Cinoterapia: projeto envolve guardas civis para atuarem com cães em atividades voltadas à saúde e bem-estar

Alunos do CMIEE e CETEA participaram da primeira ação com os cães Faísca, Mel e Théu, promovendo integração, afeto e desenvolvimento cognitivo.

A prática utiliza cães treinados como facilitadores terapêuticos, contribuindo para o desenvolvimento físico, emocional, cognitivo e social dos participantes. Foto: Fernando Teixeira/PMBV

Nesta quinta-feira, 12, as crianças atendidas pelos dois centros de referência para a educação especial em Boa Vista receberam a visita do Grupo Tático Municipal (GTAM), da Guarda Civil Municipal. A ação apresentou uma turminha de quatro patas por meio do novo programa educacional de cinoterapia, também conhecida como Terapia Assistida por Cães.

A prática utiliza cães treinados como facilitadores terapêuticos, contribuindo para o desenvolvimento físico, emocional, cognitivo e social dos participantes. Em Boa Vista, a iniciativa faz parte do Programa Alice Terapia Animal Educacional (PATAE) — primeira instituição reconhecida pelo Ministério da Educação (MEC) por capacitar profissionais voltados ao bem-estar animal e à atuação dos animais em contextos de serviço, intervenção e companhia.

Nesta primeira ação, 12 guardas civis municipais de Boa Vista participaram de uma formação teórica sobre a cinoterapia e logo fizeram a primeira atividade prática junto às crianças do Centro Municipal Integrado de Educação Especial (CMIEE), no bairro dos Estados, e do Centro Especializado em Transtorno do Espectro Autista (CETEA), bairro São Vicente.

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Presença dos cães encanta crianças

A visita foi marcada pela interação carinhosa com os cães Faísca (da raça Border Collie), Mel e Théu (ambos Poodles), que encantaram os pequenos com demonstrações de afeto e estímulo. Além de trazer sorrisos, a atividade promoveu um ambiente de acolhimento e estímulo ao desenvolvimento das crianças.

Ao final, cada criança ainda recebeu um certificado de participação no programa, celebrando esse momento especial. Quem adorou a visita dos novos amiguinhos de quatro patas foi Pietro Rafael Cunha, de 13 anos, aluno do CMIEE.

“Gostei muito de conhecer o Faísca. Achei ele muito fofo e ainda deixou eu fazer carinho. Dá até vontade de levar ele para casa”, contou, sorridente.

Pietro Rafael Cunha, de 13 anos, conheceu o Faísca da raça Border Collie. Foto: Fernando Teixeira/PMBV

A psicóloga Juscyelly Pereira é mãe da Allana Cellyny, de 8 anos, que é atendida há cerca de 10 meses no CETEA. Ela conta que tem um pet em casa, o João Apolo, e acredita que a chegada do programa com cães terapêuticos só vem a somar no desenvolvimento das crianças.

“Os animais ensinam as crianças a ter mais cuidado, responsabilidade, além de proporcionar uma troca emocional de carinho e afeto. Em muitos casos, eles até ajudam a acalmar as crianças durante crises. Acredito que será um programa maravilhoso, tanto para minha filha quanto para os demais alunos acompanhados pela unidade”, afirmou.

Equipe da Guarda Civil Municipal é a primeira no Brasil a receber a capacitação

Segundo Emi Parente, fundadora do PATAE, esse é o primeiro grupo de guardas civis municipais no Brasil a receber esse tipo de capacitação. Ela destaca a importância de unir o cuidado humano com a sensibilidade animal.

“É uma honra estar em Boa Vista formando essa equipe da Guarda Municipal. Acreditamos no poder da conexão entre humanos e animais para transformar vidas. Esses agentes agora também são pontes de afeto, inclusão e educação, levando mais amor, empatia e consciência sobre o papel dos animais em nossa sociedade. Eles auxiliam não só na saúde emocional, mas até em quadros graves, como o tratamento de doenças como o câncer”, afirmou Emi.

O planejamento de atendimentos será elaborado em parceria com as gestoras das unidades educacionais. Foto: Fernando Teixeira/PMBV

Planejamento das atividades

Segundo o coordenador do GTAM, Gilberto Lopes, o programa será estruturado por meio de um planejamento de atendimentos com cronograma definido, elaborado em parceria com as gestoras das duas unidades educacionais. A proposta é, após essa primeira etapa, ampliar visitas assistidas a outras escolas da rede municipal, além de hospitais e atendimentos clínicos.

“Selecionamos 12 guardas civis municipais para atuar nesse projeto. O mais gratificante é ver, já nesse primeiro contato, como as crianças reagem positivamente à presença dos animais. Eu tenho um filho atípico e sei o quanto esses momentos fazem a diferença. Além disso, recebemos uniformes e um transporte exclusivo, o que garante a mobilidade adequada dos cães e reforça a identidade visual do projeto”, destacou o coordenador.

A diretora do CETEA, Sandra Nobre, avalia a chegada do programa como positiva, pois oferece um novo suporte terapêutico aos alunos dos dois centros de educação especial.

“Estamos muito felizes com essa parceria com a Guarda Civil Municipal. A cinoterapia traz a possibilidade de desenvolver a empatia nas crianças, além de trabalhar estímulos sensoriais e proporcionar uma interação diferenciada. Essa abordagem contribui também para o desenvolvimento motor e cognitivo dos alunos, ampliando ainda mais os resultados das terapias já feitas nas unidades”, destacou.

Qualquer tutor interessado pode se voluntariar com seu pet no programa de Cinoterapia. Foto: Fernando Teixeira/PMBV

Quer fazer parte da turminha do Faísca?

Para integrar essa “turminha de quatro patas”, os cães passam por uma triagem criteriosa. Primeiro, verifica-se se estão acostumados a ambientes públicos, se não apresentam reatividade a outros animais ou a pessoas e, sobretudo, se demonstram disposição e alegria — requisito essencial para as atividades, já que o foco é a interação lúdica com as crianças. A partir dessas brincadeiras, conteúdos pedagógicos e habilidades socioemocionais são estimulados de forma natural.

Nesta primeira turma, os cães pertencem aos próprios integrantes do GTAM. Porém, qualquer tutor interessado pode se voluntariar com seu pet: basta procurar a equipe do programa na sede da Secretaria Municipal de Segurança e Ordem Pública (SMSOP). O animal será avaliado e, se aprovado, participará de um treinamento específico para atuar nas visitas terapêuticas junto à comunidade.

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