Relembre a trajetória de pessoas públicas que hoje estão enterradas no Cemitério São João Batista
As "cidades dos mortos", ou necrópoles, popularmente conhecida como cemitérios, costumam abrigar muitas histórias fantasiosas envolvendo pessoas mortas, como assombrações, feitos heroicos, muitas chegam a parecer "coisa de filme".
Inaugurado em 1891, o Cemitério São João Batista já passou por várias fases e abriga muitas histórias. Sua extinção e fechamento foram cogitadas algumas vezes nesse período de cerca de 130 anos. Na década de 70, o lugar já não comportava novos sepultamentos e passou a ser utilizado apenas para jazigos perpétuos.
Nesse período, o local recebeu diversas personalidades que fizeram parte da história da capital do Amazonas. Muitas mortas injustamente, não tiveram a oportunidade de viver o suficiente para serem reconhecidas; outras, ainda em vida, recolheram consequências do que construíram.
Por isso, muitos Manauaras costumam visitar com certa frequência o túmulo de algumas autoridades, para agradecer, orar e preservar a memória.
O Portal Amazônia relembra algumas dessas personalidades históricas. Confira a seguir:
Ária Ramos
Violonista em ascensão, foi vítima de um suposto acidente ocorrido em 1915 na terça-feira de carnaval no então Ideal Clube, que ficava localizado na esquina da Eduardo Ribeiro com a Avenida Henrique Martins.
Testemunhas na época relataram que ela tocava a melodia "Subindo ao céu", quando uma bala perdida a atingiu. Ainda chegou a ser levada para a Santa Casa de Misericórdia às pressas porém não resistiu. Foi sepultada na quadra 5 do Cemitério São João Batista e no local há uma sepultura de mármore, com a figura de Ária de corpo inteiro, ostentando o seu violino.
Santa Etelvina
Santificada pela população após sua morte, Etelvina foi assassinada pelo seu ex-namorado, José, que não aceitou bem o fim do noivado deles e além dela, matou outros três homens. A jovem Etelvina, com 17 anos na época, tentou fugir do assassino porém foi alcançada. Ele a levou para dentro da mata fechada que ficava nas proximidades de onde morava e lá, Etelvina foi estuprada e morta.
Com o passar do tempo, vários milagres e curas de doenças foram atribuídos à Etelvina. Atualmente, é considerada santa dos estudantes, mesmo que não tenha sido santificada oficialmente pela Igreja Católica.
Na década de 60, foi realizada a construção de um mausoléu onde muitos fiéis e entusiastas vão até os dias atuais. Fica localizado no corredor principal do Cemitério São João Batista.
Teresa Cristina
O túmulo da criança que morreu em um acidente de avião em 1971 atrai muitos fieis que acreditam nos milagres e feitos atribuído à criança. Filha de mãe católica e pai muçulmano, morreu carbonizada ainda jovem nas proximidades de Manaus, para onde voltava com sua mãe.
Cerca de seis meses após o acidente, a mãe que tinha uma pensão no centro da cidade recebeu um turista que afirmava que uma criança com as características da filha dela a guiou até o local. Nos dias seguintes, algumas pessoas afirmavam que o espírito dela tinham os curado de enfermidades, e foi assim que se tornou conhecida.
Jefferson Peres
Com uma longa carreira como político amazonense, atuando como vereador por dois mandados e posteriormente como senador, Jefferson Peres também foi professor e advogado. Faleceu de infarto em 2008 e um de seus maiores legados observado por quem o acompanhava foram as ações políticas baseadas em princípios éticos.
Atualmente, há relatos de pessoas que conversam com o túmulo do falecido político
Eduardo Ribeiro
Talvez uma das figuras mais conhecidas desta lista seja o ex-governador do Amazonas, Eduardo Ribeiro. Governou o Amazonas em dois períodos entre 1891 e 1896. Suas principais realizações foram o início das obras do Teatro Amazonas, a construção do Reservatório do Mocó, da Ponte de Ferro da Rua 7 de Setembro, do Palácio de Justiça e inúmeras outras obras, o que fez com queManaus se tornasse conhecida por Paris dos Trópicos.
Gilberto Mestrinho
Outra figura política importante no estado, Gilberto Mestrinho foi deputado federal, senador, prefeito da cidade de Manaus e governador do estado que faleceu em 2009 vítima de uma insuficiência renal. Seu túmulo ainda é recordado com carinho por eleitores e por quem o admirava
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