O segmento de bebidas não alcoólicas, que inclui a indústria de concentrados, é um setor-chave para a Zona Franca de Manaus (ZFM), com grande impacto socioeconômico especialmente no interior da região. Instalado desde os anos 80 no Polo Industrial de Manaus (PIM), o setor gera mais de dois mil empregos formais e conta com elevados níveis de aquisição de insumos agrícolas locais, sobretudo o guaraná. A média de investimento anual é de US$ 100 milhões, com faturamento na ordem de US$ 170 milhões em 2016 responsável por uma movimentação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) devido de US$ 7 milhões/ano, conforme dados dos Indicadores de Desempenho do PIM, o período de janeiro à novembro do ano passado.
De acordo com o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), Antonio Silva, o setor de bebidas e concentrados deve manter os mesmos patamares de 2016, apesar da retração persistir, ainda neste ano. “O segmento de bebidas ainda está em queda, assim como os outros acreditamos que no ano de 2017 devemos empatar ou fechar a menos um. Mas, vamos ver se eu estou errado nesse meu prognóstico”, alertou.
Por outro lado, Silva está mais otimista com o apoio vindo do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic) em juntos divulgar as vantagens do modelo ZFM para todos os brasileiros. “Nós estamos vivenciando um momento que tem tudo para dar certo. A vinda do ministro Marcos Pereira, aqui na Suframa que comemora 50 anos; essa campanha pesada que, nós vamos fazer a publicação, mostrando definitivamente para todo o Brasil, o que é o Polo Industrial de Manaus”, comemorou.
Segundo Silva, consolidar o PIM enquanto a nova Matriz Econômica Ambiental está em implantação é uma forma de acelerar todo o processo e manter a economia em movimento. “Com tantas opções de diversificação, nós acreditamos numa tentativa de preservar aquilo que já está consolidado enquanto buscamos outras alternativas. Essa é a ideia para que possamos conseguir evoluir dentro desse nosso modelo exitoso que é o Polo Industrial Manaus”, ratificou.
O ministro Marcos Pereira, destacou a perspectiva de retorno do crescimento econômico brasileiro ainda neste ano com a redução dos juros e a manutençãoda inflação no centro da meta. Entre outras ações de estímulo ao setor produtivo do PIM, ele elogiou a nova Matriz Econômica Ambiental anunciada pelo governo do Amazonas. “Estamos confiantes que a economia do Brasil voltará a crescer a partir do próximo trimestre, especialmente no próximo semestre. Quando a economia cresce, as empresas aqui instaladas voltam a crescer, beneficiando todo o país”, comentou.
Na avaliação do presidente do Conselho Regional de Economia do Amazonas (Corecon-AM), Nelson Azevedo, o setor de bebidas ganhou um forte aliado com o anúncio da nova Matriz Econômica Ambiental que, dentre outros setores, promete fomentar a citricultura, base para os concentrados e bebidas não alcoólicas. “Este é um setor promissor aqui na região. As fábricas de guaraná sempre existiram, até pela produção no município de Maués. E a citricultura é uma alternativa viável para a região até a curto prazo”, disse.
Para o economista, a questão do beneficiamento dos produtos extraídos da natureza de forma sustentável, também movimentará a economia regional gerando emprego e renda para o homem da floresta. “Eu também acredito que é o momento de nós vermos o que perdemos em produção e mão de obra, por exemplo, em Itacoatiara e investirmos no beneficiamento de produtos cítricos, como a laranja, o abacaxi, e tantos outros. Reitero que o beneficiamento de insumos nativos aqui da região é forte aliado da agricultura familiar e do próprio setor de bebidas que ainda é tímido aqui no PIM”, sugeriu.
