O setor de serviços no Amazonas registrou em maio o melhor desempenho do país com alta de 6,2% na comparação com abril. As demais taxas positivas foram assinalas no Rio Grande do Sul (4,1%) e Mato Grosso (3,2%). A média nacional também cresceu e ficou em 0,1%. Já na comparação com igual mês de 2016, o volume de serviços no Estado recuou 4,4%. Em relação aos cinco primeiros meses de 2017, o índice ficou em – 9,4 e no acumulado dos últimos 12 meses, a redução foi de 11,5%. Os dados foram divulgados ontem (13), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e constam da Pesquisa Mensal de Serviços.
Na avaliação do economista, Francisco Mourão Júnior, o bom desempenho do Amazonas é efeito de medidas como a baixa de taxas de juros e até mesmo do pagamento das contas de FGTS inativo. No entanto, ele pediu cautela ao analisar o indicador. “A atividade de serviços é a ultima a sentir a crise e tem um poder de reação mais rápido que os demais setores econômicos. E com a liberação do beneficio do FGTS a maioria dos trabalhadores pagaram suas contas, o que permitiu as saídas para comer fora ou até ida ao salão de beleza. Mas ainda assim, o consumidor permanece cauteloso e quer comprar mais por menos”, analisou o especialista.
Segundo a pesquisa, o volume do setor de serviços do Estado apresentou em maio alta de 6,4% sobre abril, na série com ajuste sazonal, após ter registrado queda de 2,1% em abril e crescimento de 0,1% em março. O resultado foi o mais expressivo entre os números contabilizados nos outros Estados brasileiros. Para o disseminador de informação do IBGE/AM, Adjalma Nogueira Jaques, o setor ganhou fôlego no quinto mês do ano por está ligado ao consumo das empresas e das famílias.
“No momento que há volume de recursos no mercado as pessoas vão demandar mais por serviços. Como houve uma sensível melhora nos últimos dois meses no quadro da industria e comércio local, ambos entrelaçados com essa atividade, as empresas demandaram mais por serviços e as pessoas também”, observou.
Já no confronto com maio do ano anterior, o setor registrou queda de 4,4%. Os meses de janeiro, fevereiro, março e abril de 2017 marcaram -10,8%, -9,5%, -11,8% e -10,7%, respectivamente. De janeiro a maio a atividade de serviços também fechou com queda acumulada de 9,4% frente aos cinco primeiros meses do ano passado. E no agregado dos últimos 12 meses foi registrada uma queda maior de 11,5%. “Mas é importante observar que mesmo sendo negativos esses indicadores mostram que a cada mês o setor vem se recuperando e registra gradualmente índices menores”, frisou Jaques.
Na leitura do economista Mourão Júnior, os índices negativos registrados pela atividade de serviços amazonense na comparação com 2016 ainda são resultados do desiquilíbrio econômico e político. Ele explicou que, o cenário instável com juros e inflação em alta atingem duramente os consumidores. “Devido estarmos nesse impasse político que reflete na economia atingindo em cheio o poder de compra da população e consequentemente o consumo no setor de serviços”, disse o especialista.
Setor de serviços brasileiro
Em relação ao Brasil, a atividade de serviços fechou o mês de maio com expansão de 0,1% frente a abril que marcou crescimento de 1%. Apesar isso, na comparação com maio do ano passado o setor registrou queda de 1,9%. Em relação ao acumulado do ano, a queda foi de 4,4%, frente aos cinco primeiros meses do ano passado e E no agregado dos últimos 12 meses foi registrada, uma queda de 4,7%.
A pesquisa mostrou ainda que na comparação com o mês de abril, a receita nominal do setor fechou maio com variação positiva de 0,3% e 3,9% frente a igual mês em 2016. Na taxa acumulada de janeiro a maio, a receita nominal dos serviços avançou 1,3%, caindo para 0,4% no acumulado dos últimos 12 meses.