As inscrições são gratuitas e podem ser feitas por meio do site do Centro de Processos Seletivos (CEPS), até o dia 29 de novembro. Para 2019, estudantes quilombolas e indígenas terão mais chances de serem classificados no concurso.
A seleção especial para ingresso de indígenas e quilombolas na UFPA, em 2019, conta com duas importantes novidades. A primeira é a disponibilização de quatro vagas, duas para indígenas e duas para quilombolas, no recém-criado curso de Graduação em “Conservação e Restauro”. A segunda alteração é a possibilidade de preencher as vagas extras especiais pelos candidatos inscritos no processo, mas por uma categoria diferente de populações tradicionais.
Diálogo em respeito à diversidade
“Agora as vagas ofertadas para quilombolas que não são preenchidas, mesmo após a aplicação da segunda opção de curso, podem ser ocupadas por candidatos indígenas e vice-versa”, resume Edmar Costa, presidente da Comissão Permanente de Processos Seletivos da UFPA (Coperps) e pró-reitor de Ensino de Graduação (Proeg). A novidade foi tema de reunião realizada no dia 24 de outubro, entre representantes e lideranças das populações e o reitor Emmanuel Tourinho.
O representante estudantil indígena no Consepe, Ronaldo Ramos, aluno de Direito da UFPA, agradeceu pela alteração e lembrou que a participação das lideranças indígenas e quilombolas nos debates sobre a reserva de vagas para eles na Universidade é essencial. “Alguns parentes temiam essa alteração e que perdêssemos vagas, mas tivemos a chance de conversar com o reitor e entre nós mesmos e chegamos ao consenso.
Essas vagas são importantes porque nós precisamos entender essa sociedade que nos envolve, e é uma alegria ver que nossas diferenças são reconhecidas”, informa.
Mais indígenas e quilombolas na UFPA
Essa alteração busca ampliar as possibilidades de classificação de indígenas e quilombolas na UFPA, as quais já vêm aumentando nos últimos anos. Em 2016, foram classificados 25 indígenas e 219 quilombolas no PSE. No ano seguinte, foram classificados 38 indígenas e 287 quilombolas; e no PSE para 2018, foram 69 indígenas e 324 quilombolas classificados. “Apesar disso, no último edital, 285 vagas destinadas aos indígenas e 30 destinadas aos quilombolas não foram preenchidas”, detalha Edmar Costa.
Durante a reunião que aprovou o edital, a relatora do processo, a antropóloga Jane Beltrão, estudiosa do tema, anunciou também o compromisso da Universidade em realizar, em 2019, um estudo sobre os cursos que são os mais demandados pelos povos tradicionais e verificar a viabilidade de ampliar essas vagas para indígenas e quilombolas no processo seletivo para 2020.
Já Edmar Costa, à frente da Proeg, lembrou que a UFPA realiza periodicamente o Seminário de Diversidade, que é um ambiente de debate e reflexão sobre o ingresso e a permanência das populações tradicionais na Universidade e ressaltou a importância da participação de todos nesses momentos de discussão.
Seleção
O PSE é composto de duas etapas. A prova de redação em língua portuguesa será realizada em 13 de janeiro, e as entrevistas individuais, de 12 a 15 de fevereiro. Este ano, indígenas poderão participar do concurso nas cidades de Altamira, Belém, Castanhal e Tucuruí, enquanto os quilombolas podem participar do PSE nas cidades de Abaetetuba, Altamira, Belém, Cametá, Castanhal e Soure. No máximo até o dia 9 de janeiro, os candidatos terão acesso ao seu cartão de inscrição.
Edital completo
Inscrições