A ação de estímulo à leitura chama-se Sacola Viajante porque a sacola viaja com livros pela casa das crianças das séries iniciais.
As aulas presenciais na rede estadual estão suspensas, mas as escolas têm feito um esforço coletivo para manter o contato dos alunos da alfabetização com a leitura e a escrita. Na Escola Estadual Santo Agostinho, no bairro do Marco, em Belém, o Projeto Sacola Viajante incentiva os estudos para as crianças de séries iniciais.
O “Sacola Viajante” é uma adaptação do antigo projeto “Sacola Literária”, que antes da pandemia trabalhava a importância do ato de ler com a leitura de livros na sala de aula.
“Com o fechamento das escolas o projeto foi readequado e agora conta também com instruções via o aplicativo WhatsApp. Estamos buscando diversas formas e estratégias para alcançar essa criança, mesmo com a suspensão das aulas”, comenta a diretora da escola Santo Agostinho, Glorete Lima.
O WhatsApp Messenger é um aplicativo de mensagens gratuito para o sistema Android e outras plataformas digitais, ele usa a conexão à internet do celular da pessoa.
O Sacola Viajante atende a crianças da 4ª e 5ª séries e tem esse nome porque a sacola viaja com o livro pela casa dos alunos. A cada semana um aluno é sorteado de forma virtual pela professora para ficar com a sacola por alguns dias. Depois desse período, o aluno tem que contar a história para os colegas de classe, na forma de vídeo. Para facilitar a comunicação entre aluno e professor todas as dúvidas, explicações e debates são feitos pelo Whatsapp.
Escrita e Oralidade
A sacola acaba de ser reforçada com cadernos de exercícios impressos para ajudar os alunos com os estudos, em especial os que não têm acesso à internet. Além de trabalhar a leitura a iniciativa também fomenta a oralidade e a escrita, nas formas de vídeos e textos.
“A leitura proporciona grande positividade no processo de aprendizagem da criança”, explica a professora e idealizadora do projeto, Cintia Tavares.
Os pais são parceiros da escola e cabe a eles buscarem a sacola, levar para casa e acompanhar a atividade com os filhos. O projeto conta com o revezamento de cinco professores que se encarregam de manter o plantão para atender as famílias.
O projeto tem uma grande aceitação da comunidade escolar, que é também uma forma de amenizar a ansiedade das crianças pelo retorno à escola nesse período de isolamento social.
São diversos os exemplos de envolvimento das crianças com o projeto. Aluno do 4º ano, José Miguel Seabra, de 9 anos, está responsável pela sacola viajante esta semana. “Meu filho melhorou muito a leitura, à noite, ele conta a história, isso vai ajudar na ortografia dele”, comentou a mãe de José Miguel, Lucileide Seabra.
Além da “Santos Agostinho”, as escolas da USE 8 (Unidade Seduc na Escola) vêm trabalhando a implantação de diversos projetos de leitura nas unidades de ensino, para fazer esse resgate do aluno e dar suporte aos pais e professores.
“A USE procura apoiar os projetos com infraestrutura e ideias. Os bons exemplos são estendidos às demais escolas que têm sempre o acompanhamento do aluno como foco principal”, explica a gestora da USE 8, Geovânia Santos.