Uepa forma 80 médicos para o combate à Covid-19 em Belém, Santarém e Marabá

Sem festa, mas com muita determinação, os novos profissionais chegam ao mercado de trabalho para enfrentar o desafio de uma pandemia.

A formatura de alunos do Curso de Medicina costuma ser uma festa grandiosa e muito aguardada pelos familiares e amigos dos formandos, após acompanharem os seis anos de dedicação que a graduação requer. Porém, esse cenário, dentro do contexto da pandemia de Covid-19, é bem diferente.

Formandos em Belém: sem festas e solenidades, mas com o símbolo de uma conquista. (Foto:Pedro Guerreiro/Agência Pará)

Professora Djenane Caetano destacou a importância para a Uepa ter abraçado o movimento nacional. (Foto:Nailana Thiely/UEPA)

Nesta quarta-feira (22), a Universidade do Estado do Pará (Uepa) antecipou a entrega de 61 diplomas de discentes do Curso de Medicina dos campi de Belém (48) e de Marabá (13), completando um ciclo de formação de 80 médicos, capacitados para assumirem a luta contra a Covid-19 no Estado. Esse número inclui a antecipação de 19 diplomas no campus de Santarém, no último dia 9 de abril.

A ação da Uepa é embasada na Medida Provisória nº 934, do Governo Federal, por meio do Ministério da Educação, para que mais profissionais de saúde estejam capacitados para atuar na linha de frente do combate ao novo Coronavírus. Porém, a decisão de antecipar a entrega dos diplomas foi motivada pelos alunos do curso, que iriam se formar no primeiro semestre de 2020.

“No contexto que estamos passando com o vírus, lançar novos médicos capacitados para fazerem atendimento e estar à disposição para auxiliar a comunidade paraense neste momento é de grande valor, para ajudar no combate ao Coronavírus. Portanto, é muito importante a Uepa ter abraçado esse movimento nacional, que mobilizou a antecipação de diplomas para discentes dos cursos de Medicina de diversas universidades por todo o País”, afirmou a coordenadora do curso de Medicina da Uepa, professora Djenane Caetano.

Movimento nacional


A antecipação dos diplomas faz parte de um movimento nacional que integra mais de 6.500 alunos, de 154 faculdades de Medicina, que optaram pelo adiantamento da entrega dos diplomas, a partir da liberação que a Medida Provisória nº 934 possibilitou, a fim de mobilizar mais ações que possam auxiliar no combate ao Coronavírus no País.

“A mobilização de diversas universidades no Brasil possibilitou que nosso movimento ganhasse força e pudesse ser ouvido, pois a nossa intenção não é somente se formar, mas também assumir a responsabilidade social que nos foi dada pela profissão que escolhemos”, frisou a porta-voz do movimento e recém-formada no curso de Medicina da Uepa, em Belém, Maitê Gadelha.

A nova médica Maitê Gadelha, porta-voz do movimento nacional pela antecipação da formatura. (Foto:Nailana Thiely/Uepa)

Apesar da falta de experiência no mercado de trabalho, os novos médicos que se formam pela Uepa entram na profissão com vontade de trabalhar e servir à comunidade paraense em um momento tão delicado quanto o atual.

“É muito difícil para a gente começar a trabalhar diante da situação que o mundo nos dispõe com esse vírus à solta. Porém, a disposição da Uepa em nos auxiliar com seu corpo administrativo e colegiado docente nos permitiu olhar para esse cenário com esperança, para que possamos nos sentir prontos para começar nossa profissão, ato que se faz tão urgente atualmente, pois estamos aqui para lutar pela vida das pessoas do nosso Estado e do País”, declarou o recém-formado em Santarém, Luiz Chaves.

Novos desafios


Pedro Henrique da Costa, outro profissional capacitado que a Uepa coloca no mercado. (Foto:Pedro Guerreiro/Agência Pará)

Os estados brasileiros enfrentam uma das maiores crises sanitárias da história, e isso traz um quadro de dificuldades que envolvem diversas práticas profissionais da Medicina, seja no âmbito do atendimento ou do abastecimento de equipamentos. Porém, o objetivo da Uepa é entrar nesse contexto para lutar e conscientizar a população. “Vejo um cenário desafiador em nosso Estado, mas que todas as medidas de enfrentamento disponibilizadas para nossa região têm sido muito bem desenvolvidas. Porém, ainda há necessidade de maior sensibilização de parte da população quanto a medidas de enfrentamento”, ponderou a coordenadora do Campus XII em Santarém, professora Sheyla Oliveira.

“Assim que o discente se forma, ele entra numa Unidade Básica de Saúde ou de emergência preparado para lidar com situações médicas, consciente eticamente do seu exercício profissional. Portanto, no contexto atual, com o aumento de casos e a transmissão cada vez maior, nós estamos oferecendo profissionais para entrar em combate, literalmente na linha de frente, seja lidando com a população que acessa os sistemas de saúde, privado ou público, ou com o avanço e transformações do vírus”, avaliou o coordenador do Campus VIII, em Marabá, Javan Mota.

“Diria que o tempo de formação foi bastante desafiador e muito bom para nós, pois tivemos muitos aprendizados e não somente conhecimentos técnicos; ensinamentos para a vida. Nossos professores sempre foram muito próximos e nos passaram muitos valores, além do material pedagógico do curso. Portanto, deixo aqui meus sinceros agradecimentos a todos os docentes do curso de Medicina”, declarou o recém-formado em Marabá, Marthyniano Assunção.

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