Foto: Clarissa Bacellar/Portal Amazônia
O boto, o curupira e a Iara estão no imaginário amazônico por séculos com as histórias de vivências reais com esses seres míticos sendo contadas de geração em geração entre as famílias da região.
O livro ‘Lendas Amazônicas: legitimando a identidade cultural dos estudantes da Escola Estadual São José, em Tefé/Amazonas’, organizado pela coordenadora da Área de Letras da CEST/UEA, Núbia Litaiff, e pela supervisora de Área de Letras da SEDUC/Tefé, Thaila Fonseca, apresenta o ponto de vista de alunos do interior do Amazonas sobre essas lendas tão conhecidas.
A obra foi concebida por meio da apresentação da literatura regional para os alunos de ensino fundamental. Com aulas expositivas e oficinas artísticas organizadas por bolsistas do projeto na escola em Tefé, os estudantes tiveram contato com a cultura local e a prática da escrita.
No livro os objetivos principais descritos são: “promover a valorização da cultura local e despertar o interesse para a prática da escrita, por intermédio das narrativas amazônicas, coletadas entre os alunos da referida escola”.
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Além disso, o livro também aponta a importância do gênero textual ‘lendas’, já que elas carregam uma tradição oral da região, apresentando a fantasia com elementos reais para tentar explicar fenômenos que foram considerados sobrenaturais.
“A lenda configura-se como uma modalidade narrativa (oral ou escrita) e constitui um misto de religião, de ideologia popular e de aspectos maravilhosos que permeiam o imaginário do homem. Desse modo, as histórias lendárias ‘nos fornecem um caminho simples para os fatos culturais de uma civilização’ (MACHADO, 1994, pg. 97)”, explica a apresentação da obra.
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O processo de criação ocorreu a partir da orientação dos alunos para realizarem entrevistas entre os seus familiares, que contariam as diversas histórias dos seres que povoam o imaginário popular. Os jovens ficaram responsáveis por transcrever a fala e criar ilustrações necessárias para representar as lendas contadas.
A obra versa sobre várias lendas – com destaque para o boto, história mais citada pelos familiares. O guaraná, o saci (ou mati), a castanha, a vitória-régia, a cobra norato, o mapinguari, o curupira, o corpo seco e o kurupi também são citados em diversas versões.
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Com informações do livro ‘Lendas Amazônicas: legitimando a identidade cultural dos estudantes da Escola Estadual São José, em Tefé/Amazonas’.
*Por Heloíse Bastos, estagiária sob supervisão de Clarissa Bacellar