Foto: Reprodução/Instagram-fundacaoredeamazonica
Com uma proposta que alia cultura popular, inclusão social e valorização das tradições amazônicas, o Arraial da Inclusão encerrou sua programação com uma noite especial voltada a moradores de favelas da capital do Amapá. A última ação ocorreu no dia 30 de junho e reuniu jovens e famílias atendidos pela Central Única das Favelas (CUFA) no estado, no espaço do Arraial do Povo, em Macapá.
A atividade fez parte da programação do Arraiá Amazônico, projeto idealizado pela Fundação Rede Amazônica (FRAM), que articula ações culturais com foco em inclusão, responsabilidade social e sustentabilidade. Durante o encerramento, os participantes tiveram acesso gratuito à festa, com direito a brincadeiras, apresentações de quadrilhas juninas e comidas típicas, em um ambiente preparado para garantir acessibilidade e bem-estar.
O evento foi mais uma ação dedicada a integrar populações em situação de vulnerabilidade ao circuito cultural do estado. Ao colocar o foco nas favelas, o Arraial da Inclusão amplia o alcance do projeto, levando famílias que historicamente têm pouco acesso a esse tipo de iniciativa para vivenciar a festa popular mais importante do período junino.
Jovens assistidos pela CUFA Amapá também participaram de uma atividade de conscientização ambiental promovida pela Fundação Rede Amazônica (FRAM), com apoio da empresa Tratalyx Serviços Ambientais. O encontro, realizado durante a programação da Cidade Junina em Macapá, teve como foco o descarte correto de resíduos sólidos e práticas sustentáveis.
“Estamos aqui somando forças. Acreditamos que cultura e educação ambiental precisam andar juntas. Por isso, é uma honra contribuir com esse projeto tão importante”, afirmou Danilo Monteiro, engenheiro técnico da Tratalyx.
Durante a ação, os jovens participaram de rodas de conversa com especialistas da área ambiental e receberam orientações sobre o impacto do lixo no meio ambiente urbano e natural. Segundo os organizadores, a atividade reforça o papel da educação ambiental como ferramenta de transformação social.
“Estamos muito felizes por participar da festa junina. Realmente, a gente tem que valorizar a cultura brasileira e, com toda certeza, as nossas acolhidas vão guardar esse momento com muito carinho”, afirmou Hermelinda Maria Buí, responsável pela instituição.
A parceria com a CUFA no Amapá foi fundamental para viabilizar a presença de crianças, adolescentes e responsáveis. Além dela, participaram da ação a Associação Casa da Hospitalidade – Acolhendo a Vida e o Lar Betânia, instituições sociais que atuam no acolhimento de pessoas em situação de risco.
Conexão entre cultura, território e cidadania
O Arraiá Amazônico se estruturou como um projeto que conecta a preservação das manifestações culturais da região Norte à promoção de práticas sociais mais inclusivas. Com o foco em favelas e comunidades periféricas, a iniciativa buscou reduzir as barreiras que ainda existem entre o acesso à cultura e os territórios mais vulneráveis da capital.
Ao longo do mês de junho, foram realizadas oficinas, apresentações culturais, ações educativas e encontros interinstitucionais, com o objetivo de fortalecer o sentimento de pertencimento e promover o acesso à arte popular para diferentes públicos.
A participação dos grupos atendidos por projetos sociais no Arraial do Povo representa, segundo os organizadores, um passo importante para a consolidação de uma política cultural mais plural, onde tradições como a quadrilha junina, a música regional e a culinária típica possam chegar a todos os setores da população.
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Tradição e futuro
A proposta de inclusão foi construída em diálogo com as demandas de lideranças comunitárias, educadores sociais e representantes de movimentos culturais locais. O encerramento do Arraial da Inclusão foi marcado não apenas pela celebração, mas pela simbologia de ocupar, com dignidade, espaços públicos tradicionalmente frequentados por grupos de renda mais elevada.
Durante o evento, crianças e jovens tiveram contato com apresentações culturais regionais e participaram de atividades educativas relacionadas à cultura amazônica. Famílias também foram contempladas com apoio logístico para transporte, alimentação e segurança no deslocamento até o local do evento.
Com o encerramento da edição de 2025, a Fundação Rede Amazônica avalia a possibilidade de expandir o projeto para outros municípios e estados da região Norte, mantendo o foco na inclusão como forma de consolidar políticas de cultura acessível e cidadania participativa.
Impacto social
O Arraial da Inclusão reforça a importância de iniciativas que ultrapassam o entretenimento e se tornam ferramentas de transformação social. Ao oferecer um espaço de lazer estruturado, seguro e culturalmente relevante para moradores de favelas e instituições de acolhimento, o projeto fortaleceu vínculos comunitários e aproximou diferentes camadas da sociedade por meio da cultura.
O protagonismo das instituições sociais parceiras, a escuta ativa das comunidades e a articulação com o poder público foram pontos-chave para o êxito da ação. O encerramento da programação evidenciou que, quando há inclusão com as pessoas que vivem nas favelas, é possível pensar políticas culturais mais amplas, eficazes e conectadas à realidade dos territórios periféricos da Amazônia.
Arraiá Amazônico
O Arraiá Amazônico é uma realização da Fundação Rede Amazônica (FRAM) em parceria com a Central Única das Favelas (CUFA-Amapá), Associação Casa da Hospitalidade, Lar Betânia – Casa da acolhida Marcello Candia; e apoio da Secretaria de Cultura do Estado do Amapá (Secult), Governo do Amapá e Tratalix Serviços Ambientais.