Segmentos da indústria do Amazonas alcançam resultados positivos em 2016

 

Dentre os 23 subsetores existentes no Polo Industrial de Manaus (PIM) apenas oito registraram índice positivo no faturamento no período entre janeiro e julho deste ano em relação a igual período de 2015, segundo os Indicadores de Desempenho da Suframa. Entre os segmentos que obtiveram crescimento estão o químico, com vendas de R$ 6,2 bilhões e crescimento foi de 4,13%. O setor relojoeiro também mantém os resultados positivos de 0,38%, com o faturamento de R$ 717,4 milhões. Nos dois casos, a comparação está relacionada aos sete meses de 2015. Conforme os empresários, os números mostram que a indústria tenta se equilibrar e manter o volume produtivo em meio à instabilidade econômica nacional.

Setores químico e relojoeiro estão entre a parte da indústria cujo faturamento se encontra estável. Foto: Walter Mendes/Jornal do Commercio

O presidente do Sindicato das Indústrias Químicas e Farmacêuticas de Manaus, que também é o dirigente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), Antônio Silva, explica que o crescimento de 4,13% contabilizado pelo setor químico está atrelado ao aumento nas exportações de concentrados para a fabricação de bebidas. Logo, houve aumento na demanda pelo preparo e maior produção por parte das fabricantes amazonenses.

De acordo com o presidente, a indústria local teve um pequeno aquecimento produtivo no último mês, o que segundo ele, refletiu no volume demandado. Apesar do saldo positivo, os indicadores de desempenho apontam que no período entre janeiro e julho de 2015 os números mostravam um crescimento para o setor de 6,36% e faturamento de R$5,9 bilhões.

“É um período difícil para todos os setores da economia e industriais. Em função do pequeno aquecimento algumas indústrias tiveram crescimento em atividades laboratoriais, algumas que fazem parte de componentes, controle de qualidade e no preparo de concentrado para bebidas”, disse Silva.

Conforme o presidente do Sindicato das Indústrias de Relojoaria e Ourivesaria de Manaus, e também vice-presidente da Fieam, Nelson Azevedo, o desempenho do setor relojoeiro é justificado pela constante demanda pelos produtos de adorno utilizados por praticamente todas as faixas etárias. Ele comenta que uma das alternativas encontradas pelas fabricantes para manter o ritmo produtivo e ao mesmo tempo atrair o consumidor foi o lançamento constante de novos modelos de relógios para todos os públicos e idades.

“É um setor que tem mantid uma certa estabilidade nos últimos anos. O cliente procura sempre por relógio porque o utiliza como adorno. Modelos diferenciados e modernos atraem o cliente. Isso tem impulsionado o polo relojoeiro”, comenta.

Azevedo acredita que a proximidade às datas comemorativas do final do ano como o Dia das Crianças e logo após o Natal e o Ano Novo deve impulsionar ainda mais as vendas e a produção local, que atende ao mercado interno. “O Dia das Crianças sempre movimenta o setor porque os pequenos também gostam de relógios”. A indústria relojoeira passou a receber pedidos mais expressivos desde o mês de agosto e segundo Azevedo, deve manter o índice demandado até dezembro. Os pedidos devem ser entregues entre os meses de outubro e novembro.

“Os pedidos atendem ao mercado interno e são recebidos no início do segundo semestre. Vale lembrar que neste ano as indústrias ainda têm estoques abastecidos que serão escoados a partir de agora. Acreditamos que fecharemos o ano com um leve crescimento em relação a 2015”, disse.

Hoje, o polo relojoeiro conta com cinco empresas instaladas no PIM que empregam cerca de dois mil trabalhadores. Azevedo destacou que as indústrias, diferentemente de anos anteriores, não contrataram mão de obra para o período de final de ano.

MPF-AM busca regularizar embalagens

O Ministério Público Federal no Amazonas (MPF-AM) firmou acordo com o Sindicato da Indústria de Bebidas em Geral no Amazonas para regularizar o sistema de embalagem retornável de uso exclusivo de garrafões de água mineral de dez e 20 litros. A medida visa sanar irregularidades em relação às denúncias de falsificação de lacre, utilização de galões fora da validade e procedência duvidosa da água mineral, além de armazenamento e transportes inadequados.

Pelos termos do acordo, os vasilhames com a logomarca moldada em resina só poderão ser envasados pela empresa responsável pela identificação visual da garrafa. Caso a água industrializada não seja mineral, a embalagem não poderá ser azul e deverá conter alerta de que a água não é mineral, devendo a fonte desse alerta ter ao menos 50% do estilo de letra utilizada para a marca do produto, com o objetivo de preservar o direito do consumidor.

O MPF e o Sindicato da Indústria de Bebidas em Geral do Amazonas deverão promover a fiscalização nas empresas para garantir o uso adequado dos garrafões de água. Será aplicada multa de R$ 10 mil por garrafão encontrado no mercado comprovadamente utilizado de forma indevida no envasamento de água.

Para as empresas em funcionamento, as cláusulas do acordo passam a valer no prazo de 120 dias. Garrafões já em circulação no mercado com as respectivas marcas das empresas, mas fora dos padrões de uso exclusivo, poderão ser utilizados pelos próximos três anos, quando perderão a validade. Novas empresas do ramo já devem entrar no mercado devidamente adequadas aos termos do acordo.

Rotação de embalagens

As empresas associadas ao sindicato envasam água mineral em garrafões retornáveis, cujas características permitem a rotação e o envase por outras empresas que atuem no mesmo segmento. No documento, o MPF e a entidade patronal do setor ressaltam que a embalagem retornável de uso exclusivo para o engarrafamento de água mineral fomentará positivamente a exploração e o desenvolvimento de novos nichos de mercado, tendo em vista a possibilidade diferenciação do produto ofertado.

Atualmente, a identificação da água contida no vasilhame se restringe ao rótulo afixado sobre o garrafão e lacre de garantia aplicado sobre a tampa, sendo ambos de fácil remoção, inclusive no transporte. Dessa forma, eventuais investimentos na aquisição de garrafões que poderão ser reutilizados por empresas concorrentes não dão às empresas a garantia de retorno após o primeiro uso.

Para o MPF-AM, o desconhecimento dos responsáveis pela fabricação do produto põe em risco a garantia da responsabilidade objetiva de reparação dos danos causados aos consumidores. “Além de ser um produto essencial para a saúde e para a vida das pessoas, a água é um recurso mineral da União. Por isso, o MPF deve acompanhar o processo de envazamento em garrafões retornáveis e atuar para coibir eventuais irregularidades”, explica o procurador da República, Rafael Rocha.

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