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Quinta, 25 Abril 2024

Pesca ilegal ameaça sobrevivência do boto-cinza no Amapá

A captura através de redes por barcos de pesca atuando ilegalmente na costa do Amapá prejudica a sobrevivência do boto-cinza, animal ameaçado de extinção. Operação conjunta de órgãos ambientais na região da Estação Ecológica de Maracá-Jipioca, no litoral do Estado, busca coibir a prática e a mortandade da espécie, que está entre as menores de golfinhos do mundo.

Nas últimas semanas, técnicos do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) identificaram cinco animais mortos na região. A operação conjunta também conta com Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) e a Polícia Civil.

As investigações, que iniciaram dia 21 de março, identificaram animais capturados por redes de pesca ilegal de navios que chegam do Pará. 

Boto-cinza foi achado sem uma parte da cauda. Foto: Elimarcos Sacramento/ICMBio

"Recebemos denúncias dos pescadores locais, de que vários barcos de grande porte estavam pescando na área mais próxima da costa, onde eles costumam trabalhar. Um dos problemas apontados era de que alguns botos estavam morrendo após ficarem presos nas redes e depois eram largados no mar", explicou Iranildo da Silva Coutinho, do ICMBio e chefe da estação ecológica.

O primeiro animal foi achado no dia 25 de março e, ao longo dos dias, pessoas que trabalham na região, identificaram mais quatro mamíferos mortos. Eles são capturados junto com os peixes e parte da vegetação nativa do local, por conta do tamanho das malhas pesqueiras utilizadas. 

Operação buscar coibir a pesca e conscientizar as pessoas sobre os riscos em torno da pesca do boto-cinza. Foto: Elimarcos Sacramento/ICMBio

Espécie em risco

O boto-cinza é um mamífero que pode viver até os 30 anos e medir cerca de 2 metros. De acordo com a portaria nº 444 do Ministério do Meio Ambiente, publicada em dezembro de 2014, o animal está na lista das espécies brasileiras ameaçadas de extinção e corre o risco de desaparecer completamente em dez anos.

Segundo o ICMBio, as redes utilizadas na região podem chegar a 10 quilômetros de extensão, o que é proibido no local. O instituto desenvolve uma série de ações de fiscalização e combate aos crimes ambientais na região, por conta das ameaças à biodiversidade.

"Nosso objetivo é encaminhar as informações para que seja feita uma portaria que possa realizar o ordenamento pesqueiro da área, e definir os tamanhos máximos de redes permitidas, malhas e outras regras que possam evitar esse tipo de problema", detalhou Coutinho.

Por Laura Machado, g1 Amapá


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