No Polo Industrial de Manaus, essas cinco empresas são integrantes do subsetor de bebidas: Amazon Refrigerantes, Manaus Refrigerantes pertencente ao Grupo Simões, Magistral, Minalar e Santa Cláudia, segundo o Catálogo de Empresas e Produtos do PIM, disponível no site da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa). Amazon Refrigerantes Fundada em 1996, a Amazon atua na fabricação e distribuição de refrigerantes e bebidas. Dentre os principais produtos estão o Guaraná Tauá,Bizz Cola, Flesh Laranja, Flesh Uva, Natucrim e Águacrim. A produção iniciou em 1998 para atuar no segmento de bebidas refrigerantes. Em janeiro de 2002 a empresa diversificou suas atividades e investiu emequipamentos para o envasamento.
Grupo Simões
A Manaus Refrigerantes é uma empresa do Grupo Simões, que tem a concessão da marca Coca-Cola na região. A empresa também é fabricante do guaraná Tuchaua e água mineral Belágua. A primeira fábrica de refrigerante do grupo foi inaugurada em 1970 no PIM, onde também possui uma unidade de CO2. O Grupo Simões ainda está presente nos Estados vizinhos, Pará e Rondônia.
A planta industrial da Manaus Refrigerantes, no PIM, é moderna e foi construída com a mais avançada tecnologia, visando atender a exigente e crescente demanda do mercado, além de oferecer condições de trabalho aos seus colaboradores. No início de 2002 o grupo investiu R$ 4 milhões em sua linha de latinhas.
O sistema tem capacidade de envasar 37,8 mil unidades por hora ou 787,5 mil caixas com 24 latas por mês. A linha de latas foi adquirida da empresa alemã KHS, considerada no mercado internacional como uma das maiores e mais respeitadas do ramo de equipamentos para indústrias de bebidas.
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Magistral
A J. Cruz Indústria e Comércio Ltda., foi fundada na década de 1970, no Distrito Industrial de Manaus. É uma empresa de capital nacional, que utiliza tecnologia nacional e internacional, por meio da parceria com diversos fornecedores, para elaboração de seus produtos.
A fábrica está localizada em uma área de 8 mil m², aproximadamente. A empresa é responsável pela fabricação, industrialização, envasamento e comercialização de refrigerantes e água mineral das marcas Magistral, Magistral Gold e Yara. A Magistral possui máquinas de última geração, com processos produtivos certificados pela ISO 9002, por meio do Instituto de Tecnologia do Paraná.
Minalar
A Minalar iniciou suas atividades em 1987, para o envasamento de água captada de poços artesianos de mais de 120 metros de profundidade. Na empresa, são envasados garrafões de 20, 10 e 5 litros e de garrafas de 1,5 litros, 500 ml e 300 ml, bem como, copinhos com 200 ml. A empresa conta com Sopradoras Pugliese, para produzir os vasilhames em PET (Polietileno Terefelato) e uma Envasadora Colunio, para os copinhos . A empresa detém 15% do mercado regional, atendendo Manaus e a maioria dos municípios amazonenses e parte do Estado de Roraima.
Santa Cláudia
A Santa Cláudia entrou em operação no PIM em 1964 e atualmente ocupa a liderança no mercado de água mineral e refrigerante de guaraná, na região. Sua cobertura na cidade de Manaus é de 90%, com 17,8 mil pontos de venda. No interior do Amazonas a cobertura da empresa é de 100%. Atua, também, no oeste do Pará, Roraima e Acre.
A Empresa possui em sua infraestrutura um processo de envase moderno e diversificado, composto de duas linhas de envase de PETs, uma linha de envase de Vidro, uma linha de envase de Suco, uma linha de envase de Garrafão de 20 litros e uma linha de Sopro de garrafas PET.
A Santa Cláudia é a primeira empresa do Norte do país a receber o certificado de qualidade ISO 9002 pela BRTUV, nas atividades de produção, vendas e distribuição, com creditações pelo Inmetro.
O Projeto Cosméticos Sustentáveis da Amazônia é uma parceria público-privada que congrega 19 associações de produtores focadas na extração da biodiversidade amazônica.