Com a crise assolando a econômica no país, o jeito é procurar alternativas para sobreviver no mercado. Em Autazes, município da RMM (Região Metropolitana de Manaus), pequenos produtores de leite resolveram diversificar o negócio no campo e passaram a cultivar macaxeira, banana e mamão. A maior parte da safra é destinada a merenda escolar do município, já o excedente do leite está sendo beneficiado e vendido em pequena escala como iogurte.
O pecuarista de leite Robervan Paiva, decidiu diversificar a produção do sítio com plantio de outras culturas como macaxeira, mamão e banana, para driblar a crise econômica e reforçar a merenda escolar com produtos regionais. “Essa foi a forma que encontramos para sobreviver à crise e ainda poder ajudar no reforço da merenda escolar do município”, informou. Hoje com a modernização da produção de leite, todo o excedente que não é vendido passa pelo processo de beneficiamento e vira iogurte. O sabor o cliente escolhe na hora.
“Se tivéssemos mais incentivo e menos burocracia, poderíamos estar produzindo muito mais. Precisamos de financiamento para tornar a irrigação mecanizada e melhorar a pastagem nessa época de seca”, lamentou Roberval.
O investimento necessário para executar o projeto de irrigação mecanizado, fica em torno de R$ 50 mil, segundo Robervan Paiva. Parece pouco, mas para quem está sozinho no campo, torna-se impraticável neste momento de crise. “Mas eu tenho fé que vamos conseguir o financiamento. Eu nasci aqui, herdei a vocação e o amor pela pecuária de meu pai, Valdir Paiva, que me deu a chance de estudar na capital e depois de concluir o curso de técnico em Agronomia, eu voltei para continuar o trabalho de meu pai”, disse emocionado.
Sobre o resultado positivo de 4,4 alcançado pelo município de Autazes, no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), em 2015, o secretário Municipal de Educação de Autazes, Francisco Orellan, afirma que é fruto da continuidade do trabalho nas escolas. “É fundamental dizer do trabalho que tivemos para alcançar o índice do Ideb, porque não é feito em cima da hora, é um trabalho a longo prazo. Não é mérito só nosso, é mérito de outros gestores que passaram por aqui e fizeram um bom trabalho”, reconhece.
O município de Autazes leva fama de fomentar a economia através da pecuária leiteira e, recentemente, com a exploração da silvinita (minério de onde é extraído o potássio, principal matéria-prima de fertilizantes). No entanto, o município não vê o retorno dessas atividades. Falta infraestrutura, há carência de transporte, de asfalto nas ruas, há interrupções no fornecimento de energia elétrica e, consequentemente, no abastecimento de água, além dos gêneros alimentícios da cesta básica serem onerados com frequência por conta da sazonalidade da região.
Neste cenário, as escolas também sofrem com o abandono do poder público. Segundo relata a professora Francinete Onete, na Escola Estadual Raimundo Sá parte dos alunos assistem às aulas num prédio anexo alugado, enquanto que no terreno da escola há espaço para ampliação das instalações. “Eu falo em nome da Escola Raimundo Sá em questão do anexo da nossa escola. A nossa clientela é muito grande, as nossas crianças que saem do 5o ano da escola Vidal Gomes de Melo, Pedro Santarém e Isaura Torres eles estão sem espaço. GM e Raimundo Sá não tem como comportar todas essas crianças”, disse.
A professora reivindica a ampliação da Escola Estadual Raimundo Sá.