Pesquisadora do INPA ganha grande prêmio da Capes de melhor tese 2019

Carolina Levis, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Beatriz Schmidt, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), e José Holanda da Silva, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), foram os grandes vencedores da 14ª edição do Prêmio CAPES de tese. A premiação foi realizada nesta quinta-feira (12), em Brasília.

A finalidade é premiar as melhores pesquisas de doutorado defendidas em 2018. Os três vencedores foram escolhidos entre as 49 teses premiadas, em todas as áreas de conhecimento, avaliadas pela CAPES. Outras 98 pesquisas participantes receberam menções honrosas. Promovido desde 2006, este ano o prêmio recebeu 1.142 inscrições, um recorde histórico.

Durante a abertura do evento, Anderson Correia, presidente da CAPES, ressaltou a importância de reconhecer e incentivar estudos de alto nível na pós-graduação e o grande momento vivido pelos pesquisadores. “Chegar até o mestrado e o doutorado, e ainda ser premiado, é uma alegria muito grande. Um dia que vai marcar a história de 49 pessoas, que sempre lembrarão que foram premiadas pela CAPES, sendo a melhor pesquisa do País na respectiva área de avaliação”.

Grande Prêmio

Os nomes dos três grandes prêmios são uma homenagem a grandes cientistas brasileiros. Oscar Sala nomeia a categoria de Ciências Exatas, Tecnológicas e Multidisciplinar, Graziela Maciel Barroso empresta seu nome ao Grande prêmio de Ciências da Vida, e Josué de Castro é o patrono da grande área de Humanidades. José Holanda da Silva foi o vencedor do prêmio Oscar Sala, orientado por Sérgio Machado Rezende, do Programa de Pós-Graduação (PPG) em Física da UFPE.

Foto:Divulgação/CNPq

Carolina Levis, orientada por Flávia Regina Capellotto, do PPG em Biologia (Ecologia) do INPA, ganhou o prêmio Graziela Maciel Barroso. “Estou sentindo uma emoção enorme porque eu acho que é fantástico poder estar num momento desse, de celebrar as conquistas científicas. Estou vivendo um momento de celebrar todo o trabalho que já realizei ao longo de dez anos em que estou na Ciência”.

A vencedora do prêmio Josué de Castro foi Beatriz Schmidt, orientada por César Augusto Piccinini, do PPG em Psicologia da UFRGS. “Para mim é uma grande honra. Penso que é algo para coroar toda a minha trajetória acadêmica, desde o período de iniciação científica ao longo do mestrado, doutorado, doutorado-sanduíche e no período de pós-doutorado também fui bolsista CAPES. Então, para mim, é uma grande conquista receber esse prêmio”.

Eles receberam uma bolsa para realização de estágio pós-doutoral em instituição internacional por até 12 meses. O orientador de cada pesquisa receberá R$ 9 mil para participação em congresso internacional. Os três vencedores também receberam R$ 20 mil, cada. Carolina e José de Holanda foram agraciados pelo Instituto Serrapilheira, e Beatriz, pelo Instituto Ayrton Senna.

Para a seleção do Grande Prêmio foram formadas três comissões, uma em cada grande área do conhecimento, compostas por, no mínimo, três membros e lideradas pelo presidente da CAPES.

Prêmios Especiais

Na solenidade, também foram entregues os prêmios especiais. A Fundação Carlos Chagas premia com R$ 15 mil as melhores teses nas áreas de Educação e Ensino, e com R$ 5 mil, as que tiveram menções honrosas. Já a Comissão Fulbright agracia o autor da melhor tese sobre a relação Brasil-Estados Unidos com uma bolsa de pós-doutorado naquele país, no valor de US$ 16 mil.
Karina Menezes, da Universidade Federal da Bahia (UFBA), ganhou na área de Educação e Luzia Voltolini, da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), foi a vencedora na área de Ensino. Thiago Lopes, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), foi o vencedor pela Comissão Fulbright. Em 2020, a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) também será um dos parceiros do Prêmio.

Prêmio Capes de Tese 2019 – Área Ciências Ambientais

Na área de Ciências Ambientais, a tese eleita é de autoria de Vitor Gomes, “Análise dos impactos das mudanças climáticas e do desmatamento sobre a flora arbórea da Amazônia”, sob orientação da ecóloga Ima Vieira, pesquisadora do Museu Goeldi. O Grande Prêmio foi entregue à Carolina Levis, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), que defendeu a tese intitulada “Domesticação das Florestas Amazônicas”.
Estas foram as duas únicas condecorações para a região Norte e reafirma a qualidade dos estudos produzidos por instituições científicas na Amazônia, num cenário de grande disparidade: região Sudeste, com 29 agraciados, seguida do Sul (11), Nordeste (4), Centro-Oeste (3) e Norte (2). Das 49 teses premiadas nesta edição, 22 são de autoria de mulheres e 27 homens.

Foto:Divulgação/Plataforma Lattes

Vitor Gomes integrou o Programa de Pós-graduação em Ciências Ambientais (PPGCA), O programa é realizado em parceria entre a Universidade Federal do Pará (UFPA), o Museu Goeldi e a Embrapa. Sua pesquisa revela que o maior bloco de floresta tropical do mundo pode ter metade de sua área reduzida a fragmentos até 2050, com uma perda de 95% da cobertura na porção oriental da região e prejuízo de maior monta sobre o estado Pará. Os resultados foram descritos em artigo publicado recentemente na revista Nature Climate Change, que Vitor assina como primeiro autor, em parceria com outros três especialistas.

Formação

O Programa de Pós-graduação em Ciências Ambientais (PPGCA) teve início em 2005. É um curso de natureza interdisciplinar, com intuito de induzir a geração e a consolidação da base científica e tecnológica necessária para a efetiva inserção da dimensão ambiental no processo de desenvolvimento local e regional, tornando-o sustentável dentro de um contexto de mudanças globais.

Edição 2019

O Prêmio Capes de Tese também foi criado em 2005, tendo sido entregue pela primeira vez em 2006, a fim de aumentar a visibilidade das ações positivas e indutoras da CAPES na pós-graduação brasileira. A escolha dos trabalhos submetidos ao prêmio leva em conta critérios como a sua originalidade, relevância para o desenvolvimento científico, tecnológico, cultural, social e de inovação e o valor agregado pelo sistema educacional ao candidato.

Nesta 14ª edição da iniciativa, houve um recorde de inscrições, com 1140 candidaturas, nas 49 áreas do conhecimento. Os premiados de 2019 foram conhecidos em setembro. Na noite de ontem, além de Carolina Levis foram anunciados outros dois grandes vencedores, Beatriz Schmidt, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), e José Holanda da Silva, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

Vencedores por Áreas de Avaliação

Os autores das teses vencedoras de cada uma das 49 áreas de avaliação ganharam uma bolsa para estágio pós-doutoral em instituição nacional por um período de até 12 meses. Seus orientadores receberam R$ 3 mil para participar de eventos acadêmicos.

Foram premiadas 22 mulheres e 27 homens nesta edição. Destaque para a região Sudeste, com 29 agraciados, seguida do Sul (11), Nordeste (4), Centro-Oeste (3) e Norte (2). Os estados que tiveram mais vencedores foram São Paulo (18), Rio de Janeiro (7) e Rio Grande do Sul (7).

Entre as instituições de ensino superior (IES), sobressaíram-se diante das demais as universidades estaduais de São Paulo (USP), com cinco teses premiadas, e Campinas (UNICAMP), com quatro, além das federais de Santa Catarina (UFSC) e do Rio Grande do Sul (UFRGS), também com quatro pesquisas premiadas, cada uma.

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