RePensar: especialistas explicam cenário econômico do Amazonas pós-pandemia

Nesta edição, os palestrantes convidados são Ricardo Sampaio, do Sebrae, e Glauce Galucio, da Abefin, que vão dar dicas de atendimento, e claro, cuidados com as finanças pós-pandemia

No início desta semana, as novas regras da quarentena na capital amazonense entrou em vigor, e por esse motivo, parte do comércio não essencial voltou a funcionar. O plano de reabertura gradual do comércio manauara acontecerá em ciclos. Segundo o governo, a medida foi tomada mediante a redução no avanço da Covid-19 no Amazonas.

Visando trazer esse debate para o público amazonense, a Fundação Rede Amazônica (Fram) prepara mais uma edição do RePensar nesta quarta-feira (3) com o tema “A Retomada do Comércio”. Nesta edição, os palestrantes convidados são Ricardo Sampaio, do Sebrae, e Glauce Galucio, da Abefin, que vão dar dicas de atendimento, e claro, cuidados com as finanças pós-pandemia.

Em entrevista ao Portal Amazônia, Ricardo Sampaio, explicou que os setores que mais sofreram o impacto da pandemia foram os de serviço, especialmente, os que tinham relação com aglomeração de pessoas. Entre os mais atingidos estão todos da economia criativa e cultura, cuidados pessoas de beleza e higiene, turismo, esportes, escolas e agremiações religiosas.

De acordo com dados do Sebrae, 10% das empresas abertas entre janeiro e maio fecharam no Amazonas, ou seja, cerca de 9 mil négocios foram abertos, desse total, 1.300 não conseguiram se manter. Outros números mostram de fato as consequências da pandemia no comércio do estado:

  1. 46,7% interromperam temporariamente o funcionamento da empresa; 45,5% mudaram o funcionamento e 1,3% fecharam definitivamente
  2. 40% usam ferramentas digitais (redes sociais, fone, aplicativos, etc)
  3. 90,2% reduziram o faturamento com queda média de 59,9%
  4. 32% vendas on-line em redes sociais e 13% vendas por fone e aplicativos
  5. Nos últimos 30 dias, 18% tiveram que demitir funcionários com carteira assinada (média de 3,3 funcionários)
  6. 66,5% desejam empréstimos sem juros
  7. 78,3% querem financiamento, sendo que 54,6% buscaram crédito e apenas 11,3% conseguiram
  8. 39,9% aguardam resposta e 48,8% foram negados.

Na visão, do especialista a economia é sistêmica, ou seja, não é possível considerar um setor isoladamente, em detrimento de outros. “O setor do turismo, um dos mais afetados, por exemplo, movimenta mais de 50 setores diferentes (hotelaria, restaurantes, transporte, entre outros). Então, existe uma mudança radical, e desse modo, há um empobrecimento geral do PIB como um todo”, falou Sampaio.

Dicas financeiras

Outro tema abordado no RePensar será a finança dos brasileiros pós-pandemia. A responsável pelo assunto, a vice-presidente Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), Glauce Galucio, acredita que é de suma importância que os amazonenses tenham controle financeiro durante a pandemia do Covid-19.

“É de fato um acontecimento mundial que pegou todos de surpresa, nunca tínhamos vivido algo parecido. Porém, observamos que as pessoas educadas financeiramente, possuem mais equilíbrio e uma boa administração dos seus recursos. Já as que não obtinham nenhum conhecimento a esse respeito entraram em desespero”, salientou Glauce.

Para Glauce, o conteúdo abordado no RePensar são orientações financeiras para os empreendedores que estão se preparando para retornar ao comércio. “Iremos apresentar cases de outros países que já passaram por este momento e iremos adaptar à nossa realidade, e claro, peculiaridade do Amazonas”, explicou.

Para os internautas do Portal Amazônia, a profissional separou uma série de dicas práticas para sair do vermelho durante a pandemia; confira:

Dica 1- Colocar na ponta do lápis todas as dívidas que possuir, separando as que correspondem a serviços e produtos de necessidade básica, que não podem ser cortados (como água, energia elétrica, gás e aluguel) e as que sofrem juros mais altos (como cartão de crédito e cheque especial), considerando essas como prioridade para pagamento. Antes de sair se enrolando para pagar, faça um diagnóstico financeiro, para saber como pode diminuir as despesas mensais, fazendo sobrar dinheiro para pagar as dívidas em atraso;

Dica 2 –Tenha em mente que só se deve negociar uma dívida quando se tem condições de fazer isso, ou seja, após se planejar, pois um passo precipitado pode até piorar a situação. Portanto, só se deve procurar um credor, quando já souber quanto terá disponível mensalmente para pagar e, então, poder negociar;

Dica 3 – Em momentos de crise financeira, que são passageiros, é importante resgatar sonhos, objetivos que realmente importam e que farão a pessoa ter ainda mais motivos para “dar a volta por cima”. É preciso relacionar no mínimo três sonhos: um de curto prazo (a ser realizado em até um ano), um de médio prazo (entre um a dez anos) e outro de longo prazo (acima de dez anos), sendo que um deles deve ser o de sair das dívidas; Então com os números do diagnóstico financeiro em mãos, é possível conhecer a sua força de poupança após os cortes para realizar o sonho de sair das dívidas sem que tenha que fazer outra dívida.

RePensar

Ao todo, serão três sessões do “RePensar: A Retomada do Comércio”, nos dias 3, 10 e 17 de junho, sempre às 20h (horário de Brasília). Você pode acessar a live no link.

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