Você sabe a diferença entre quadrilhas juninas tradicionais e estilizadas?

Na esquerda, um integrante de quadrilha tradicional e na direita de quadrilha estilizada. Fotos: Israel Cardoso/ Secretaria de Cultura do Amapá

Após seis dias de festa, o Arraiá do Povo 2025 chegou ao fim na noite da última quarta-feira (2), marcando a terceira edição do evento realizado pelo Governo do Amapá. A festa aconteceu na unidade do Corpo de Bombeiros Militar (CBM), localizada no bairro São Lázaro, Zona Norte de Macapá, e reuniu as três principais competições juninas do estado: o 6º Festival Municipal Sandro Rogério, o 7º Forrozão do Primo Sebastian e o 16º Arraiá no Meio do Mundo, este último considerado o maior festival junino do Amapá.

Na noite de encerramento, 12 grupos disputaram o título do Arraiá no Meio do Mundo, cada um com cerca de 30 minutos para se apresentar diante do público e dos jurados. As apresentações foram acompanhadas por centenas de espectadores que lotaram as arquibancadas da Cidade Junina, espaço cenográfico montado especialmente para o evento com estrutura completa e entrada gratuita.

Leia também: Arraiá do Povo reúne os três principais festivais juninos do Amapá; saiba quais

Entre os pontos altos da programação esteve a variedade de estilos das quadrilhas juninas participantes, que se dividiram entre os modelos tradicional e estilizado, cada um com características próprias, que ajudaram a enriquecer ainda mais o espetáculo cultural.

Mas qual a diferença?

A quadrilha tradicional, também chamada de matuta, mantem os elementos clássicos das festas juninas: passos simples, formação em roda e coreografias baseadas em comandos como ‘balancê’, ‘anarriê’ e cavalheiro com a dama. O figurino dos grupos dessa categoria são compostos por roupas típicas, como camisas xadrez, vestidos rodados e chapéus de palha, remetendo à estética caipira.

Bagunçados dos Matutos são tradicionais. Foto: Divulgação/GEA

Já a quadrilha estilizada inova com coreografias mais elaboradas, figurinos com brilhos, enfeites e até mesmo temáticas específicas, que fogem do tradicional. As apresentações são mais performáticas, com elementos cênicos, narrativas integradas à dança e músicas escolhidas de acordo com o tema.

Simpatia da Juventude é estilizada. Foto: Divulgação/GEA

“A principal diferença entre as duas categorias está na complexidade da coreografia e no figurino. A tradicional valoriza a espontaneidade e a raiz das festas juninas, enquanto a estilizada aposta em apresentações mais ensaiadas e visualmente impactantes”, explicou Augusto Souza, da equipe de comunicação do Instituto Sociocultural Arraiá no Meio do Mundo.

Premiações e temáticas

Na categoria tradicional, por exemplo, o grupo Bagunçados dos Matutos conquistou o primeiro lugar no 16º Arraiá no Meio do Mundo com o tema “Das brincadeiras de criança, às brincadeiras de São João, os Bagunçados vão te mostrar o que é tradição”. O grupo destacou elementos lúdicos da infância e suas conexões com o universo junino.

Apresentação dos Bagunçados dos Matutos no Arraiá do Povo 2025. Foto: Israel Cardoso/ Secretaria de Cultura do Amapá

O segundo lugar ficou com a Rosa dos Ventos, seguida pelo empate entre Fúria Junina e Garota Safada no terceiro lugar. Rabo de Palha e Piriguetes dos Matutos completaram o ranking na quarta e quinta posição, respectivamente.

Na categoria estilizada, houve empate triplo no primeiro lugar entre os grupos Simpatia da Juventude, Estrela do Norte e Luar do Sertão. As temáticas escolhidas chamaram a atenção pela diversidade e profundidade:

  • Simpatia da Juventude apresentou o tema “Autismo, o Mundo Azul da Fera”, abordando inclusão e visibilidade.
  • Estrela do Norte, que representará o Amapá na competição nacional da Confebraq, trouxe “Isso é o Amapá – Minha Identidade, Meu Orgulho, Meu Lugar”, exaltando a cultura local.
  • Luar do Sertão surpreendeu com o enredo “As Bruxas Estão Soltas”, uma narrativa sobre a luta e libertação das mulheres.

O segundo lugar na categoria estilizada ficou com o grupo Revelação – Sensação Amapaense, enquanto Explode Coração PG e Constelação Junina dividiram o terceiro lugar. Explode Coração STN e Tradição Junina Santana fecharam o pódio.

Segundo a organização, 36 grupos foram selecionados após as seletivas estaduais para participar dos três festivais oficiais promovidos no evento.

“Foram mais de 59 grupos nas seletivas, e 36 vieram para a grande festa. Todos se reinventaram com novas temáticas, figurinos e criatividade. Essa parceria com o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Cultura e apoio dos nossos senadores, tem sido fundamental para o fortalecimento da cultura junina no Amapá”, afirmou Augusto Souza.

Arraiá Amazônico

O Arraiá Amazônico é uma realização da Fundação Rede Amazônica (FRAM) em parceria com a Central Única das Favelas (CUFA-Amapá), Associação Casa da Hospitalidade, Lar Betânia – Casa da acolhida Marcello Candia; e apoio da Secretaria de Cultura do Estado do Amapá (Secult), Governo do Amapá e Tratalix Serviços Ambientais.

Publicidade
Publicidade

Relacionadas:

Mais acessadas:

Sema Amazonas apresenta diagnóstico climático em preparação para estiagem 

O estudo servirá como base para a elaboração do Plano de Adaptação às Mudanças Climáticas do Estado do Amazonas.

Leia também

Publicidade