Ao chegar na adolescência uma das principais pressões é gerada pela pergunta: qual profissão você vai seguir? A questão é referente à graduação que os jovens pretendem cursar e que profissão seguirão. No primeiro ano do Ensino Médio, depois de perceber que estava na hora de escolher que caminho seguir e que as notas não eram apenas “para agradar os pais”, o estudante amazonense Gabriel Gonçalves, de Manaus (AM), decidiu se dedicar aos estudos. A ideia era estudar e conseguir alcançar boas pontuações nos exames vestibulares, mas a realidade não foi tão boa quanto a ideia.
Amizades erradas, desestímulo escolar e a pressão pela formação superior pública atrapalharam o desempenho de Gonçalves. Porém, ao ver que os resultados não seriam bons para a própria carreira, o estudante tomou o pouco tempo que restava, já no terceiro ano do Ensino Médio, e “mergulhou de cabeça” nas aulas da escola e cursinho pré-vestibular.
O resultado foi a aprovação em quatro provas: duas na Universidade do Estado do Amazonas (UEA), uma na Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
“Durante o fundamental sempre fui aplicado, ia para a escola e tirava notas boas, mas não tinha a mentalidade de alguém que iria entrar na universidade, a nota boa era para agradar meus pais. No Ensino Médio, que é a etapa onde a gente começa a se preparar para os vestibulares, e no primeiro ano, eu estudava muito, mas fui um aluno médio”, relembrou ao conversar com o Portal Amazônia.
Segundo Gonçalves, depois de ver que as notas não foram favoráveis no primeiro ano, decidiu se dedicar no segundo ano, no entanto a empolgação logo sumiu, mais ainda com as “amizades erradas”. “Nessa época, fui péssimo, me saí muito abaixo do meu potencial. Então, no terceiro ano, no meu colégio, eu e mais três primos estudávamos juntos e eles competiam pela nota do vestibular. Foi quando bateu a pressão e fiquei com medo de não passar em uma universidade pública. Seria uma vergonha pra mim, na minha família seria decepcionante, porque eles me deram muito apoio e eu não queria dar vergonha”, confessou.
“O tapa foi tão grande que pensei que, se queria sucesso, eu tinha que estudar. Então conversei com minha família e entrei no cursinho pré-vestibular e estudei muito. Melhorei muito, minha vida se tornou estudar”, afirmou. O estudante diz que tinha uma rotina pesada, de 7h às 22h, focada nos estudos.
Medo e conquista
Mesmo com apoio da família, amigos mais próximos e pensando em seu próprio futuro, Gonçalves lembrou que passou por muitos momentos de incerteza, pressão e preocupação. “Será que todo meu esforço vai valer a pena?”, questionava. E valeu. O estudante conseguiu superar a maratona de provas e foi aprovado na UEA em Economia e Geografia, e na Ufam em História. Na disputa pela vaga em Engenharia Florestal, no Enem, Gabriel diz que alcançou 840 pontos na redação. E foi justamente este o curso que ele escolheu.
“Sempre fui mais de humanas, mas percebi que estudando mais Matemática e Química mais afundo, comecei a ver o lado bom das exatas e fui me adaptando. Hoje me identifico ainda mais com a área”, revelou. Segundo o estudante o pensamento positivo foi um grande auxiliar na hora de perder o medo.
“Não podemos pensar negativo, isso não ajuda em nada. O nosso sonho é do tamanho de nossos esforços temos que nos sacrificar para conquistá-los. Se eu não fizer por merecer não vou conseguir. Mas além de estudar muito, percebi que para o vestibular saber os conteúdos é primordial, mas saber como a prova funciona, analisar as anteriores, os estilos das perguntas, ajuda muito”, aconselha. Outro ponto que o jovem destaca é também se preparar fisicamente: “Contou muito. São provas extensas e em dias seguidos, então conta muito fazer aulões e simulados”.
Além de Gabriel Gonçalves, 50% dos alunos do Centro de Ensino de Tempo Integral Professor Engenheiro Sérgio Alfredo Pessoa de Figueiredo, no bairro Cidade Nova, na Zona Norte, foram aprovados em em universidades públicas. “Agradeço a Deus e meus amigos que passaram no vestibular, aos professores e o tanto que se dedicavam, era aparente o quanto queriam o nosso sucesso”, agradeceu.