Foto: Diego Oliveira/Portal Amazônia
Imagine amar tanto uma festa cultural, que você atravessa estados, organiza um grupo com mais de 50 integrantes e, todos os anos, encara a jornada até a Ilha Tupinambarana para viver tudo intensamente. É isso que faz o coreógrafo paraense Robson Costa, responsável por levar o grupo de dança ‘Carimbó do Pará’ de Santarém para o Festival Folclórico de Parintins, no Amazonas, onde se apresenta ao lado do boi Caprichoso, especialmente no item 15: Figura Típica Regional.
Com sorriso fácil e bom humor, o coreógrafo faz alguns ensaios no Curral Zeca Xibelão, reduto da nação azul e branca, e logo desconstrói a ideia de distância. “A gente sabe que é bem perto, né? Santarém está no Pará, Parintins no Amazonas, mas o coração bate no mesmo ritmo”, brincou.
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A relação entre Robson e o Festival começou há mais de oito anos, com um convite do amigo Jair Almeida para integrar o corpo de dança do Caprichoso. Desde então, seu grupo tornou-se parte essencial da cena coreográfica da agremiação.
“Nós atuamos no item Figura Típica Regional e é uma responsabilidade que a gente assume com muito carinho e seriedade”, explica.

Do carimbó ao boi-bumbá
Levar a identidade cultural do carimbó para dentro da arena do Bumbódromo é um dos grandes desafios e, ao mesmo tempo, um dos principais encantos do trabalho de Robson. “É um entrelaçar de movimentos, ritmos e tradições. São culturas diferentes, mas que se completam dentro desse grande espetáculo que é o Festival”, destaca.
Apesar da distância, das dificuldades logísticas e dos desafios de adaptação às demandas do boi, Robson não se abala: “É tudo muito cauteloso, exige atenção e entrega. Mas no final, sempre conseguimos apresentar algo grandioso. O importante é manter o espetáculo vivo e autêntico”.
Emoção que atravessa fronteiras
Treinar o grupo no curral do Caprichoso é, segundo Robson, uma experiência única. “Dançar aqui dentro e depois no Bumbódromo é emoção pura, arrepia. A gente sente a realização tomando forma a cada ensaio, a cada gesto”, diz, com os olhos brilhando de entusiasmo.
Para ele, estar presente no Festival de Parintins é mais do que uma participação artística, é uma jornada emocional que se renova a cada ano.
“Desde pequeno acompanho o festival. Quem ama cultura, vive isso intensamente. E co00m o Caprichoso, a gente cria uma relação de amor mesmo. É isso que define minha trajetória aqui: amor”, declarou.

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Transformações e intercâmbio cultural
Ao longo dos anos, Robson testemunhou várias mudanças no festival. Segundo ele, a principal transformação foi o fortalecimento do intercâmbio cultural. “Os grupos que compõem o espetáculo vêm de diferentes lugares do Brasil. Isso aproxima pessoas, une tradições e enriquece ainda mais o Festival. É lindo ver essa troca acontecendo, ano após ano”, ressalta.
Em meio aos desafios e superações, Robson Costa é hoje uma ponte viva entre o Pará e o Amazonas, entre o carimbó e o boi-bumbá. Sua história representa o espírito colaborativo e apaixonado que faz do Festival de Parintins um dos maiores espetáculos culturais do Brasil.
E para Robson, em uma palavra, o que o Boi representa?
“Amor. Simples assim”.
Parintins para o mundo ver
O projeto ‘Parintins para o mundo ver’ é realizado pela Fundação Rede Amazônica (FRAM), correalizado pela Rede Amazônica e Amazon Sat, com o apoio de Amazônica Net, Agência Amazonense de Desenvolvimento Cultural (AADC), Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa (SEC-AM) e Governo do Amazonas.