Fiocruz Amazônia avança nas pesquisas para desenvolvimento de testes para detecção do vírus causador da gripe aviária 

Segundo o Laboratório de Diagnóstico e Controle de Doenças Infecciosas na Amazônia, os testes podem chegar a um tempo de espera de até 20 minutos.

Fiocruz Amazônia avança nas pesquisas. Foto: Divulgação / Fiocruz Amazônia

A Fiocruz Amazônia, por meio do Laboratório de Diagnóstico e Controle de Doenças Infecciosas na Amazônia (DCDIA), vem trabalhando nas pesquisas para o desenvolvimento de testes destinados à detecção do vírus H5N1, causador da gripe aviária, utilizando abordagens moleculares e imunológicas.

📲 Confira o canal do Portal Amazônia no WhatsApp

O estudo intitulado Pesquisas para Enfrentamento da Gripe Aviária H5N1 – já se encontra em fase de testes, inicialmente com genes sintéticos e extrações de isolados de cultura, visando a padronização do ensaio.

“Buscamos deixar o ensaio pronto para padronização com amostras reais, a ser realizada em laboratórios com o nível de segurança biológica apropriado, caso venha a se tornar necessário”, explica o pesquisador em Saúde Pública da Fiocruz Amazônia, Luis André Morais Mariúba, membro do grupo DCDIA e coordenador do Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT) da unidade.

Leia também: Pesquisador da Fiocruz Amazônia alerta para precarização sanitária da região no Atlas da Amazônia

Fiocruz Amazônia avança nas pesquisas. Foto: Divulgação / Fiocruz Amazônia

Ele explica a importância do avanço das pesquisas nessa área, citando o risco cada vez maior de surgimento de emergências sanitárias mundiais a partir dos surtos já registrados da gripe aviária em várias partes do mundo, incluindo o Brasil, onde foram relatados casos em aves.

“A situação já preocupa as autoridades sanitárias de diversos países e o momento atual é de monitoramento e controle da doença. A proposta é de que os testes sejam utilizados por agentes de saúde durante emergências sanitárias”, afirma Maríúba. Segundo ele, os novos testes podem chegar a um tempo de espera pelo resultado inferior a 20 minutos.

O pesquisador salienta que as pesquisas poderão avançar ainda mais. “Os ensaios até o momento já realizados são promissores, já estamos programando novos testes em colaboração com a Universidade de São Paulo (junto à Profa. Dra. Helena Laje) e do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), junto ao Prof. Dr. Felipe Naveca). Participam deste estudo alunos do Programa de Pós-graduação em Biologia da Interação Patógeno-hospedeiro, mestrandas Alice Alencar e Darleide Braga, Dra. Juliane Glória (ILMD-FIOCRUZ) e empresa EZscience”, observou.

Leia também: Fiocruz Amazônia realiza mapeamento de áreas de risco para surtos de raiva no Amazonas

Resumo

O projeto de pesquisa visa o desenvolvimento de insumos para o diagnóstico de H5N1 utilizando anticorpos de galinha e ensaios moleculares. “A equipe do laboratório trabalha em três frentes: produção de anticorpos extraídos de gemas de ovos de galinha (IgY); produção de anticorpos recombinantes scFv de origem galinácea; desenvolvimento de teste molecular rápido com detecção em fita com anticorpos scFv de origem galinácea”, afirma Mariúba.

Fiocruz Amazônia
Fiocruz Amazônia avança nas pesquisas. Foto: Divulgação / Fiocruz Amazônia

Segundo o pesquisador, os anticorpos IgY foram produzidos com sucesso utilizando peptídeos baseados no antígeno H5. “Iniciamos os ensaios em fitas imunocromatográficas; os anticorpos scfv foram desenvolvidos contra os antígenos H5 e N1, e estão atualmente em análise quanto a sua especificidade à estes antígenos; os ensaios moleculares rápidos foram padronizados com sucesso, sondas específicas para a detecção do gene H5 foram desenvolvidas. Novas sondas também serão testadas, assim como buscaremos desenvolver fitas de origem nacional”, enumera. 

Mariúba afirma que, em todas as frentes de trabalho (1, 2 e 3), são aguardados padrões a serem enviados por instituto internacional parceiro para melhor verificação da sensibilidade e especificidade dos insumos produzidos. Com contribuição dos resultados do projeto para o enfrentamento da H5N1, ele considera que, para uso imediato, é possível testar em campo o ensaio molecular rápido, por enquanto, utilizando as fitas imunocromatográficas internacionais.

“Estes ensaios permitem a detecção do vírus entre 15 e 20 minutos. A aplicação deste em amostras frescas poderá ser de grande contribuição para o enfrentamento atual da doença em granjas”, observa.

Leia também: Milhões de ribeirinhos da Amazônia se nutrem de alimentos contaminados, afirma Fiocruz

NIT-ILMD

Implantado em 2007, o Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT) do Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia), tem como objetivo prospectar projetos de pesquisa para identificação de tecnologias e produtos que possam ser patenteados, assim como intermediar o contato entre pesquisadores, tecnologistas e a Coordenação de Gestão Tecnológica (Gestec/Fiocruz) para elaboração de pedidos para depósito de patentes e acompanhamento do processamento das negociações, desde o depósito até a manutenção das patentes.

O Sistema Fiocruz de Gestão Tecnológica e Inovação foi criado em 2006 com a missão de promover a inovação em saúde, por meio da gestão da Propriedade Intelectual e da Transferência de Tecnologia, de forma integrada e articulada com as Unidades da Fiocruz. Através de sua atuação, tornou-se referência na gestão de Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia no Brasil.

O NIT/ILMD está ligado à diretoria e atua diretamente com os pesquisadores da Unidade, fornecendo-lhes orientações acerca de assuntos relacionados à propriedade intelectual e inovação em consonância com as políticas de gestão da inovação da Fiocruz e com o Programa de Inovação Tecnológica do ILMD/Fiocruz Amazônia.

Publicidade
Publicidade

Relacionadas:

Mais acessadas:

Você conhece as mascotes dos times de futebol da Região Norte?

As mascotes de time são uma tradição no mundo, não só no futebol, mas em todo ambiente esportivo, pois elas são fundamentais para a representação do processo cultural de uma agremiação.

Leia também

Publicidade