessas personalidades históricas. Confira a seguir:
Ária Ramos
Violonista em ascensão, foi vítima de um suposto acidente ocorrido em 1915 na terça-feira de carnaval no então Ideal Clube, que ficava localizado na esquina da Eduardo Ribeiro com a Avenida Henrique Martins.
Testemunhas na época relataram que ela tocava a melodia “Subindo ao céu”, quando uma bala perdida a atingiu. Ainda chegou a ser levada para a Santa Casa de Misericórdia às pressas porém não resistiu. Foi sepultada na quadra 5 do Cemitério São João Batista e no local há uma sepultura de mármore, com a figura de Ária de corpo inteiro, ostentando o seu violino.
Santa Etelvina
Santificada pela população após sua morte, Etelvina foi assassinada pelo seu ex-namorado, José, que não aceitou bem o fim do noivado deles e além dela, matou outros três homens. A jovem Etelvina, com 17 anos na época, tentou fugir do assassino porém foi alcançada. Ele a levou para dentro da mata fechada que ficava nas proximidades de onde morava e lá, Etelvina foi estuprada e morta.
Com o passar do tempo, vários milagres e curas de doenças foram atribuídos à Etelvina. Atualmente, é considerada santa dos estudantes, mesmo que não tenha sido santificada oficialmente pela Igreja Católica.
Na década de 60, foi realizada a construção de um mausoléu onde muitos fiéis e entusiastas vão até os dias atuais. Fica localizado no corredor principal do Cemitério São João Batista.
Teresa Cristina
O túmulo da criança que morreu em um acidente de avião em 1971 atrai muitos fieis que acreditam nos milagres e feitos atribuído à criança. Filha de mãe católica e pai muçulmano, morreu carbonizada ainda jovem nas proximidades de Manaus, para onde voltava com sua mãe.
Cerca de seis meses após o acidente, a mãe que tinha uma pensão no centro da cidade recebeu um turista que afirmava que uma criança com as características da filha dela a guiou até o local. Nos dias seguintes, algumas pessoas afirmavam que o espírito dela tinham os curado de enfermidades, e foi assim que se tornou conhecida.
Jefferson Peres
Com uma longa carreira como político amazonense, atuando como vereador por dois mandados e posteriormente como senador, Jefferson Peres também foi professor e advogado. Faleceu de infarto em 2008 e um de seus maiores legados observado por quem o acompanhava foram as ações políticas baseadas em princípios éticos.
Atualmente, há relatos de pessoas que conversam com o túmulo do falecido político
Eduardo Ribeiro
Talvez uma das figuras mais conhecidas desta lista seja o ex-governador do Amazonas, Eduardo Ribeiro. Governou o Amazonas em dois períodos entre 1891 e 1896. Suas principais realizações foram o início das obras do Teatro Amazonas, a construção do Reservatório do Mocó, da Ponte de Ferro da Rua 7 de Setembro, do Palácio de Justiça e inúmeras outras obras, o que fez com queManaus se tornasse conhecida por Paris dos Trópicos.
Gilberto Mestrinho
Outra figura política importante no estado, Gilberto Mestrinho foi deputado federal, senador, prefeito da cidade de Manaus e governador do estado que faleceu em 2009 vítima de uma insuficiência renal. Seu túmulo ainda é recordado com carinho por eleitores e por quem o admirava