Setor de duas rodas dá sinais de reação em Manaus, aponta Abraciclo

Após um ano difícil, o setor de duas rodas fechou o primeiro trimestre de 2017 com saldo positivo frente a 2016. Segundo a Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo), no acumulado de janeiro a março houve alta de 1,6% na linha de produção de motocicletas no Polo Industrial de Manaus (PIM).

Isso mostra que saíram das fábricas 231.981 motocicletas contra 227.626 unidades fabricadas no mesmo período do ano anterior. Quanto as vendas externas, a alta alcançou 26,9% e no atacado, o setor se manteve estável. Já referente as vendas no varejo, o volume caiu 12,1%. Para este ano, a projeção das empresas de duas rodas é manter o número de funcionários e evitar novos cortes.

Na avaliação do presidente da entidade, Marcos Fermanian, mesmo que os números tenham apresentado leve melhora no primeiro trimestre, o mercado de Duas Rodas segue cauteloso, mantendo as projeções já anunciadas.”De qualquer forma, iniciativas como a da Caixa Econômica Federal, com a linha de crédito especial para motocicletas, e as perspectivas de estabilidade econômica devem impulsionar os negócios neste ano”, comentou. Para 2017, a Abraciclo prevê um crescimento de 2,2% na produção.

Conforme o balanço, no acumulado do ano, as vendas no atacado mantiveram-se estáveis, se comparado ao mesmo período de 2016. De janeiro a março, foram comercializadas um total de 215.820 motocicletas contra 215.372 do ano anterior. Com 80.372 unidades vendidas em março, foi registrada alta de 17,7% em fevereiro (68.312) e queda de 3,8% em março de 2016 (83.523).

Segundo a Abraciclo, as exportações no primeiro trimestre alcançaram alta de 26,9%, com 17.444 unidades exportadas, ante 13.749 em 2016. Já o comparativo mensal registrou 5.722 motocicletas exportadas em março, contra 5.953 unidades em fevereiro e 4.721 unidades em março do ano passado. Outro indicador positivo para o polo de duas rodas foi na comparação mensal, onde a produção de motocicletas do mês de março registrou um expressivo crescimento de 22,4% frente a fevereiro e 2,3% contra o mesmo mês de 2016. Saíram das linhas de produção 82.416 unidades.

Emplacamento

No primeiro trimestre, os emplacamentos de motocicletas segundo levantamentos do Registro Nacional de Veículos Automotores (Renavam) atingiram 210.970 unidades, contra 239.923 no ano anterior, o que corresponde a uma queda de 12,1%. Só o mês de março registrou 82.879 motos licenciadas, frente a 60.495 unidades em fevereiro e 86.981 unidades no mesmo mês de 2016. Com quatro dias úteis a mais, a média diária de vendas, com 3.603 unidades, ficou 13,2% acima da apresentada em fevereiro (3.184), porém 8,9% abaixo do que em março de 2016 (3.954).

Bicicletas

Diferente das motos, as fabricantes de bicicletas instaladas no PIM, registraram um recuo de 1,9% nos primeiros três meses, com 146.097 bicicletas produzidas contra as 148.959 em 2016. Quanto a importação, o recuo foi de 23% no período quando totalizou 29.653 unidades, ante 38.526 no primeiro trimestre do ano passado. De janeiro a março, as exportações totalizaram 676 unidades, aumento de 307,2% contra 166 unidades em igual período de 2016. Já no mês de março, o número é positivo na comparação ao mesmo mês do ano anterior, quando se produziram 59.649 bikes, um crescimento de 15,6% e 6% contra fevereiro.

Produção

O diretor administrativo-financeiro da Moto Honda da Amazonia, João Mezari comentou que o mercado de duas rodas vem sofrendo quedas desde 2012 e apontou a falta de crédito como principal fator contribuinte. “Os clientes estão a disposição e querem nossos produtos, assim como das demais empresas do polo, mas a falta de crédito tem impedido a retomada por toda questão econômica e aumento de inadimplência foi reduzido ao extremo. Somos um dos principais financiadores de nossas motos através do Banco Honda, mas o mercado como um todo sofreu e fechamos 2016 com recuo de 20% na produção em relação ao ano anterior”, disse. Em 2015, a companhia produziu 1,1 milhão de motocicletas e já chegou a fabricar 2 milhões de motos por ano. Atualmente esse número chega a 50 mil mensais.

Desemprego e estabilização 

Os dados do Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas (Sindmetal-Am) apontou que as demissões no pátio industrial caiu pela metade no primeiro trimestre deste ano em relação a 2016. De janeiro a março foram 6.9 mil trabalhadores demitidos contra 3.7 mil, desligamentos no ano anterior, o que representa uma queda de 45,5% no comparativo semestral. A Moto Honda liderou entre as empresas que mais demitiram no período com 517 desligamentos. Para este ano, a projeção da companhia é manter o número de funcionários do ano passado e evitar novos cortes.

“O mercado não tem nenhum prognóstico mesmo com os índices da economia melhorando, uma vez que desemprego ainda está em alta em todo o país. Então, para este ano estamos projetando uma estabilidade através desses índices somados a estabilização da crise política o mercado retomará a confiança. E com isso vai refletir em uma busca por produtos de forma geral contribuindo para que o PIM volte a contratar. Por enquanto, as empresas ainda estão se ajustando com o volume de produção”, destacou o diretor.

Na tentativa de manter o nível de produção, Moto Honda tem investido em lançamento de modelos como a SH150, que junto com a PCX e SH300 devem contribuir para alavancar as vendas da empresa. “Continuamos com essa política de fornecer produtos de ótima qualidade e sempre investindo em novos produtos que vendam bem. A SH150 vem ao encontro dessa ideia por ser uma moto que vem com uma grande tecnologia embarcada que inclui até controle remoto”, garantiu Mezari.

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