Série Glocal Amazônia 2025: Robério Braga destaca a arte como uma linguagem única e permanente

Professor, advogado e pesquisador nas áreas de História do Amazonas e Patrimônio Cultural, Robério Braga é uma figura amplamente reconhecida no Estado por suas diversas contribuições para a cultura e educação. Autoridade intelectual e cultural, Braga também é um defensor de um futuro sustentável para a Amazônia, sendo inclusive mestre em Direito Ambiental.

Seu envolvimento com o Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas, onde foi presidente em vários mandatos, e sua longa gestão como Secretário de Estado de Cultura (1997-2017) evidenciam seu compromisso duradouro com a preservação e promoção do patrimônio histórico e cultural da Amazônia.

Por essa trajetória de referência e contribuição, Braga foi um dos convidados da Glocal Amazônia 2025 em Manaus (AM). Ele participou ativamente do evento e, no segundo dia, em 29 de agosto, dia dedicado ao tema “Escolas e Universidades”, mostrou como sua experiência transformadora também pode ser inspiradora.

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Painel ‘Da Amazônia para o Mundo – Arte e Cultura como Potência Global’ foi formado por Adanilo, Isabelle Nogueira, Robério Braga e Jandr Reis. Foto: Rebeca Almeida/Portal Amazônia

Neste contexto, a participação de Robério Braga foi fundamental para dar luz ao papel crucial da expressão artística como um veículo de comunicação e preservação dos valores amazônicos.

Braga foi um dos destaques do painel ‘Da Amazônia para o Mundo – Arte e Cultura como Potência Global’. Ele defendeu que a arte é uma manifestação universal e permanente.

Ressaltou ainda que a arte tem um poder que transcende o tempo e as barreiras da língua: “Através da arte, você se comunica com qualquer idioma, em qualquer lugar do planeta, e de uma maneira permanente. Esse também é um aspecto interessante, porque a arte fica”.

Ele completou explicando, sob sua visão, enquanto o artista é transitório, o produto de sua inteligência e trabalho permanece, carregando consigo a essência de sua origem e levando sua mensagem para além de sua existência.

Para Robério Braga, o debate na Glocal se aprofunda no conceito de “amazoneidade” na produção artística. O professor argumentou que a arte produzida na região carrega uma mensagem única e autêntica sobre a floresta e seus habitantes. Para ele, o artista amazônico possui uma vantagem insuperável ao retratar o seu próprio ambiente.

“Ninguém fora da Amazônia pode falar tão bem por qualquer linguagem artística sobre meio ambiente, sobre proteção da natureza do que nós”, destacou.

O pesquisador citou exemplos como a forma em que o artista plástico ou o fotógrafo impregnam suas obras com a identidade da região, “seja ao retratar a floresta, o homem da Amazônia, seus costumes, tradições, culinária e até mesmo a maneira de se vestir e se portar”.

Foto: Clarissa Bacellar/Portal Amazônia

O papel do artista amazônida no cenário global

Robério Braga fez uma ponte entre a arte local e seu potencial de alcance global, mencionando a crescente visibilidade de talentos como Adanilo, no cinema, e a arte de Jandr Reis. Ele afirmou que a expressão artística desses indivíduos mostra a riqueza e a diversidade cultural do Brasil.

Entre os tantos outros exemplos citados pelo professor, um destaque: a cúpula do Teatro Amazonas. “É um símbolo que identifica a única cidade no mundo reconhecida por seu teatro”. Este é um fato que, segundo ele, demonstra a singularidade cultural de Manaus e sua representatividade. Por isso a necessidade de proteger aquilo que a envolve, preservando para o futuro.

Braga também elogiou a atitude e a inteligência de artistas como Isabelle Nogueira, cuja expressão de mulher amazônica, sua atuação na dança e nas relações sociais, têm sido fundamentais para a captação de atenção e visibilidade para a Amazônia.

O incentivo da Glocal

Robério Braga também colocou em pauta o papel da Fundação Rede Amazônica (FRAM) na realização da Glocal em Manaus. Ele explicou que a ideia de trazer o evento para a capital amazonense começou com sua iniciativa: “A invenção da Glocal aqui [em Manaus] começa comigo, quando eu apresentei ao Phelippe Daou Júnior uma equipe da Fundação Getúlio Vargas, que o convidou para ir para Glocal no Rio”, relatou.

A partir desse primeiro contato, a parceria com a FRAM deu início aos debates que tem se tornado cada anos mais relevantes e importantes no que diz respeito a pensar em soluções para a Amazônia, mas com a colaboração direta dos amazônidas, que palestram, discutem, produzem e, claro, também realizam as ações que são sugeridas ou elaboradas a cada edição.

Foto: Thay Araújo

Para ele, esse envolvimento social é o que transforma realmente a realidade, pensando no futuro da região. A combinação entre a visão da Glocal (pensar global e agir local) e seu alcance, é, cada vez mais, uma realidade.

O pesquisador adiantou ainda que sob o contrato atual, mais duas edições da Glocal Amazônia já estão previstas, mas que com o crescimento do evento e avanço de suas pautas, é possível pensar (agora) em estender para mais edições.

Glocal Experience Amazônia 2025

A Glocal Experience Amazônia 2025 é idealizada e operada por DreamFactory, com realização da Fundação Rede Amazônica e tem o apoio de Bono Conta, Clube POP, Amazônica Net, Águas de Manaus, Agência Amazonense de Desenvolvimento Cultural (AADC), Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) e Governo do Amazonas.

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